O porre de Nick

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E eu não quero que o mundo me veja porque eu acho que eles não entenderiam

(Good good dolls – Iris)

Sete horas da noite, e nenhuma notícia de Nick. Já era a quarta mensagem que eu enviava sem obter nenhuma resposta. A onde ele deveria estar que ainda não tinha respondido minhas mensagens? Será que tinha acontecido algo sério em seu encontro sabe-se lá com quem?

Já que ele não respondia as minhas mensagens, teria que atender minha ligação.

Na primeira tentativa, chamou até cair na caixa de mensagem. Tentei mais cinco vezes e nada. Agora eu estava preocupada. Será que teria sofrido algum acidente e estava no hospital?

Não havia visto Kadu pelo campus no intervalo da primeira aula. Ele deveria saber alguma coisa de Nick. Mas aí eu teria que ir até o apartamento deles. E encarar Kadu.

Troquei de roupa em um pulo, coloquei meu celular no bolso e corri para o prédio dos meninos. Peguei o elevador e em segundos estava de frente para a porta de apartamento de Nick. Respirei fundo e bati na porta.

Nada.

Bati novamente. Nada. O lugar parecia estar abandonado. Não se ouvia um barulho vindo do apartamento. Olhei a hora novamente, ainda era cedo para alguém estar dormindo. Foi quando me veio à mente. Um lugar onde Nick poderia estar.

*****

Encontrei Nick encostado em uma das caixas d'água do prédio. Ao lado estavam duas caixas de cerveja. Metade já tinha sido consumida. Estava com a cabeça deitada para trás e os olhos fechados. Usava uma calça jeans desbotada, e sua camisa estava caída ao lado das latas vazia. Nunca imaginaria encontrar Nick daquele jeito. Tomei cuidado ao me aproximar.

— Nick? – chamei baixinho com medo que se estivesse dormindo se assustasse ao me ver.

— Nanda? O que faz aqui? Como me encontrou? – ele abriu os olhos.

Ele parecia atordoado. Olhou ao redor para ver se tinha mais alguém comigo.

Tentou se levantar mais não conseguiu. Agachei e me sentei na sua frente.

— Há quanto tempo está aqui bebendo? E por que, se você tem jogo no sábado?

— E quem liga para uma merda de um jogo? Só bebi algumas latinhas — deu de ombro.

— Algumas? Contei dez latas vazias Nick. O que está acontecendo? Você mesmo falou que não gosta de beber.

— Qual é, vai me dar sermão agora? Hoje me deu vontade – falou com sarcasmo.

— Sou sua amiga, e estava preocupada. Existe um aparelho chamado celular, sabia? Por que não respondeu as minhas mensagens e ligações?

— Queria ficar sozinho.

— Poderia ter falado isso por mensagem. Fez-me ir até seu apartamento te procurar.

— Não te pedi para ir lá. Foi porque quis.

— Vou ignorar a sua grosseria por que está bêbado.

— Eu não estou bêbado.

— Mal consegue ficar em pé. O que aconteceu para te deixar assim? Hoje pela manhã você estava bem. Foi o tal do encontro? Quem te deixou assim?

— Sabia que você pergunta demais?

— Sabia que você é um porre quando está bêbado?

Nick riu.

— Você é a única que pensa isso – disse enquanto pegava outra cerveja e virava na boca.

— Por que sou a única que não tem medo do seu tamanho. Agora larga essa lata e vamos embora. Você já bebeu demais – falei enquanto tomava a lata da sua mão.

Tinha Que Ser Você 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora