CAPÍTULO I

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Tudo o que alguma vez me pareceu bastante complicado, descomplicou-se no dia em que me deixaste. A ideia de te ter era tão mais simples, calorosa e aconchegante. Todas as discussões pareciam ter uma solução. Mas, aquilo que me pareceu ser uma negra e fria tempestade tornou-se com o virar da página um dia de sol afável.

Se soubesse o que sei hoje, eu sei lá o que faria se soubesse o que sei hoje. Apenas sei que o vazio me engoliu e aquilo que eu era desapareceu com o tempo.

Houve felicidade por tua causa, mas sei que haverá felicidade depois de ti e a nossa história prevalecerá comigo e será visível nas cicatrizes que decoram o meu coração.

Não existe idade certa para descobrir o que é o amor, uma vez que, na nossa geração vemos que desde muito cedo já nos começamos a relacionar amorosamente com as pessoas. E o meu caso não foi excecional. Ou talvez, na verdade a minha história seja excecional.

Desde muita nova que tive namorados, e com o decorrer do tempo ia descobrindo o que é o amor, porque na verdade ninguém sabe o que é. Temos apenas uma perspetiva, uma pequena ideia do que é esta emoção. Quando somos mais novos pensamos que estamos num filme em que nos imaginamos a ser princesas e a ser resgatadas pelo nosso príncipe encantado. Isso,
era a nossa ideia do amor perfeito quando nada daquilo que questiona o que é o amor, nos atingiu.

Lembro-me que a primeira vez que senti as repercussões do amor andava no quinto ano e tinha por volta dos meus 10/11 anos. Tudo aconteceu muito rapidamente em que depois de um dia de escola o autocarro encontrava-se cheio e claro nós não podíamos ir de pé, então, sorte a minha, este rapaz, cujo nome eu não sabia, convidou-me para me sentar à beira dele.

Na altura não era muito envergonhada, mas ele era bastante mais velho que eu, tinha 13/14, o que me deixou tímida. Minutos mais tarde estávamos a rir e a falar.

Já em casa sentia-me diferente como se a sorte grande me tivesse caído aos pés. Meses depois o conto de fadas acabou sem eu saber as razões que levaram à rutura. Dei por mim a rasgar o coração de peluche que Federico me ofereceu no meu primeiro dia dos namorados. Afinal o para sempre não existe quando ambos não remam em direção ao mesmo. Houve aqui uma descoberta entre o que é paixão e o que é amor. Até lá, ambos eram o mesmo.

Federico foi apenas uma paixão.

Contudo, até as paixões levam a que seja complicado aceitar o facto de que houve uma perda quando nós não queríamos que houvesse essa perda. Continuamos a procurar e a lutar e a lutar para voltarmos a ter a atenção dessa pessoa. Lutei e lutei por Federico. Ele voltou. Mas desta vez a paixão acabou e tive de o deixar.

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⏰ Last updated: May 05, 2023 ⏰

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