Capítulo 8

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        Mesmo a contragosto Madeleine resolveu ficar até fecharem o bar, e era umas quatro horas da madrugada. A pior parte foi a volta para casa já que Noah voltou com elas, ela nem ao menos olhou em sua direção. E nem olharia, pois ele tinha uma namorada mega ciumenta que seria capaz de matá-la só de saber que ela estava olhando para ele. Deus que a livrasse disso. Jena puxava papo com ele, enquanto ela se ocupava em ficar olhando para as ruas perdida em seus pensamentos. Se sentia um pouco deprimida após a cena romântica dos dois bem na sua frente, ela nunca havia sentido isso com relação à nenhum homem. O que ela deveria fazer era ir embora de Nova York enquanto ainda estava com o coração intacto, pós pressentia que ele não demoraria a se machucar e o pior sentia que Noah seria o motivo. Logo chegaram em casa e ela se dirigiu direto para o quarto sem ao menos comer alguma coisa, não queria mais olhar para cara dele.
          Noah deitou em sua cama e fechou os olhos com força. Porque tudo estava dando errado para ele? Depois do show de possessivo de Camila, Madie ficou ainda mais distante dele, nem sequer o olhou uma única vez. Tudo que queria naquela noite era ter conversado com ela para conhecê-la melhor, saber dos seus sonhos e planos. Mas a desvairada da Camila tinha que aparecer justo naquele momento para atazanar o seu juízo. Ela não conhecia limites e ele tinha que manter uma distância segura daquela mulher. Estava sentindo muita raiva, raiva dele mesmo, da Camila, do Cris e da pequena e adorável Madie, que não permitia que ele se aproxime dela.
         No dia seguinte, logo depois do café da manhã eles se reuniram ao redor da piscina no terraço da casa. Era domingo, e sempre costumavam ficar de bobeira. Madeleine estava sentada em uma espreguiçadeiras acompanhada de Jena que mandava mensagens no celular. Dessa que Noah aparecera ali, ela mantia o controle para não olhá-lo o que era uma tarefa quase impossível, já que ele estava apenas com um short leve de banho, e ela viu as suas outras tatuagens que ficavam escondidas. Será que ele tinha nas partes íntimas também? Se perguntou ao olhar para a perna onde ele tinha uma tatuagem na canela. Mas que droga! Não era para ela olhar! Pensa desviando o olhar para a piscina de água límpida. Ela havia vestido um biquíni floral mas ainda estava com uma saída de banho de crochê que era de Jena. Não conseguiria ficar apenas de biquíni com ele logo ali.
         Noah deu um mergulho na piscina para tentar dissipar o calor quando viu Madie apenas de biquíni. Ela tinha ideia de quanto a sua bunda era maravilhosa? Caramba! Ela era toda perfeitinha. Ela parecia está tímida em ficar assim tão exposta, mas Jena conversava com ela tentando animá-la. Ele continuou a nada de um lado para o outro sem cessar. Só saiu quando estava exausto e se dirigiu a mesa onde se sentou. Seu celular começa a tocar e é um número desconhecido. Quem era? Atendeu. - Alô? - Oi quero falar com Madeleine. Fala uma voz doce do outro lado da linha. - Quem é? Ele pergunta. - Sou a mãe dela, e você quem é? Ela o pergunta. - Noah. Responde e a mulher fica em silêncio. - Oi ainda está aí? Pergunta. - Você é o que do Clinford? Ela o indaga. Clinford? Quem era Clinford? - Sou amigo. Resolve dizer. - Minha filha está aí? O senhor a conhece? Pergunta nervosa. - Sim, vou passar para ela. Diz e se dirige à ela que está deitada com óculos de sol no rosto. - Madie? A chama e ela quase cai da cadeira ao ouvir a sua voz. - Telefone para você. Diz estendendo seu celular. Ela o olha engolindo em seco e pega o aparelho com as mãos trêmulas. - É a sua mãe. Diz se afastando. - Oi mãe. Diz ao colocar o aparelho no ouvido. - Filha quem é esse Noah? Pergunta. - É um amigo. Responde. - Já fez amigo por aí? Madeleine respira fundo, odiava mentir para a sua mãe. - Ele é legal. Diz simplesmente. - Como você está? - Estou bem mãe. - E a criança está dando trabalho? A indaga com curiosidade. - Só às vezes, mas estou amando. Responde. - Sinto tanto a sua falta meu amor. Fala com angústia na voz. - Eu também mãe, logo estaremos juntas. Disse tentando alegra-lá. - Eu espero meu anjo. - Mãe preciso desligar, beijos, te amo muito. Diz  e elas se despedem. Madie se levanta da cadeira e vai até onde Noah estava sentado. Will conversava com os pais em outra mesa. - Obrigada. Ela diz entregando o iPhone à ele. - Quem é Clinford. Noah a pergunta curioso. Madeleine engole em seco ao ouvir o nome daquele homem. - Era o homem para quem eu ia trabalhar. Diz baixinho. Noah a olha e morde o lábio inferior. Era um gesto que não tinha segundas intenções porém ela sentiu um calor entre as suas pernas. - Ela perguntou quem eu era. Diz e dá um gole em sua bebida. - Eu disse que era um amigo. Ela fala sem olhá-lo. - Obrigada. Diz e se retira com as pernas trêmulas.
        Durante ao longo do dia não falou mais com ele, ela tomou banho de piscina e até brincou de vôlei com Jena, Will e Cris que chegou depois. Nunca havia se divertido tanto em sua vida. Noah havia saído e não disse para onde ia, sua mãe demonstrou preocupação com ele dizendo que Noah não estava bem. Seu Roger a acalmou dizendo que devia ser besteira, besteira ou não ele não parecia está bem. Seria culpa dela? Se perguntou.
