• Encontrar-te

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"Foi então que percebi, você sente o mesmo que eu sinto e em uma mesma intensidade, como se nós dois fossemos um único corpo amando com um único coração"

Caminho desconcertada, olhando para os lados em sua procura. Fico um pouco preocupada. Meus sentimentos estão intensificados, misturados e temperados pelo nervosismo, ansiedade e a saudade que me perturbou até aqui.

Tateio os bolsos e pego o celular. Vejo a hora, "está atrasado", penso. Será que está perdido ou esqueceu qual era o lugar que combinamos de nos encontrar? Talvez aconteceu um imprevisto ou teve que resolver algo do trabalho, não sei. Fico ali, criando teorias de forma precipitada, totalmente enganada.

Faço uma ligação que se encaminha para a caixa postal e suspiro. "Vou ter que me agarrar ao tempo e as forças incertas dos próprios acontecimentos", digo a mim mesma em silêncio. Tudo culpa dos sentimentos. Tento sozinha, procurar a sensatez que a confusão me rouba, até ouvir meu nome ecoar em um timbre de voz impossível de se esquecer.

A pronúncia do meu nome sobre teus lábios, entonados em tua voz abafada pelo tecido da máscara facial preta, embalados em seu sotaque me fazem arrepiar. Sinto uma descarga elétrica descer pelo meu corpo. Fico parada por um tempo observando-o se aproximar. Teu perfume me rodeia e foco nas profundezas e no brilho do seu olhar.

É inevitável, toda vez que você chama o meu nome me sinto especial. Como se, em tua boca, eu me tornasse outra. Rotineiramente, esqueço-me de mim entre os meus afazeres e preocupações. Tudo passa despercebido e me é frívolo. Mas, ver-te aqui ao chegar, me chamando... faz lembrar-me que existo e que sou sortuda. Muito sortuda.

Meus sentimentos são parafraseados por seus lábios. "Senti a sua falta" era o que eu queria dizer para ti. Mas, foi você que disse primeiro. Por um momento me confundi. Por quê meus pensamentos foram expressos por você? Foi então que percebi, você sente o mesmo que eu sinto e em uma mesma intensidade, como se nós dois fossemos um único corpo amando com um único coração.

- Jeongguk... - chamo seu nome em um sussurro.

Mesmo por baixo da máscara percebo que teu rosto carrega um sorriso. Você fala mais alguma coisa e eu não entendo nada por causa das emoções que me confundem. Seus dedos alcançam o meu braço, como se fosse uma tentativa de me puxar para a realidade novamente.

- Eu amo você - Falo naturalmente sem precisar de um estímulo. Digo isso, sem condizer com o desenrolar do momento, me fazendo parecer aleatória.

Percebo que você ri mais abertamente devido a minha desconcentração e minha declaração repentina. Me sinto boba de repente e começo a rir também. Porém, com mais intensidade. Entre as risadas energizadas que moviam o meu corpo para frente e para traz em êxtase, percebo que meu corpo e mente procuram um escapismo para minhas emoções.

- Você está nervosa. Eu te conheço bem - Jeongguk fala entre risos, removendo a máscara e revelando seu rosto... tão lindo.

Eu continuo ali rindo assistindo os movimentos de Jeongguk em minha direção. Ele segura a minha nuca e me rouba um beijo. Me seguro na alça da sua bolsa. Viajo entre nuvens, vejo as estrelas e alcanço o luar.

- É por isso que eu gosto de você... - A voz de Jeongguk é tão doce e calma próxima do meu ouvido que eu assimilo como uma cantiga por estar, ainda, confusa e tonta.

Jeongguk me abraça e suspira. Ficamos ali por um tempo dividindo o ar fresco do dia que amanhece banhando o céu com cores delicadas, claras e alaranjadas. Observo as nuvens, me concentro no conforto do corpo de Jeongguk no meu e mais uma vez naquela manhã, soou aleatória.

- Você é a causa da minha euforia.

Explico-te, Amor: A Arte de Amar • JKOnde as histórias ganham vida. Descobre agora