—Quantos dias você ainda vai ficar aqui?

—Quatro, seis se contar os fins de semana. Por que?

—Eu quero te beijar amanhã de novo — Respondeu entre selinhos.

—Estarei bem aqui, Batsy.

Poderia descobrir até onde ele estaria disposto a ir outro dia. O amanhecer chegou rápido e precisamos voltar para nossas casas.




Tive no máximo três horas de sono, mas acordei revigorado e tranquilo. O bom de ser um jornalista investigativo é que eu poderia trabalhar em casa, pesquisando e analisando as notas. Meu objetivo não era solucionar o crime, tal trabalho era da polícia, todavia seria mentira dizer que não estava envolvido com aquele caso.

Parecia, do meu ponto de vista, que resolver o desaparecimento de Toya traria luz ao desaparecimento de Rei. Consegui acessar os arquivos em vídeo do dia que Rei desapareceu. A casa ao lado era vigiada por câmeras de todos os lados, os pontos cegos eram ínfimos, por isso tive certeza que a pessoa que o responsável conhecia bem a distribuição das câmeras de segurança e sabia como evitar ser filmado.

Estava usando a mesma regata de mais cedo e o perfume dele entrava nos meus pulmões de tempos em tempos. Era muito bom, o garoto tinha bom gosto. Minha mente traiçoeira criava flashes das lembranças dos nossos beijos de mais cedo, eu precisaria me acalmar antes de acabar com uma ereção em plena luz do dia.

Após o almoço, decidi ir atrás de mais material para meu artigo. Antes de sair, minha mãe segurou minha orelha, puxando um pouco.

—Acha que eu não ouvi quando você saiu na madrugada para encontrar o Shoto?

—Mãe, eu posso explicar...

—Escute aqui Midoriya Izuku — Minha mãe largou minha orelha e apontou o dedo para mim — Em hipótese alguma deixe o Enji descobrir vocês!

Fiquei confuso e demorei para soltar um esganecido —O quê?

Achei que ela ia ficar brava comigo por ter ficado com o vizinho na sua casa, ou por nossa diferença de idade, qualquer coisa, menos aquilo.

—Eu não gosto daquele homem, meu querido. Ele é obtuso, Izuku, tenho medo que ele faça mal a você ou até mesmo ao filho.

—Você sabe alguma coisa, mamãe?

-Não é nada, só preocupação de mãe.

—Pode confiar em mim, mãe — Toquei na sua face bonita — O que te preocupa?

—As vezes esqueço que você já é um adulto — Ela suspirou brevemente — Quando você... sofreu aquele acidente, ele veio conversar com Hiashi, sobre você. Eu não sei sobre o que eles conversaram, mas ele ficou transtornado, não sei o que ele faria se você estivesse em casa.

—Eu não sabia disso.

—Eu queria te proteger, você já estava sofrendo o bastante. Promete para mim que vai tomar cuidado, meu filho. Eu não ligo que vocês se relacionem, mas tomem cuidado, pode me prometer isso?

—Prometo, mamãe.

Eu a abracei para garantir que cumpriria a minha promessa, e ela relaxou nos meus braços.

—Vocês estão namorando?

—Não, é só casual — Dei de ombros e a fiz sorrir.

—Você estava sorrindo tão bonito quando entrou no seu quarto, Izuku, me lembrou o jovem que você era.

CicatrizWhere stories live. Discover now