Prólogo - Mandy Donovan

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Às vezez eu paro e penso: talvez eu seja uma idosa no corpo de uma jovem

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Às vezez eu paro e penso: talvez eu seja uma idosa no corpo de uma jovem.

Aos dezoito anos eu já suportei muita coisa. Falta de amigos no colégio, auto isolação, e o principal, tive que lidar com a morte da minha mãe aos oito anos.

A morte dela foi o meu fim.

Eu já era meio afastada do mundo, depois da morte dela então...

Eu sonhava com o dia que eu me formasse e ela e o meu pai estariam lá comigo, ou se eu fosse me casar algum dia ela estaria lá me ajudando em tudo. Não que me casar fosse um sonho, mas eu imaginava.

Ela era a jóia mais preciosa que eu tinha e a vida tirou de mim.

Mas voltando aqui, meu pai e eu vivemos em Anson, uma cidadezinha no Maine, Estados Unidos, onde neva pra caraca! Mas é um bom lugar para se viver, bom, eu acho...

Levo a vida de uma adolescente normal, terminei o ensino médio com dezessete anos e ainda não trabalho, meu pai não quer que eu trabalhe por enquanto, mas uma hora ele vai ter que me deixar voar com minhas próprias asas, afinal, eu tenho que ajudá-lo com as despesas de casa.

Nunca fui uma pessoa sociável, não tenho amigos, sempre ficava sozinha no colégio, mas se você chegar e conversar comigo, eu converso contigo normalmente. Meu pai sempre se preocupou com isso de eu não ter amigos, mas eu tenho à ele e é isso o quê realmente importa.

Apesar de eu e minha mãe sermos como unha e cutícula, meu pai e eu somos com cílios e pálpebras. Eu o amo muito.

Lembro-me de quando fizemos o enterro da minha mãe. Só fomos eu, o papai, uns amigos deles e só. Nossos parentes moram longe daqui, então nenhum deles pôde estar presente.

Meu pai estava completamente desolado. Ele chorava incessantemente, sem parar. E eu não estava diferente.

A dor de perder o ser que eu mais amava na vida se misturava à dor de ver meu pai daquele jeito.

Eu estava abraçada à ele enquanto observávamos o caixão ser enterrado.

O choro do meu pai era alto e cheio de dor. Eu podia ver que ele já estava perdendo o fôlego de tanto chorar, enquanto eu com meus bracinhos pequenos de uma garotinha de oito anos o apertava e dizia que tudo ficaria bem. Nem eu mesma acreditava em minhas próprias palavras.

O que seria de mim dali pra frente? O que seria de nós dali pra frente?

Todas as noites eu podia ouvir meu pai chorar baixinho em seu quarto, escondido. Aquilo me doía de uma tal forma que eu não conseguia dormir e acabava chorando também.

Durante o dia, ele sorria para mim e se mostrava forte, mas quando a noite chegava, trazia junto a sua fraqueza.

Já teve noites que eu não agüentei o ouvir chorando e ia até seu quarto. Me sentava na cama ao seu lado e começava a fazer carinhos em seus cabelos para que ele se acalmasse. Em todas as vezes ele dormia antes de mim.

Eu sempre fui mais forte que meu pai emocionalmente. Porém ainda sou sensível, só não gosto de demonstrar.

Os dias foram se passando, e a dor, apesar de ainda presente, já não machucava tanto como antes.

Meu pai fez seu papel e o papel de mãe comigo.

Me ajudava na hora de comprar roupas (menos as íntimas, claro), penteava meu cabelo quando íamos sair, e até que ele levava jeito, cantava para mim na hora de dormir, mesmo admitindo que não cantava bem como a mamãe – tanto que uma hora ele resolveu parar com as músicas e optou por histórias, ele era melhor nisso.

Enfim. Ele deu seu melhor para cuidar de mim. Fez o que podia e o que não podia fazer só para que eu tivesse tudo o que queria. E mesmo que não tivesse de fato tudo, para mim não importava. Ele estava comigo e isso já era o meu tudo.

No meu aniversário de quinze anos nós viajamos para Cancun, no México. A diferença do clima era gritante.

Enquanto no Maine era sempre frio, nevoso e quase todos os dias nublados, em Cancun era ensolarado e caloroso. Um clima bem agradável, mas não foi o suficiente para bronzear minha pele branca quase pálida.

Aproveitamos e visitamos o meus tios e minha prima. Nós somos bem diferentes. Eu sou quase um fantasma e ela tem sua linda pele levemente bronzeada. Nossos cabelos são diferentes e nossos rostos também.

Minha mãe e a mãe dela eram irmãs.

Depois dessa – primeira – viagem que eu tive – e única – voltamos para Anson. E assim continuamos a nossa vida.

Tudo parecia em ordem, até que eu conheci meu novo vizinho, Zac Trayne. Ele foi como um vento que foi bagunçando tudo em minha vida, mudando tudo completamente, e nada mais foi como antes...

~•~•~•~•~

Então meus amores, por enquanto é isso, como eu disse, capítulos serão postados em breve.

Não desistam de mim, nem da Mandy e nem do misterioso Zac Trayne.

Beijinhos e até breve!! ❤❤

Coração De GeloOnde as histórias ganham vida. Descobre agora