e tudo perdeu o sentido de vez

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             21° CAPÍTULO

             BETTY

Três dias.
Três dias nesse inferno de casa.
Três dias tendo que aguentar o nojento do Nick tentando encostar em mim, mas eu agradeço a Isabela por estar sempre por perto e, de alguma forma, o impedir de me tocar da forma que quer.

Três dias vomitando toda vez que acabo de comer algo. Merda! Eu já estava começando a acreditar que eu estava realmente grávida. O que me deixava ainda mais desesperada. Não sei como eu pude dar um mole desses.

E o pior é que a Isabela já estava suspeitando disso também.

- Betty, esses enjoos estão muito freqüentes, você não acha não? – diz ela levantando uma sobrancelha.

- Que nada, Isabela. Vai passar. Deve foi alguma coisa estragada que eu comi.

- Huum. Coisa estragada? Espera mais alguns meses que você vai ver essa coisa estragada crescendo dentro de você.

- Não estou te entendendo. – me faço de sonsa.

- Ah está entendendo, está entendendo sim. E sabe também que o Nick não vai gostar nada nada de saber disso.

- Isabela, por favor. Não fala nada pra ele. Na verdade eu nem sei se estou mesmo grávida ou não.
- Pode ficar tranquila que eu não vou falar nada. E só tem um jeito de termos a certeza absoluta de que você está ou não grávida... Fazendo o teste.

- Eu não posso nem colocar a cara na porta, Isabela, até parece que seu irmão vai me deixar ir á uma clinica.

- Tem o teste de farmácia. Eu vou lá, compro e você faz, ai tiramos a duvida se você está grávida ou não.

- Tudo bem... é melhor mesmo eu fazer isso pra ter certeza e acabar com essa agonia.
- Então tá, você fica ai que eu já volto. – ela vai até sua bolsa e a pega.

- Espera, você vai me deixar aqui sozinha?

Eu comecei a entrar em desespero, porque eu nunca tinha ficado sozinha nessa casa, ela sempre esteve comigo e eu me sentia segura. Com ela por perto eu sabia que o Nick não faria
nada, pois por algum motivo ele respeita e ouve a irmã.

- Calma, Betty, eu vou rápido. Não demoro, eu juro.

- Não Isabela. – imploro desesperada.

- Confia em mim. Eu não vou demorar. E ele saiu pra boca agora pouco, não volta tão cedo.

Ela me abraça e sai fechando a porta.
Olho aquela sala vazia e começo a me arrepender de ter a deixado sair.
O Dylan estava dormindo, na verdade ultimamente ele só vem fazendo isso. Eu estou muito preocupada com ele. Eu sei que ele está assim porque sente a falta do Jughead. Ele vive chamando pelo pai, mas eu infelizmente não posso fazer nada. Eu tenho que esperar. Esperar que o Jughead venha nos buscar.
Eu tenho medo que o meu filho adoeça com isso. As crianças sentem muito com a separação e também percebem quando as coisas não estão boas. Eu sei que ele sente muito com a ausência do Jughead, eu também sinto.

Já se passaram três dias e ele não apareceu, às vezes o desespero me faz pensar que ele não virá nos buscar, mas ai eu me lembro de suas promessas e também do que eu deixei escrito na carta, eu tenho certeza que ele está fazendo-as: “Esfriar a cabeça e não fazer as coisas sem pensar.”
E eu prefiro me segurar a isso. Eu acredito que ele está trabalhando para nos tirar daqui... eu sei que está
Assusto-me quando vejo a porta se abrindo e o Nick entrando.
Assim que ele me vê o seu sorrisinho escroto brota em seu rosto e ele vem andando em minha direção. Eu me levanto do sofá e tento sair da sala, mas assim que eu me viro, sinto
suas mãos segurando com força a minha cintura me prensando em seu corpo.
O seu nariz vai em direção ao meu pescoço me cheirando e deixando um beijo nele.

- Nick me solta. – levo minhas mãos para onde as suas estavam me apertando, na tentativa de me soltar.

- Aaah, hoje você vai ser minha, loirinha. Eu cansei de esperar, já fui bonzinho demais.

- Não Nick, me solta. Não faz isso.

- Aaah eu vou fazer, vou fazer sim.

Nick me segura firme e começa a subir as escadas com muita dificuldade, pois eu me debatia
em seus braços na intenção de que ele me soltasse. Ele entra em seu quarto e me joga na cama. Enquanto ele fecha a porta eu me levanto e tento de alguma forma sair dali, mas antes
que eu consiga passar pela porta ele segura minha cintura novamente me jogando na cama.

