Capítulo VI - LÁGRIMAS DA PARTIDA - PARTE II

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A pequena Shina era seu único raio de sol desde que sua esposa havia morrido, perdê-la não era uma opção, a mente do ferreiro estava repleta de perguntas e nenhuma resposta, de punhos cerrados.

― O que achou velhote! Ainda quer bancar o corajoso? ― Perguntou o grandalhão, enquanto o ruivo, apenas observava sem dizer nada ele parecia ser irmão do homem que tinha a cicatriz no rosto, pois se olhasse com atenção veria um pouco de semelhança entre os dois.

―Droga! ― Pensava Listel nervoso. ― O que devo fazer... ― Era claro como o dia que não havia muito que pudesse fazer naquela situação, lutar contra os três não era uma opção, pois seria massacrado; a escolha mais inteligente era fugir, mas como fazer isso naquele lugar!

Enquanto pensava, Listel não percebeu a aproximação do homem com a cicatriz.

― Não tente fazer nada estúpido... Vocês apenas tiveram azar meu amigo. ― O sorriso do bandido era de certa satisfação, ao ver o nervosismo e tensão do homem que se colocava a frente da pequena garotinha que estava assustada. ― Sabe, se quer culpar alguém culpe a quem estava procurando, pois por causa dele, vocês estavam indo para o santuário, se não fosse isso talvez não teriam que sofrer. ― Exclamou o home da Cicatriz.

― Mais porque disso? ― Listel não estava interessado em saber, mais se forçou a perguntar, isso lhe daria um pouco de tempo para em pensar alguma coisa, qualquer coisa que o ajudasse a sair daquela enrascada.

― Eu sei o que esta tentando fazer, mas não importa, se quer saber irei contar, talvez não saiam desta com vida mesmo. ― Disse o homem dando um sinal para o ruivo e o brutamontes com moicano que se aproximaram, criando uma espécie de triangulo em volta de Listel é sua filha.

― Está é uma historia meio longa, mas a encurtaremos para você não de entediar. ― Falou o gigante fechando o punho com imponência.

― Não se intrometa Mambu! ― Falou o homem da Cicatriz. ― Quero ter o prazer de contar esta historia para que entenda o que tudo isso significa para nós.

Apesar da diferença visível entre os bandidos, o gigante parecia possuir algum medo diante do homem da cicatriz, o que significava que apesar de mais baixo ainda era mais perigoso do que aquele grande homem, isso comprovava que nem mesmo com todos aqueles músculos o homem chamado Mambu era páreo para o chefe da gangue.

― Deixe-me apresentar, sou Thiodor. ― Aponto com o polegar para o ruivo. ― Este outro carinha aqui é meu irmão se chama Thifonte, sempre estivemos sozinhos, vivíamos nas ruas, até conhecermos o lugar chamado de Santuário, sem saber o que te fato significava o que estávamos fazemos , viemos para esta terra, para podermos ter um lugar para chamar de casa. ― O tom de voz dele mudou. ― Mais tudo que este lugar não poderia ser era um "lar", podemos dizer que na verdade seja um inferno na terra, onde as vidas das pessoas não valem nada! ― Cuspiu as palavras com uma ira visível em seus olhos.

― No vilarejo que passei, todos pareciam gostar do santuário, como se fosse um espécie de templo de proteção. ― Argumentou Listel.

O homem com a cicatriz gargalhou, mas não de divertimento ou alegria, mas de deboche, então falou:

― Para quem esta de fora, pode parecer tudo isso, mas para quem esta lá dentro, é um templo de morte! Os aldeões não conhecem as duras penas infligidas naquele lugar próprio para o resto do mundo, mas isso não acontecerá mais, pois não iremos retornar para aquele lugar, estamos fazendo pequenas "arrecadações", para conseguirmos sumir deste maldito lugar.

― Então estão fugindo? ― Listel se surpreendeu consigo mesmo ao fazer tal pergunta, já que a força que demonstravam, não parecia ter muitas pessoas capazes de ir contra o que queriam fazer.

SAINT SEIYA - MARCADA PELA DOR.Where stories live. Discover now