Capítulo 17

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        Madeleine estava se perguntando pela milésima vez o porque tinha aceitado em vim ao bar, nada a animava maneira alguma. Jena conversava animadamente tentando em vão tirar a cara de velório. - Que tal você atender as mesas, é cansativo mais fará você esquecer os problemas por um tempo. Jena diz quando o bar começava a encher a cada minuto. - Eu não sou boa em fazer isso Jena. Diz mordendo o lábio apreensiva. - Não tem segredo nenhum Madie e você vai gostar. Jena diz entregando uma bandeja com quatros copos. - Está vendo aquela mesa onde tem quatros homens? É a mesa dois, leve esses copos para lá. Fala apontando para mesa do outro lado. - Está bem, mas se eu derrubar a bandeja e quebrar os copos? Pergunta nervosa segurando a bandeja com as mãos trêmulas. - Não vai não. Jena diz sorrindo. Madeleine então caminha devagar com medo de derrubar a bandeja, pessoas passam por ela quase esbarrando-se. Ela suspira de alívio quando se aproxima da mesa e coloca a bandeja sob os olhares maliciosos dos homens. - Trabalhando aqui agora gatinha? O cara ao lado pergunta mordendo o lábio. Madeleine engole em seco e quase cai ao tropeçar em seus próprios pés, o cara a segura a tempo antes que ela estatelasse no chão. - Cuidado amor. Ele diz apertando a sua cintura. - Eu estou bem. Diz querendo se soltar de suas mãos. - Como é o seu nome? Ele a pergunta provocando. - Me deixe ir por favor. Fala quase chorando. Afinal nunca havia passado por nada igual, não sabia como agir diante daquilo. - Eu sou Richard, agora me diz o seu nome linda? Pergunta com a voz grossa. Os outros três apenas riam deles dois fazendo-a envergonhar ainda mais.
       Noah fechou o freezer após colocar várias cervejas para gelar, saiu da cozinha em direção ao caixa, parou abruptamente quando viu a cena mais nojenta em sua frente : Madeleine sendo acusada por quatros homens que pareciam se diverti com o seu constrangimento, um dos homens mantida as mãos em seu corpo de forma indecente. Não, isso não acontecia em seu bar, não no bar Rashford! Ali não era somente um bar e sim um local de respeito, sempre eles lutaram por isso desde que Jena havia entrado ali. Ninguém se atreveria mexer com sua irmã e não era agora que deixaria isso acontecer logo com a Madie. Sem pensar em mais nada andou rápido até chegar a mesa dos caras, foi difícil por causa da quantidade de pessoas que estavam ali. - Solte-a. Diz com a voz grave. O homem o olhou com desdém e sorriu. - O assunto é entre eu e ela. Fala fazendo a raiva de Noah crescer cada vez mais, o que ele pensava que era para tratá-la daquela maneira? - Eu falei para soltá-la, está surdo? Perguntou cerrado os dentes sem desviar os olhos para Madeleine. Sabia que ela estava envergonhada por está naquela situação. O cara riu com ironia e levou o copo com cerveja à boca tomando um gole rápido. - E aí benzinho você quer ir? Pergunta olhando para ela com desejo. Ele viu Madeleine ficar pálida e estremecer, então ela o olhou apavorada como se pedisse ajuda. Noah cerrou os punhos e avançou sobre ele puxando a gola da camisa com bastante força, o que o fez soltar Madeleine que logo correu para fora do bar chorando. - Eu quero que você caia fora daqui seu imbecil! Noah grita furioso agarrando a blusa com mais força quase rasgando-a. Will chega afastando Noah do cara que o olha furioso. - O que é isso? Pergunta o segurando com mais força impedindo Noah de avançar sobre o outro cara novamente. - Esse filho da puta tentou agarrar a Madie! Grita tentando se soltar de Will. - Como é que é? Pergunta chocado olhando para o outro que se encolhe de medo. - Eu vou matá-lo! Noah diz puxando seu braço. Jena chega correndo ao vê o alvoroço. - Que briga é essa aqui? Pergunta de olhos arregalados segurando duas cervejas em latas. - Tira esse covarde daqui antes que o parta em dois. Noah diz furioso. Os outros caras puxa o amigo e o leva para fora. - Alguém pode me explicar o que está havendo aqui? Jena grita sem paciência. Noah olha para ela e depois para os lados procurando por Madeleine. - Onde está a Madie? Ele pergunta à Jena que dá de ombros. - Noah o que houve? Pergunta preocupada. - Quem teve a ideia de colocar a Madie para atender as mesas? Pergunta irritado passando às mãos pelos cabelos. - Fui eu... o que aconteceu? Pergunta hesitante. - Mas que droga Jena! Grita frustrado. Will se aproxima também com raiva. - Um cara tentou agarrar a Madeleine. Diz entre dentes. Jena engoliu em seco e olhou para os lados preocupada. - Cadê ela? Pergunta se dirigindo para cozinha. - Acho que a vi saindo. Will diz olhando para a entrada do bar. Noah sai em disparada em sua procura, na calçada olhou para os dois lados.