O Nick se deita por cima de mim e começa a beijar o meu rosto e pescoço. Começo a desferir tapas e mais tapas por seu rosto. Tento mexer minhas pernas para acertar as suas partes intimas, mas ele as prende, me impedindo de fazer.

- ME SOLTA SEU NOJENTO. SAI DE CIMA DE MIM. – eu batia com força em seu rosto. Mas não adiantava.
Sinto dois tapas fortes em meu rosto e a ardência vem logo em seguida e junto com ela, as lágrimas. Ele leva a sua mão para o meu pescoço apertando-o com um pouco de força. Isso me fazia ficar sem ar aos poucos.
Ele leva a sua outra mão para a minha barriga e desce para a minha intimidade dentre o short e começa a tocá-la.
- Me..me sol-solta. – eu me debatia lentamente, pois seu corpo me prensava com força contra
a cama me impedindo de me movimentar com facilidade.
Eu buscava forças de onde não tinha para tirá-lo de cima de mim. Eu não vou suportar e também não vou deixa-lo fazer isso novamente. Eu já podia sentir o meu ar faltar cada vez
mais.

As forças só voltam quando eu ouço o choro do Dylan. Mesmo fraca eu me debatia.
- Me..solta. SAI DE CIMA DE MIM. – não sei como, mas consegui gritar.
A Isabela disse que não demoraria, então se ela estivesse chegado me ouviria, com certeza.
- SOCORRO!!! – digo e tento puxar mais o ar, mas era em vão. Sua mão apertava cada vez mais forte o meu pescoço e a outra tocava com brutalidade a minha intimidade.
De repente escuto a porta sendo escancarada e a voz desesperada da Isabela em seguida.
- NICOLAS O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?!
Não demora muito eu sinto o seu corpo sendo retirado de cima de mim.
Fecho as minhas pernas, me encolho na cama de lado e levo as minhas mãos para o meu
pescoço na tentativa de aliviar a dor. Minha respiração é acelerada e o choro sai descontrolado.

- VOCÊ TÁ MALUCO NICK?ABUSANDO DA GAROTA! – ouço uma voz masculina falando com ele.

- ELA É MINHA CARALHO, TEM QUE FICAR COMIGO QUANDO EU QUISER E A HORA QUE EU
QUISER, PORRA.

- EU TENHO NOJO DE VOCÊ, NICOLAS, EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO ISSO NOVAMENTE COM ELA. – agora era a Isabela que falava, eu podia sentir raiva transbordando em sua voz.

- OLHA COMO VOCÊ FALA COMIGO, ISABELA. ME RESPEITA, PORRA!

- VOCÊ PERDEU TODA A SUA MORAL COMIGO, NICOLAS. TODA! VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO NENHUM DE FAZER ISSO. NÃO É ASSIM QUE SE CONQUISTA ALGUEM, TRANSANDO COM ELA A FORÇA.

- Garota eu vou te...

- VAI FAZER O QUE, NICOLAS? VAI ME MATAR? VAI ME ESTUPRAR TAMBEM IGUAL VOCÊ FEZ COM ELA?

Por um momento eu volto o meu olhar para os três e reconheci o homem parado, ele era o
Marcelinho o gerente da boca.
Olho rapidamente para o Nick e seus olhos estavam vermelhos, e sua expressão era de tristeza. Posso dizer que nunca o vi assim.

- SAI DAQUI NICOLAS!

- Essa é a minha casa, Isabela e você já está me tirando do sério, a minha vontade é de enfiar uma bala no meio da sua testa.

- Então enfia. – ela da um passo a frente o encarando.

Ele saca a arma e aponta pra ela, que não se estremece e continua na mesma postura.

- Não me surpreenderia nem um pouco se você fizesse isso. Depois que eu descobri que você abusou dela. Pra mim você é capaz de fazer qualquer coisa, inclusive matar sua própria irmã.

- Você está me testando.

- Nick para. – o Marcelinho entra na sua frente. – Você andou cheirando, mano?

- Vai se foder, Marcelo. – diz com raiva.

- Vamos sair daqui. Deixa a Bela.

- Que porra de intimidade é essa com a minha irmã?

- NICOLAS SAI DAQUI. – a Isabela grita e ele a olha por um tempo e depois sai do quarto.

O Marcelinho vai atrás dele e a Isabela senta na cama me abraçando.

- Obrigada... Obrigada Isabela... se você... se vocês não tivessem chegado eu... eu nem sei.

- Me desculpe por isso.

- Ca-cadê o meu... filho? – continuo ouvindo o choro do Dylan.

- Ele ainda está no meu quarto.

o delegado-BugheadWhere stories live. Discover now