30 - Os Comensais da Morte

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 Os Comensais da Morte

O pai de Jimin desviou o olhar de Jimin e começou a examinar o próprio corpo. Suas mãos eram como aranhas grandes e pálidas; seus longos dedos brancos acariciaram o próprio peito, os braços, o rosto; os olhos vermelhos, cujas pupilas eram fendas, como as de um gato, brilhavam ainda mais no escuro. Ele ergueu as mãos e flexionou os dedos com uma expressão arrebatada e exultante. Não deu a menor atenção a Rabicho, que continuou tremendo e sangrando no chão, nem à enorme cobra, que reapareceu em cena e recomeçou a descrever círculos em torno de Jimin, sibilando. Voldemort como seu pai era novamente conhecido por aqueles que lhe seguiam, enfiou um dos dedos anormalmente longos em um bolso fundo e tirou uma varinha. Acariciou-a gentilmente, também; depois ergueu-a e apontou-a para Rabicho, e ela o guindou do chão e atirou contra a lápide a que Jimin estava amarrado; o bruxo caiu aos pés da lápide e ficou ali, encolhido, chorando. Voldemort como era conhecido o pai de Jimin, voltou seus olhos vermelhos para Jimin e soltou uma risada, aquela sua risada aguda, fria e sem alegria.

As vestes de Rabicho agora estavam manchadas de sangue brilhante; o bruxo enrolara nelas o toco de braço.

- Milorde... - disse ele com a voz embargada - milorde... o senhor prometeu... o senhor prometeu...

- Estique o braço - disse Voldemort indolentemente.

- Ah, meu amo... obrigado, meu amo...

Rabicho esticou o toco sangrento, mas Voldemort deu uma gargalhada.

- O outro braço, Rabicho.

- Meu amo, por favor... por favor...

Voldemort se curvou e puxou o braço esquerdo de Rabicho; empurrou a manga das vestes do servo acima do cotovelo e Jimin viu que havia uma coisa na pele, uma coisa que lembrava uma tatuagem vermelho-vivo - um crânio, com uma cobra saindo da boca -, a mesma imagem que aparecera no céu na Copa Mundial de Quadribol: a Marca Negra. Voldemort examinou-a demoradamente, sem dar atenção ao choro descontrolado de Rabicho.

- Reapareceu - comentou ele baixinho -, todos deverão ter notado... e agora, veremos... agora saberemos...

Ele comprimiu a marca no braço do servo com seu longo indicador branco. O corpo de Jimin ardeu com uma dor aguda e Rabicho deixou escapar um uivo. Voldemort afastou o dedo da marca em Rabicho e Jimin viu que ela se tornara muito preta.

Com uma expressão de cruel satisfação no rosto, Voldemort se endireitou, atirou a cabeça para trás e começou a examinar o escuro cemitério.

- Quantos terão suficiente coragem para voltar quando sentirem isso? - sussurrou ele, fixando seus olhos vermelhos e brilhantes nas estrelas. - E quantos serão bastante tolos para ficar longe de mim?

Ele começou a andar de um lado para outro diante de Jimin e Rabicho, seus olhos percorrendo o cemitério todo o tempo. Decorrido pouco mais de um minuto, ele tornou a olhar para Jimin, um sorriso cruel deformando seu rosto viperino.

- Você está em pé, Jimin, Você é fraco como a sua mãe, devia ter me livrado de você antes- sibilou ele baixinho. Mas os dois tiveram sua utilidade, não? Sua mãe morreu tentando defendê-lo quando criança... e eu matei meu pai o seu avo e veja como ele se provou útil, depois de morto...

Voldemort soltou outra gargalhada. Para cima e para baixo ele andava, olhando para os lados, e a serpente continuava a circular no meio do capim.

- Você está vendo aquela casa lá na encosta do morro, Filho? Nós moravamos ali..

E andava sem parar, seus olhos correndo de um túmulo para outro.

- Me vejam só recordando minha história de família... - comentou ele baixinho. - Ora, ora, estou ficando muito sentimental... Mas veja, Jimin! A minha família verdadeira está chegando... O ar se encheu repentinamente com o rumor de capas esvoaçantes. Entre os túmulos, atrás do teixo, em cada espaço escuro, havia bruxos apatando..

Hogwarts Mystery {Jikook}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora