C A P Í T U L O 176

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CHRISTIAN ANDERSON

     Um dia antes do baile de verão, eu pergunto pra Sam:

     — Você quer um corsage?

     E ela, bem plena comendo as batatinhas da cantina, com um sanduíche de queijo cheddar e tomate que trouxe de casa, responde com um simples e certeiro:

     — Não.

     Um sorriso lento e divertido brota sobre meus lábios.

     — Por que não? Pensei que quisesse viver a experiência completa de ir a um baile da escola. — Zombo
     — Eu nunca disse isso, cara. — Sam franze as sobrancelhas de leve, depois enfia um punhado de batatas na boca.

     Cara, adoro que ela me chame de cara às vezes. É tão sexy. Mas ela não diz isso com frequência, e eu prefiro não comentar nada, porque o fato de ser raro é o que torna sexy.

     — É, mas todas as garotas esperam um corsage de seus pares. — Arregalo os olhos, acenando a cabeça num gesto que diz "é óbvio".
     — Mas eu não sou como todas as garotas, e nós não somos como todos os casais. — Inclinando a cabeça na minha direção, ela sorri. — É por isso que não quero um corsage. — E então se afasta para continuar almoçando.
     — Você sabe que não vai ser a única garota no baile sem um corsage, né?
     — Óbvio. É aí que tá.

     Garotas...como entender?

     — O que? — Questiono confuso — Acabou de dizer que é diferente das outras garotas.
     — Mais uma vez: eu nunca disse isso, cara. — Meu pau e meu saco se contraem com o som de "cara" saindo de seus lábios. — Eu disse que não sou como todas as garotas, porque você disse que todas as garotas esperam um corsage pro baile. Eu não espero.

     Ainda não entendi. Fico parado, olhando fixamente para a grama verde no pátio, tentando absorver alguma coisa que faça sentido do que disse. Sam está olhando para mim, e está segurando a risada. Aposto que ela tá brincando comigo.

     — Você me deixa confuso. — Digo por fim, inclinando a cabeça. — Quando diz que não é como todas as garotas, está dizendo que é diferente delas.
     — Não. Estou dizendo que não sou como todas as garotas.

     Sam desata a rir quando percebe que ainda não entendi.

     — Você tá zombando com a minha cara? — Estreito os olhos — Porque está funcionando.

     Ela ri ainda mais.

     — Não estou, juro. — Diz, mas suas risadas estão provando o contrário. — Todas as garotas usam um corsage, certo? — Ela me olha, esperando uma resposta, e eu afirmo com a cabeça. — E eu sou uma garota que não quer um corsage. Logo, isso não me torna parte da equação "todas as garotas" que você citou. Mas também não me torna diferente, porque outras garotas também não querem usar um corsage.
     — Não era mais simples dizer "porque não quero usar um corsage"? — Reviro os olhos
     — Eu disse. Você que perguntou o por quê.
     — É, e eu estava esperando uma resposta como "é feio" ou "não gosto".

     Sam dá de ombros.

     — Isso aí também. — Diz

     Dou risada dela.

     Vou admitir algo para mim mesmo que faria Nate me zoar pelo resto da minha vida: estou nervoso e ansioso para o baile da escola de amanhã. Nunca fiquei assim para ir num treco bobo desses, mesmo quando fui a primeira vez com uma garota de verdade, e não com a minha irmã. Desde aqueles filmes bobos e clichês que eu tenho preconceito com bailes de escola. Nada nunca muda; é sempre o mesmo tipo de decoração, de dança, as mesmas músicas e as mesmas coisas acontecem. Não tem nem sentido ir, ainda que nós vamos.

All For Love ✓2Where stories live. Discover now