Capítulo 67 - Um inimigo complicado

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Os elfos eram seres cuja a dádiva da beleza foi dada diretamente pela natureza. Suas feições eram tão limpas e belas quanto o reflexo do por do sol sobre o mar. Suas auras carregaram grande profundidade, tal como se possuíssem todo o conhecimento do mundo, ou fossem as pessoas mais forte que conheceria.

Todos tinham peles claras, brancas peroladas como a joia mais polida. Seus olhares possuem força, sinceridade e uma intensidade que os fazem parecer ainda mais complexos. Seus cabelos loiros sempre grandes pareciam ter sido banhados no ouro, de tão brilhantes.

— Acho que eu nunca mais vou me sentir bonito, mesmo sendo filho da senhora da beleza! — Lucyan sussurrou gravemente com um sorriso. Tinha que se admitir, que comparado a essas obras primas da natureza, sua constituição parecia muito mais singela.

— Se você nos acha bonitos, devia ver as sereias! — Um elfo que parecia mais jovem que os outros, de personalidade bem mais carismática comentou alto. Não havia maldade em sua voz, apenas um pequeno tom de brincadeira que parecia quebrar qualquer atmosfera tensa.

Aquela voz adocicada vibrou na mente dos seis, tão adorável que pensaram que poderia ser ele a sereia.

— Quem sabe um dia! — Lucyan não sentiu vergonha em ser pego em seu pequeno deslize de língua. Diante de tantas pessoas com super audição, que podem ouvir até mesmo as batidas do coração de alguém a metros de distância, como poderiam não perceber quando estavam falando algo?

Ele não esperava que houvesse alguém com tamanho espirito audacioso em o responder, mas sabia que mesmo que não quisesse eles saberiam de sua admiração.

— É um prazer os conhecer, meu nome é Hibisco. — O garoto se apresentou casualmente colocando a mão em frente ao peito, em um sinal que só poderia ser costume dos elfos. — Esses são Jasmim e Rosa! — Ele apresentou calmamente as duas belezas ao seu lado, sem esperar que elas os cumprimentassem tão educadamente quanto o fez.

Lucyan estranhou os nomes por um momento. Jasmim e Rosa poderiam ser considerados nomes comuns, mesmo no mundo humano. Mas alguém ter o nome de Hibisco, é, no mínimo, totalmente inesperado.

— Será que todos os elfos tem nome de ervas ou flores? Luna perguntou a seu irmão telepaticamente, esperando que o mesmo dividisse de suas curiosidades.

Ignorando a voz em sua cabeça que discutia avidamente sobre teorias sobre os nomes de elfos, Lucyan deu uma pequena tossida para afastar o clima estranho que parecia pesar sobre as suas costas. Olhou para as duas mulheres que se mantinham eretas como montanhas, sem qualquer sinal de retidão sobre a sua presença. Elas eram belezas raras: com os cabelos cor de ouro voando sobre a pele perolada, com pequenos toques rosados. Seus lábios vermelhos como pétalas de rosas e olhos tão azuis quanto o oceano. Os corpos eram perfeitamente equilibrados com uma cintura fina, peitos fartos e belos pares de pernas.

As suas roupas eram um pouco reveladoras, talvez devido ao corpo avantajado, mas tudo ornou em uma visão poética de uma beleza primordial. Lucyan se sentia tentado a olhar cada vez mais, porém percebeu que seria desagradável olhar demais.

Elfos não gostam de pessoas superficiais, que admiram suas belezas ou vivem por suas riquezas. Para eles, que vivem sobre o mandato da natureza, apenas alguém com sinceridade e coração puro ganhariam o seu favor. Felizmente, não estava vindo para buscar os seus favores, e sim para completar a sua missão.

— O prazer é todo nosso, é uma honra poder acompanhar vocês até o nosso clã! — Lucyan optou por ser educado, uma vez que o outro lado também pareceu tentar não criar problemas de maneira alguma. — Eu me chamo Lucyan, e esses ao me lado são a minha irmã Luna e meus companheiros: Eron, Percy, Clarice e Ronny. — Apresentou apontando cuidadosamente para cada um dos seus colegas.

— Lucyan? — O elfo pareceu se assustar por um momento, seus lábios estavam entre abertos e olhos esbugalhados. Mesmo com a expressão de surpresa, ainda era muito bonito.

— A natureza nos falou sobre você! — Jasmim que parecia não estar com vontade de falar, finalmente abrira a sua boca. No entanto, suas palavras saíram repletas de desgosto.

— O que...

Antes que pudesse perguntar, um rugido correu por toda a floresta fazendo as árvores tremerem. Uma pressão caiu sobre eles, era uma pressão que não foi causada por mana, parecia algo mais forte, mais sombrio. Os animais começaram a correr por suas vidas conforme o chão tremia em um terremoto, as arvores balançavam em um chiado e os pássaros levantaram voo com urgência.

Não havia um único pelo que não estivesse prostrado no corpo de Lucyan, ele nunca sentiu tamanha pressão, nem mesmo quando estava diante de um Deus. O que seria isso? Que fazia até mesmo um deus parecer pouca coisa.

— Vamos agora! — Luna não esperou pra ver o que estava causando tamanha pressão, ela sabia que nada de bom viria caso esperasse mesmo que só um pouco.

— Aquela que possui elo com o submundo chama pelo seu nome, venham a mim, cães do inferno — Lucyan invocou imediatamente seus familiares que poderiam atacar, defender e tinham uma alta mobilidade. Ao mesmo tempo sua mão apontou para o chão que se deformou imediatamente, se transformando em um golem coberto por larva. Ele anexou ao golem um espirito artificial com um certo nível de inteligência, que poderia se mover melhor de acordo com as suas ordens.

— Incrível! — O elfo falou sem nenhum exagero. O Golem a sua frente era maior e mais robusto do que qualquer um que já tenha visto, além disso, parecia forte o suficiente para combater monstros de ranking A, pelo menos. Ainda assim, o elfo tinha a sensação que Lucyan o estava usando somente como uma distração.

— Corra! — Lucyan ligou os cães do inferno a carruagem dos elfos e os fez com que todos subissem.

Os cães correram como foi ordenado, fazendo que a carruagem andasse tão rápido quanto um trem.

— Em nome da Deusa da Magia, eu o invoco! — Lucyan trouxe ao seu lado outro familiar, dessa vez, um falcão tão grande quanto um leão. — Encontre um lugar seguro e fique de olho no inimigo! — Ordenou friamente.

O falcão voou como um raio pela janela da carruagem, e Lucyan não se incomodou com ninguém quando fechou os olhos como se estivesse indo dormir. Ele parecia totalmente despreocupado por fora, mas todos sabiam que estava compartilhando da visão de seu familiar para observar o seu inimigo. Essa foi uma escolha sábia!

— E então? — Luna perguntou preocupada, não gostando nem um pouco da expressão de seu irmão.

— Está vindo, e está vindo rápido! — Lucyan podia ver aquela coisa que parecia um humano, mas não era. Sua pele toda negra como carvão, sem olhos ou boca. Seu corpo se deformava, se estendo como uma arma, tentáculos e tudo que se podia imaginar. Aquilo cortou seu golem como se fosse uma manteiga e ignorou tudo em seu caminho.

— Se preparem para lutar! — Lucyan começou a criar diversos golens, dessa vez não eram tão poderosos, mas serviriam pelo menos para ganhar um ou dois segundos.

— Ok! — Disseram os cinco!

— Ok! — Disseram os cinco!

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