• Ter-te

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"Deixo-me levar pelos cantos, os contornos e atalhos que alimentam a imensa vontade de ficar colada a ti pelo máximo de tempo que eu possa me permitir em nome do desejo de viajar pelo estrelar da tontura que as sensações me provocam, pois, você é tudo que eu não quero deixar escapar"

Ele me acompanha adentrando o quarto pouco iluminado. Luto com o peso da mala. Jeongguk pega a minha mão em protesto e eu insisto. Confesso que eu não me reconheço nesse instante. Estou um pouco eletrizada. Sinto-me fora do eixo mesmo estando no meu próprio quarto, o lugar que sei de cor cada detalhe dos cantos das paredes devido o enorme tempo que passo ali.

A mala é só uma desculpa. Meus sentimentos estão uma bagunça e faço tempo para poder organizá-los enquanto arrumo um canto para deixar o peso que puxo pelos braços. Sinto o olhar dele me acompanhando a cada passo.

- Você é desajeitada - Jogo um olhar de reprovação, fazendo cena com as mãos na cintura e me deparo com seu sorriso. Rio de volta, porque aquele é o meu ponto mais fraco. Sua risada tem um som gostoso e reconfortante. Fraquejo um pouco, pois foi exatamente disso que mais senti falta.

Seguro seu olhar por um tempo. Ele permanece calado e não é como se eu necessitasse de uma resposta. Abro os braços em convite e ando apressadamente em sua direção.

- Senti a sua falta - Falo enquanto o aperto em meio ao nosso abraço.

Procuro seus olhos novamente. São escuros, profundos e brilhosos. Nossos lábios se unem em uma dança lenta e harmoniosa. Acompanho o movimento do teu peito e levo minhas mãos para debaixo do seu moletom. Sua pele é macia e queima ao toque.

Deixo-me levar pelos cantos, os contornos e atalhos que alimentam a imensa vontade de ficar colada a ti pelo máximo de tempo que eu possa me permitir em nome do desejo de viajar pelo estrelar da tontura que as sensações me provocam, pois, você é tudo que eu não quero deixar escapar.

Os cheiros, os sabores, os toques, os arrepios, os suspiros, os beijos, as horas e todos os momentos. Eu queria reuni-los e guarda-los em algum lugar. Fosse numa caixa, fosse em você, fosse na inimaginável imensidão de minha memória. Eu queria preserva-las, congela-las e mantê-las guardadas como provas de que tudo isso realmente existe e que não se trata da minha imaginação. Mesmo sendo convicta o suficiente de que eu não seria capaz de inventar tudo isso sozinha de uma hora para outra, assim do nada.

Enquanto você me beija e mordisca a minha pele que se manifesta em arrepios e o meu corpo em tremor. Eu me convenço de que eu nada devo temer, porque no meio das curvas e lombadas, eu encontrei você e já era o suficiente. Eu já estava completa para não ter o que sofrer e do que desejar ter.

Eu já poderia muito bem morrer, pois a maior felicidade e satisfação que eu poderia ter é você.

Explico-te, Amor: A Arte de Amar • JKWhere stories live. Discover now