       Madeleine se agachou perto de uma árvore, estava ofegante pela corrida e pelo pânico que a pouco vivenciara. Pelo alguns terríveis minutos achou que aquele homem a atacaria, mas ao vê Noah em sua frente defendendo-a sentiu um grande alívio. Ele estava ali para defendê-la e sim se sentia segura somente em vê-lo. Mas ela ficou tremendo de medo ao notar o olhar de Noah para o homem, era algo que nunca vira nos olhos dele, uma fúria que seria capaz de quebrar tudo em sua frente. Com medo de vê-lo perder a cabeça e fazer algo com o homem ela saiu correndo sem ao menos saber para onde, não foi muito longe deu até para vê quando os homens que a assediava foram embora em um carro. Ainda tinha pesadelos com o monstro do Clinford e após vivenciar aquilo à pouco no bar, ela se sentia mal, lembrando dos momentos de terror naquela noite. Ficou ali na calçada da rua chorando alto, se sentindo mais uma vez sozinha em um lugar estranho.
       Noah estava sentindo o gosto do pânico invadi-lhe ao não vê nenhum sinal de Madeleine. Onde ela havia se metido? Ela nem conhecia muito Nova York e era perigoso ficar sozinha pela ruas aquela hora da noite. Estava a ponto de chamar ajuda quando ouviu soluços atrás de si, foi como tivesse voltado para aquele dia em que havia encontrado-a jogada em um banco de praça. A viu sentada na calçada não muito distante, sua cabeça estava apoiada em seus joelhos e ela escondia o rosto com os braços. Sem pensar atravessou a rua movimentada e se abaixou em sua frente. - Graças à Deus eu encontrei você. Diz com um suspiro de alívio. Madeleine ergue o rosto surpreso banhado de lágrimas. - Noah. Diz em um sussurro. Noah envolve o seu rosto com as mãos. - Você está bem? Pergunta acariciando o seu rosto com os dedos. Madeleine tenta abaixar a cabeça mas ele a impede com um gesto firme. - Eles já foram embora. Diz com raiva. Só de lembrar o que aquele desgraçado havia feito com ela seu sangue fervia. - Eu prometo que nunca mais isso irá acontecer. Fala com a voz mais grossa. Madeleine pisca os olhos e abre a boca para falar algo só que a fecha sem dizer nada. - Eu juro que o próximo que se aproximar de você daquela maneira eu irei matá-lo. Fala entre dentes fazendo-a se encolher sob o seu olhar. - Desculpa eu não quis assustá-la. Diz tirando uma mecha do seu cabelos que voou para o seu rosto. Sente que ela estremece sob os seus toques gentis e uma lágrima escorre do seu olho direito assustando-o. - O que houve Madie? Ele fez algo com você? Pode me dizer que vou achá-lo no inferno só para matá-lo. Diz engolindo em seco.
         Madeleine não conseguiu segurar as lágrimas mais uma vez e chorou sendo amparada pelos braços quentes de Noah. Não chorava por causa daquele homem nojento que a constrangera, e sim por sentir que estava perdidamente apaixonada por aquele homem em sua frente. Não havia mais dúvidas sobre isso, não quando sentia ele apertando-a contra si, não quando aspirou o seu perfume delicioso, não quando estava se sentindo em casa depois de somente se sentir sozinha por tantas vezes. Não apenas gostava dele, estava amando-o com todas as suas forças como nunca amara antes em sua vida. Agarrou-se à ele enquanto o molhava com as suas lágrimas, sentiu-o beijar o topo de sua cabeça e acariciar as suas costas consolando-a. Aquilo era tão certo, tão simples e ao mesmo tempo complicado,simples porque somente aquele abraço era capaz de fazê-la se sentir segura e complicado porque o sentimento não era recíproco, ela o amava, mas e ele? Porém ela ficaria a vida toda no meio dos seus braços, não tinha melhor lugar para ficar.
         Noah sentiu seu coração errar uma batida quando sentiu Madie aspirando o seu perfume na curva do seu pescoço. Esse gesto o fez ter vontade de erguer o seu rosto e aproximar seus lábios dos dele e beijá-la. Madeleine estava tão frágil em seus braços que ele não ousou fazer nem um movimento por medo de assustá-la, ele achou que tinha ido ao inferno em vê ela sendo abordada de forma grotesca em seu bar. Um vento frio soprou sobre eles fazendo-o apertá-la mais em seus braços. O inverno estava se aproximando de Nova York, logo as ruas estariam cheias de neve, então o caos se estalaria como todos os anos. - Vamos voltar. Ele diz baixinho e a sente ficar tensa em seus braços. Ela se afasta e estremece e parece estar envergonhada.
           Madeleine só se deu conta do que estava fazendo quando ele falou para que voltassem ao bar. Então em um movimento rápido se afastou dele constrangida por ter ficado aspirando o perfume dele descaradamente, mas ao se afastar perdeu o calor que havia sentido enquanto estava sendo abraçada. Ele fica de pé e estende a mão. - Vem vamos Madie, está fazendo bastante frio. Diz e ela pega a mão sentindo o calor voltar apenas com um toque. - Obrigada Noah. Ela diz com a voz rouca de tanto chorar. Ele sorri e tira a sua jaqueta sem tirar os olhos dela,as tatuagens dele logo ficam visíveis, ou estava ficando cega de paixão ou ele estava ficando cada vez mais lindo. - Deixa eu colocar essa jaqueta em você. Diz e ela assente atônito. Noah a veste com a sua jaqueta, e ela sente quentinha outra vez, sentindo o seu cheiro impregnado na peça de roupa. Ele sorri outra vez, um sorriso bastante sexy que a fez ofegar. - Vamos, a Jena deve está preocupada. Ele diz coçando a barba. - Eu quero ir embora. Diz nervosa. Ainda não estava bem o suficiente para voltar ao bar, tinha medo de acontecer outra vez. Noah respira fundo e a olha sério. - Não precisa ter medo Madie, eu falei e repito se alguém tentar tocar em você eu irei fazer pagar caro. Fala irritado. - Noah... eu não quero que você faça nada por minha causa. Diz apertando a jaqueta em torno de si. Ele cerra os punhos e morde o lábio tentando manter o controle. - Eu nunca que irei permitir esses tipos de coisas, não no bar Rashford, nós lutamos para conseguir respeito e não vai ser nenhum filho da puta que irá fazer merda e sair impune. Fala com raiva. Madeleine respira com dificuldade ao vê-lo daquele jeito, não queria que ele perdesse a cabeça e destruísse a sua vida por sua causa. - Eu nunca que iria viver em paz sabendo que você destruiu a sua vida por minha causa. Diz com a voz sofrêga. Noah se volta para ela se aproximando cada vez mais. Contorna seu rosto com as pontas dos dedos com suavidade, limpando uma lágrima teimosa que insistiu em cair pelo seu rosto. - Eu odeio te vê chorando. Diz com a voz rouca limpando outra lágrima que começava a descer. Madeleine sentia as pernas virarem gelatina, sentia que naquele rua movimentada estava somente ela e ele. - Você é tão linda. Fala contornado agora a boca que entreabre com o seu toque. O olhar dele mudou, o azul ficando mais escuro, intenso e ela se viu nas pupilas quando ele se aproximou ainda mais. Ele iria beijá-la, Madeleine pensou e passou a língua pelos lábios secos ansiando pelo beijo, queria sentir o seu gosto, queria ser beijada por Noah. Que Deus a ajudasse! Fechou os olhos ao sentir o nariz dele tocar o seu, mas um toque bem longe o faz se afastar praguejando. - Droga! Ele diz pegando o celular de seu bolso.
         Noah já não controlava seus movimentos quando tocou no rosto macio de Madeleine. Ela o olhava de uma maneira diferente, como se o adimirasse, então ele se aproximou afim de provar daqueles lábios que tanto tiravam o seu sossego. Quando ela passou a língua pelos lábios viu que era um convite para ele beijá-la. Nossa! aquele gesto havia o enlouquecido de uma tal maneira que acabou por quebrar a pouca distância que existia entre eles e iria beijá-la ardem ente. Porém o toque do seu celular o fez parar, e ele teve que atender. - Oi Jena. Diz virando-se de costas para Madie. - Onde você está? Achou a Madie? Pergunta apreensiva. - Ela está bem, estamos aqui na rua. Diz passando a mão pelos cabelos. - Noah você precisa voltar, o bar está lotado. Diz em meio a falaria. - Estou indo, vou levar a Madie em casa. Fala e desliga após falar outras coisas. - Vamos, vou deixá-la em casa. Diz sem olhá-la nos olhos. Se não fosse o telefonema de Jena ele a tinha agarrado no meio da rua e mesmo que desejasse ardentemente isso não queria fazer no meio das ruas de Nova York.
    

     

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