CAPÍTULO V - A CHEGADA - PARTE I

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Listel e a pequena Shina caminhavam então em direção ao vilarejo, mais próximo na tentativa de obter alguma informação sobre seu amigo que não via a muito tempo, ainda era bastante cedo, o sol começava a se erguer no céu azul, o calor era apenas um frescor ameno e tranquilo que vinha acompanhado de uma brisa suave acolhedora, que soprava em todas as direções, trazendo consigo vários aromas diferentes.

Com um sorriso nos lábios a pequena garotinha de cabelos verdes, segurava a mão de seu pai, o aroma que se misturava enchia os pulmões dois, os fazendo acreditar que aquele seria um novo recomeço, caminharam cerca de quinze minutos até avistarem ao longe uma estrada de chão batido, que tinha em seu caminho uma floresta alta e robusta, que impedia de ver o que tinha além dela, após se aproximarem mais dela, olhando com atenção perceberam que haviam várias casas, logo após a floresta, que aquele deveria ser um vilarejo.

― Olhe papai! ― Apontou a filha de Listel com o dedo indicador, mostrando o que seu pai também já conseguia ver.

― Estou vendo querida... Acredito que conseguiremos alguma informação naquele lugar. ― Falou o ferreiro seguindo em direção a floresta.

Tudo parecia que se encaminharia tranquilamente, os dois seguiram pela estrada de terra, entrando na floresta, o céu estava limpo e claro difícil de conseguir descrever, um azul da cor do mar acompanhado de nuvens brancas que se moviam preguiçosamente, na floresta os pássaros cantavam seu canto matinal, apesar do calor começar a aumentar eles ainda estavam na primavera.

Listel a muito tempo não se sentia tão em paz, tão conectado, era quase como se voltar para sua terra renovasse suas forças, tranquilo e sereno segurava com firmeza e cuidado a mão da pequena Shina, pois apesar de toda a calma não poderia perder o foco e a cautela, e assim que adentraram um pouco mais na floresta, o ferreiro teve uma estranha sensação ficando ainda mais alerta, o que não passou despercebido que garotinha.

― Tem alguma coisa errada papai? ― Perguntou a jovem Shina, segurando com mais firmeza a mão de Listel.

― Não sei ainda... É apenas uma sensação, uma preocupação por retornar a esta terra após tanto tempo, deve ser isso! Apenas emoção reprimida. ― Sorriu para sua filha sem dar a devida atenção a sua intuição.

O sorriso não era verdadeiro, a garotinha conseguia reconhecer isso com facilidade, focando sua atenção no caminho o ferreiro ficou em silencio, atento mesmo sem saber exatamente o porquê, por entre as arvores e arbustos, pares de olhos os seguiam de longe com bastante atenção tentando ocultar sua presença, evitando fazer qualquer barulho, controlando até mesmo suas respirações.

― Será que perceberam. ― Um deles sussurrou para os companheiros por entre os arbustos.

― Não seja idiota! É claro que não notaram... Mais se não ficar quieto logo perceberão! ― Disse outra voz com mais firmeza, pela confiança e imponência parecia ser o líder daquelas pessoas.

Logo em seguida as duas vozes se calaram, porém continuaram a observar o home e a garotinha que já havia passado quase que completamente pela floresta, rumando para o vilarejo, demorou para chegarem, a sensação ainda acompanha Listel, mais não deixou se abater por isso, várias pessoas iam e vinha pelas ruas de pedras, alguns eram vendedores com suas barracas, vendendo os mais diversos produtos sendo frutas, tecidos, carnes, bijuterias, e alguns objetos estranhos também, a maioria era gente simples e lutadora, que tentava ganhar seu sustento dia após dia.

As casas eram feitas em sua maioria de tijolos, com um telhado de madeira, ou palha, outras mais simples ainda eram construídas com barro e pedras, mas apesar disso eles pareciam felizes e em paz com o pouco que tinham, isso era aparente em seus rostos.

― Chegamos! Vamos ver o que conseguimos descobrir alguma coisa sobre meu amigo Klaus. ― Falou o Ferreiro sorrindo para sua filha enquanto caminhavam de mãos dadas pela rua.

― Espero que tenhamos um pouco de sorte, e alguém nos ajude logo de cara. ― Disse a pequena Shina com toda sua inocência, enquanto seus olhos observavam todos a sua volta, e percebia a diferença daquele lugar para o que ela conhecia na Itália.

Com passos curtos e lentos, tentavam informações sobre quem procuravam, todos seguiam suas vidas tranquilamente, Listel direcionou até uma pequena venda, levando sua filha consigo, uma senhora já de idade, com seus cabelos grisalhos é pele maltratada pelo sol e tempo, com um vestido verde escuro, e um par de sandálias simples de couro, organizava alguns objetos como lembrancinhas da cidade local, ela parecia forte como um touro.

― Com licença... Poderia nos ajudar? ― Chamou atenção da mulher parando na entrada da loja.

― O que desejas? ― Falou a senhora sorrindo delicadamente, enquanto revelava a cor de seus olhos, um castanho claro cor de mel que ainda parecia possuir muita vida.

― Gostaria de saber se poderia me dar uma informação... Será que poderia me dar um pouco de sua atenção? ― Falou o ferreiro segurando a mãozinha de sua filha com firmeza, a garotinha não falou nada apenas observava tudo com ar de novidade.

― Posso tentar.. Pergunte o que precisa e vamos descobrir o que posso fazer por você. ― Disse a senhora gentilmente, sua voz era um pouco rouca e profunda, mais terna e educada.

― A senhora por acaso conhece alguém chamado Klaus? ― Disse Listel sem rodeio, tinha tempo que não o via, dar descrição de sua época não ajudaria em nada.

― Klaus? Se for o mesmo Klaus creio que não tenha ninguém neste vilarejo que não o conheça, se estivermos falando da mesma pessoa ele vem aqui no vilarejo uma, ou duas vezes por semana, mais ele não mora aqui, ele vive no santuário, se não me falha a memória.

― Santuário? O que isso significa... ― Disse o ferreiro sem entender o que aquela senhora estava dizendo.

SAINT SEIYA - MARCADA PELA DOR.Where stories live. Discover now