Outra garota na jogada

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Agora te digo de onde vem e do que é feito o meu coração

(Alejandro Sanz – Não me compares)

Quando voltamos para a mesa, os garotos riam de alguma coisa.

— Compartilhem a piada com a gente – pedi assim que sentamos à mesa.

— Nanda, seu amigo Will é muito bom em contar piadas.

— Quem bom saber. Já sei que não morrerei de tédio nas quartas- feiras.

— Podemos ir – chamou Rafael.

— E a conta? – perguntei.

— Já paguei – respondeu Nick.

— Como assim, não combinamos isso – falei.

— Eu convidei. E segundo a regra, quem convida paga – ele riu.

Além de lindo, simpático, ombro amigo, ainda era cavalheiro. Agradecemos ao atendimento ao nosso garçom, que ficou muito feliz por ganhar uma gorjeta de Nick assim que nos levantamos da mesa. Quando chegamos à varanda, Nick agradeceu a ruiva por ter conseguido as mesas em cima da hora. Ela sorriu e entregou um cartão discretamente para ele.

Ninguém percebeu porque já estavam chegando a onde estavam os carros, mas não passou despercebido por mim que estava atenta a conversa deles. Seria ela o motivo da não reconciliação de Nick com Belinda?

— Querem ir a algum lugar antes de voltarmos para o campus? – perguntou Nick enquanto destravava o carro.

— Até que eu gostaria, mas tenho algumas coisas do estágio para resolver – disse Rafael.

— E vocês meninas?

— Quero dormir. Ainda não me acostumei a acordar cedo – disse Ivy.

— Então destino: de volta para a rotina estudantil.

*****

Will se despediu e seguiu para o seu apartamento. Prometeu que me ligaria mais tarde para saber como foi o meu teste para o estágio. Ivy desolada pela descoberta sobre Will subiu logo em seguida. Jessye e Rafael seguiram para o apartamento dele. E eu esperei todo mundo sair para conversar com Nick.

— Enfim, a sós – falou olhando pra mim ainda dentro do carro – o que você quer me falar?

— Quem disse que eu quero falar alguma coisa?

— Por que ainda estaria aqui no carro?

Ele tinha razão.

— Não sabia que a minha companhia lhe desagradava – desafiei.

— Ao contrário, a sua companhia muito me agrada – ele sorriu.

É sério, Nick teria que parar de sorrir e falar como se estivesse algum interesse em mim. Eu poderia acabar confundindo as coisas, por que fala sério, quem no meu lugar não já estaria grudada em sua boca?

Dei um tapa no seu ombro.

— Ai, por que me bateu?

— Primeiro por mentir pra mim.

— Em que momento eu menti?

— Quando falou que conhecia um restaurante barato.

— Mais aquele restaurante é barato.

— No seu conceito.

— No meu conceito?

— O que foi que você disse? Um preço que cabe no bolso de um universitário. Ou seja, no seu bolso, não no meu. Um prato custar quase cem reais, não pode ser considerado barato.

Tinha Que Ser Você 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora