É meu amor, mais um dia

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    QUANDO EU PEDIR, COLOQUEM ESSA MÚSICA PRA TOCAR E LEIAM A FANFIC ESCUTANDO ELA (EU VOU AVISAR QUANDO FOR PRA COLOCAR A MÚSICA)

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   24° CAPÍTULO

JUGHEAD

Dois meses depois...

Dois meses haviam se passado e nada de ela voltar, estava tudo do mesmo jeito, ela não reagia quando conversávamos com ela, ela ficava apenas imóvel naquela cama. E eu já não aguentava mais, a cada dia que passava e eu a via daquele jeito eu me sentia pior ainda. Eu não via a hora de ela levantar daquela cama e a gente sair daquele hospital, juntos.
Quando nós vimos que já tinha se passado uma semana e nem sinal de ela acordar, a dona Alice concordou comigo que era a hora da gente levar o Dylan até ela. Até porque nós
não sabíamos até quando ela iria ficar naquele hospital, nós desejávamos que fosse pouco tempo, mas já se passaram dois meses e nada.
A reação do Dylan foi diferente da que eu pensei que seria. Ele não chorou como eu pensei que fosse fazer ao ver a mãe naquele estado. Ele ficou triste, mas assim como nós sempre fazemos quando vamos visitá-la, ele apenas conversou com ele, da maneira dele é claro, mas
conversou.
Eu passo todos os dias no hospital para visita-la e assim que saio de lá vou para o meu apartamento onde a dona Alice continua morando com o Dylan, pois eu gosto sempre de
coloca-lo pra dormir, e depois volto para a casa... Mas uma coisa que me incomoda todas as vezes que eu vou visitar a Betty é aquela mulher lá, a Isabela, irmã do Nick. Ela me olha como quem soubesse de tudo o que eu fiz e estivesse me julgando em pensamentos...
Olhar pra ela quase todos os dias me remete lembranças que eu queria esquecer. Não por arrependimento, mas sim porque eu não gosto de me lembrar o quão sangue frio eu pude ter sido, a ponto de matá-lo daquela maneira. Mas é como dizem: A dor nos muda. E ela realmente me mudou... e mudou pra pior.
Naqueles dias eu estava louco, completamente maluco, um verdadeiro sádico. Eu não
pensava, apenas agia, agia na raiva, com a dor de ver a minha mulher todos os dias nesse hospital. Com a dor de ter perdido um filho que eu nem tive a chance de conhecer. Eu juntei tudo isso, todas essas dores e a raiva e agi feito um monstro, eu queria que ele pagasse por tudo que fez, não só a Betty, como também as outras pessoas inocentes. Eu queria que ele sofresse muito, antes de morrer, queria que ele implorasse pela morte. E isso tudo realmente
aconteceu. Mas por que agora, tanto tempo depois, eu não me sinto mais tão satisfeito igual eu me sentia há dois meses?
Como eu disse, não chega a ser arrependimento.

Eu acho.

Pelo menos não de ter matado ele. Mas sim da forma como tudo aconteceu até chegar a mata-lo de fato, eu nunca pensei que seria capaz de fazer aquelas coisas. Mas eu não
pensava, apenas agia. Agia e eu realmente não conseguia me reconhecer. Eu não era daquele
jeito... Eu não sou daquele jeito, mas a minha ira me transformou de uma forma assustadora.

Eu em toda a minha vida repugnei tanto os policiais corruptos que eu acabei agindo feito eles. Acabei forjando, de certa forma, uma morte. Eu planejei tudo friamente e fiz dando a entender que fossem bandidos de outras facções, ou até mesmo a própria facção, matando
ele.

E eu de fato consegui isso.

No dia seguinte as noticias de que um corpo carbonizado foi encontrado em pneus, na Rocinha, começou a rodar as TV’s e não demorou muito para que os exames comprovassem que era o Nick. E o caso foi deixado de lado, não só pelo fato dele ser um bandido e a policia não dá a mínima para a morte de um, como também a forma como aconteceu isso, deu a entender que foi rixas de bandidos.
Às vezes eu tenho sonhos com aquele dia e acordo assustado. Mesmo matando aquele infeliz ele continua infernizando a minha vida. Será que esse é o preço que se paga por matar
uma pessoa daquela forma? Ser infernizado?!
Eu sei que meu lugar no inferno já está bem guardado por conta disso. Tanto que eu enojava e sentia raiva do meu pai com as coisas que ele fazia, eu consegui ser ainda pior que ele e
isso me envergonha. Eu não sei como vou ter coragem de olhar para a Betty depois de tudo isso. Eu a conheço e sei que ela não concordaria com o que eu fiz. Apesar de ele ter feito muito mal a ela eu tenho certeza que não era desse jeito que ela queria que ele terminasse, pelo menos não pelas minhas mãos... não que eu fosse o causador dessa morte cruel.
Eu não vou ter coragem de contar pra ela, mas pelo o que eu a conheço ela vai querer saber o que houve com ele...
Hoje, a parte de mim que sempre me dizia naquele dia para eu parar, agora sofre por algo chamado remorso. Mas a outra parte que me dizia para continuar, que aquilo era o certo a se
fazer, me diz pra esquecer, pois ele mereceu cada castigo sofrido, que ele mereceu passar por tudo que passou.
E eu dividido nessa, realmente não sei o que pensar, não sei o que fazer e muito menos o que dizer.

[...]

Sete meses depois...

o delegado-BugheadWhere stories live. Discover now