Capítulo 8 - Marinette.

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Eu não acreditava nisso!

Eu não podia acreditar!

Adrien realmente gostava de mim, droga!

Eu podia ter falado a muito tempo que gostava dele, teria sido recíproco! Mas preferi ter medo de ser rejeitada do que tentar!

Nem consegui olhar ele depois do jantar, eu me sentia muito estúpida.

Enquanto corria pelos prédios de Londres, transformada em Ladybug, tentava aliviar a raiva que sentia.

E principalmente: um medo que surgia.

E se Plagg tiver ouvido errado? E se ele tiver se enganado? Se tudo não passar de uma brincadeira?

Ah! E agora?

Parei em um prédio e olhei a lua.

Não iria mais guardar isso para mim. Eu o amava.

— Ah meu Deus. — resmunguei, rindo — Ah. Meu. Deus. — falei mais alto, gargalhando — Eu amo ele! Eu amo ele! — gritei como uma doida, tendo a sorte de que ninguém me ouviria — eu o amo... Eu amo.

Comecei a sorrir. Respirei fundo e fechei meus olhos.

— Agora, eu... Preciso treinar. Isso! Treinar, treinar como eu vou contar para ele.

Encarei a lua, esperando que ela me respondesse algo. Qual é! Por que ela não me dava um apoio?

— Mas como? Como eu vou contar? Como? Aaahh! Droga! Eu não posso mais esconder, então o que devo fazer? Me diz? Por favor me aconselha! Eu o amo, me ajuda? Como eu posso contar? Não me ignore! — briguei olhando para o céu, em busca de alguma resposta para as minhas perguntas.

— Apenas fale. Para ele, não para a lua. — ouvi uma voz rouca responder atrás de mim, me fazendo arrepiar. Era ele. Droga.

Droga. Droga. Droga. Droga. Droga.

Se antes ele não me achava doida, agora eu tinha certeza que ele achava.

Me virei, sentindo todo o meu rosto queimar. A cor das minhas bochechas combinavam perfeitamente com meu uniforme. Ele sorria lindamente, como se tudo que ouvisse fosse normal.

— Pode falar.

Senti minhas pernas tremerem, e com certeza desmaiaria, se a coragem não tivesse tomado cada parte de mim.

— Eu gosto dele desde o dia que o vi. — me aproximei — na verdade, era praticamente impossível não se apaixonar por ele, todas as meninas o queriam. No início, pensei que fosse uma paixãozinha idiota, mas isso foi se tranformando em algo que eu já nem podia mais controlar. Acredita que fiz presente para os próximos aniversários dele? Eu pareço uma idiota! Argh, por que te contei isso? Não me leve à sério, eu era uma doida louca de amor.

Chat Noir parecia segurar a gargalhada, e isso me deu medo. Será que ele estava tentando não rir do quão patético era meu discurso?

Abaixei minha cabeça, sem forças para continuar.

— Ei! Continua! Quer um apoio? Olha, vou te ajudar...  Eu me apaixonei por ela no momento em que ela caiu em cima de mim, literalmente. No mesmo dia eu percebi que ela era incrível. Eu não tinha olhos para mais ninguém, e se tivesse, eu com certeza teria me apaixonado pela outra metade dela sem nem saber. Eu tenho várias fotos dela espalhados pelo meu quarto, e sabe, depois de saber quem ela era, eu passei a colar fotos dela. Parece idiota, mas eu era apenas um adolescente bobo apaixonado.

Meu sorriso estava enorme enquanto encarava Chat Noir, que respirou fundo.

— Eu amo você.

Ele pareceu se surpreender quando as palavras saíram da minha boca.

— Eu amo você, e só você. O outro cara? Era você, e eu juro, vai ser você para sempre.

Chat se aproximou de mim, quase acabando com todo o espaço entre nós.

— E eu amo você, e até o meu último suspiro vai ser você a dona do meu coração.

Eu não imaginava que as borboletas no estômago ou o arrepio aleatório poderia ser real, mas era exatamente isso que estava sentindo. E tudo se intensificou quando ele se aproximou, me segurando pela cintura.

Puxei-o pelo pescoço, o beijando. Pensei no quanto eu tinha desejado isso, e em nenhuma cena criada pela minha imaginação poderia superar aquela.

Ao pararmos o beijo, ele me encarava sorrindo.

Era, com certeza, a visão mais linda que já tive em toda minha vida.

— Ei — Chat sussurrou no meu ouvido — a lua está linda hoje, não é? — sorri, empurrando levemente seu ombro.

— Bobo! — rimos — eu também te amo. Muito.

— É?

— É.

Chat voltou a se aproximar, me beijando novamente. Ficamos assim por um tempo.

E eu amei tudo aquilo.

Eu não podia negar, tínhamos passado por momentos muito difíceis, e o medo nos levou a fazer coisas que podiam nos impedir de sermos felizes.

Por causa de um medo bobo de ser rejeitado, estávamos vivendo uma dor inexistente.

Mas, também tinha servido de lição.

Não sinta medo de fazer aquilo que quer fazer, nem medo de dizer como se sente.

E eu, Marinette Dupain-Cheng, prometo que nunca mais sentirei medo de agir como eu quero agir.

Eu prometo.

Naquela noite, nós ficamos até o sol nascer abraçados um no outro. Adrien não me fez um pedido de namoro, mas para mim, tudo aquilo já estava ótimo.

O meu gatinho me amava, e nada mudaria isso.

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Por Que Não?Where stories live. Discover now