qual o problema?

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              34° CAPÍTULO
BETTY

Cinco anos depois...

Finalmente conseguimos conciliar as nossas férias e pudemos viajar.
Resolvemos voltar para um dos lugares que mais marcou a nossa vida, Arraial.

Eu nunca mais vi e verei esse lugar, essa praia, essa casa, com outros olhos. Eu vou sempre me lembrar daqui como um lugar mágico e muito especial no qual eu realizei um dos meus sonhos... E fantasias também, devo deixar claro.

Consegui umas férias na clinica em que eu trabalho, pois sim eu finalmente consegui fazer a minha faculdade de fisioterapia e inclusive já tenho um emprego, em uma clinica ótima por sinal. Eu posso dizer que não poderia estar mais realizada na vida, como eu estou agora. Eu
finalmente tinha me achado em algo que me sentia bem fazendo e eu consegui, apesar de alguns sacrifícios, terminar a minha faculdade. Foram quatro anos de estudos e trabalho
intenso, mesmo o Jughead não querendo que eu continuasse trabalhando na loja eu não dei
ouvidos a ele e continuei, pois eu usava aquele dinheiro para pagar a minha faculdade.

Naquela época era tudo muito cansativo, pois eu tinha que trabalhar, estudar, dar atenção ao meu filho, marido e casa. Mesmo tendo a dona Maria, que ainda continuou trabalhando conosco, eu não deixava de me preocupar com as coisas que tinha que fazer em casa.
E eu não preciso nem falar que tinha que cuidar do Jughead, pois as mulheres atacam sem pena. Até na época da faculdade quando ele ia me buscar as meninas ficavam todas
assanhadas, parecia que nunca tinham visto homem na vida, mas como todos sabiam que ele era o meu marido, nenhuma delas tinham coragem de dar em cima dele... Bom... Eu acho que não.
Por conta disso eu ficava bastante cansada, por sorte eu tenho um marido compreensível e ele me entendia quando eu não podia, por conta das provas ou por estar muito cansada demais, para sair com ele os finais de semana, ou às vezes até mesmo para o sexo. O Jughead queria que eu parasse de trabalhar por conta do meu cansaço, muitas vezes eu chegava em casa e só tinha tempo de tomar um banho e já caia na cama e dormia na hora. Ele deixou claro várias vezes que pagava a faculdade pra mim sem problemas nenhum. Mas apesar do cansaço que eu ficava todos os dias, eu me sentia bem assim, me sentia bem tendo que trabalhar. Eu sei que quando a gente casa não tem mais essa de: “Essas coisas são minhas e essas as dele”. Quando nós casamos não existe essa divisão, o que é de um é de outro e fim.
Mas eu gostava tanto da minha “independência” financeira que acabava não ligando muito para o cansaço que essa carga horária louca me causava no final do dia. E foi assim, nesse ritmo, que depois de quatro anos, eu consegui me formar sendo a primeira da turma.

Eu me senti tão bem, tão realizada quando eu peguei o meu diploma nas mãos e vi que eu finalmente me formei, vi que eu finalmente encontrei algo que eu gostava verdadeiramente de fazer.
Por conta da faculdade, também, que adiamos os planos do segundo filho. Obviamente que o Jughead não gostou muito da ideia, mas depois ele conseguiu me entender e concordou
comigo que não seria uma boa hora pra mim, por conta da faculdade. Eu queria ter a minha profissão certinha pra depois pensar em mais filhos. Mas logo depois que eu me formei, ele
voltou com a história de filhos novamente, mas ai eu teria mais uma etapa dessa jornada a cumprir, que era conseguir um novo emprego. Só que agora na minha área. A fisioterapia.

Coincidência ou não, eu tive a oportunidade de trabalhar na clinica da Fisioterapeuta que me ajudou na minha recuperação. Faz quase um ano que eu estou lá e posso dizer que eu consegui aprender bastante coisa, não só com a Simone, como com os pacientes que eu atendo.

Uns cinco meses depois de eu finalmente ter conseguido um trabalho na minha área, ele voltou com essa ideia de filho e eu vou confessar que já estava me sentindo preparada pra ser mãe novamente. Desde aquele dia eu parei de tomar os meus remédios, mas até agora nada.

o delegado-BugheadWhere stories live. Discover now