         Noah praticamente jogou a caixa com cervejas em cima do balcão. - Calma cara,vai quebrar as garrafas. Will reclama e ele não diz nada. - O que houve? Pergunta curioso. - Nada. Responde rude e volta para o bar. Como ainda era pela manhã, não tinha tanta gente no bar, apenas dois caras que bebiam em uma mesa e um casal que pareciam apaixonados. Ao vê-los ficou ainda mais irritado. Encostou no balcão e ficou olhando os dois trocarem olhares intensos e risinhos bobos. - Ele fizeram alguma coisa? Jena pergunta ao vê o olhar de raiva direcionado ao casal. - Não. Reponde ríspido. - Noah o que está acontecendo com você? Pergunta preocupada. Ele permanece em silêncio. - Sério, a mamãe vai ficar careca de tanta preocupação e eu estou indo pelo mesmo caminho. Diz tocando em seu braço. - Só estou cansado. Responde olhando novamente para o casal que trocam um beijo apaixonado. - Cansado de que? O indaga. - Deixa para lá. Resmunga. - Me conte por favor, você está esquisito mano. Jena toca no seu rosto e o acaricia. - Eu estou com raiva. Fala olhando-a. - Eu percebi enquanto você estava descontando a raiva nas coisas. Diz sorrindo fraco. - Porque a Madie não gosta de mim? Pergunta baixinho. Jena o olha confusa. - Quem disse isso? Pergunta hesitante. - Eu não sou burro Jena! Ela fala com todo mundo até com o idiota do Cris e nem dirige o olhar para mim. Diz frustrado. - Noah, eu não sei o que dizer. Fala com carinho. - Eu nunca percebi que ela te evitava. Fala. Noah respira fundo. - Fui eu que a salvei das ruas! Diz com raiva. - Mano tenha calma, conversa com ela e pergunte. Diz. - Ela não vai querer, sempre foge de mim. - Tente Noah. Diz e sai para atender um cliente.
        Madeleine bordava uma toalha com muita concentração. Estava adorando praticar crochê e sempre fazia isso ao lado de Grace. - Eu sempre queria que a Jena me acompanhasse mais ela nunca se interessou. Diz Grace bordando uma flor na tolha branca. - Agora tenho você. Diz sorrindo. De repente a porta se abre e Noah entra com a cara de poucos amigos. - Oi filho. Grace o cumprimenta sorrindo e logo fecha a cara ao vê a sua carranca. - Aconteceu algo no bar? Pergunta curiosa. - Não. Ele responde e vai para cozinha e retorna com uma maçã na mão. - Esta hora por aqui? Grace o fitava com curiosidade. - Eu mereço um tempo de descanso. Diz sentando no sofá e ligando a TV colocando em um canal esportivo. Grace o observa em silêncio. Madeleine continuava bordando sem desviar o olhar da tolha. Ele tentou prestar atenção no jogo de futebol americano, mais seu coração parecia querer explodir com uma raiva que aumentava a cada minuto. Quando havia chegado na sala Madie sorria tranquilamente com Grace mais só de vê-lo ficou retraída com a sua presença. Que droga! Que droga! - Madie eu irei na lojinha que fica bem aqui e comprarei as linhas das cores que falta. Grace se levanta. - Pode continuar, volto já. Diz e sai deixando-os a sós.
          Madeleine sente as suas mãos suarem, limpa no vestido floral que usava tentando secá-las. Noah comia a sua maçã tranquilamente olhando o seu jogo, ele tinha aberto a camisa e tirado os tênis dos pés. Não podia ficar ali senão iria passae mal! Se levantou e deixou a tolha sobre o sofá. - Para onde vai? Noah a pergunta a olhando intensamente.
        Noah estava esperando se ela iria deixar a sala ao está somente com ele ali. Ao vê-la se levantar não conseguiu segurar a língua e perguntou para onde ela ia. - Vou ao quarto. Responde um pouco baixo demais. Ela estava se afastando mais uma vez dele! Porque Deus? - Porque? Pergunta se levantando e deixando a maçã comida em cima da mesa de centro. - Porque o que? Pergunta nervosa. - Me diga o porquê me evita tanto. Dispara com raiva. - Eu juro que quero entender mas não consigo. Fala em tom de súplica. Madeleine o olha assustada. - Eu não te evito. Ela diz gaguejando. - É claro que faz, toda vez que estou perto você sai. Fala e se aproxima aos poucos dela. - Eu não sei o que fiz para você me ignorar assim, isso está acabando comigo. Fala e passa as mãos pelo cabelo. - Noah eu não faço isso. Ela diz assustada. - Você faz porra! Ele grita e a porta é aberta e Grace entra chocada ao vê o filho gritando com ela. - Mas o que é isso? Pergunta chocada jogando uma sacola no chão. Madeleine corre para o seu quarto. - O que foi isso Noah? Pergunta irritada. - Mãe eu não queria ter gritado. Diz se sentando no sofá colocando a cabeça entre as mãos. Porra! Ele tinha feito uma grande merda. - Eu vou vê-la mais vou ter uma conversinha com você. Diz e sobe às escadas rapidamente.
        Madeleine chora agarrada as almofadas, ela estava tremendo de medo. Porque ele a tratara daquele modo? O que ela tinha feito? Nunca que pensaria que Noah gritasse com ela daquela maneira. A porta se abriu e dona Grace entra com a preocupação estampada na cara. - Madie me desculpa pelo meu filho, por favor. Diz sentando na cama. - Eu não sei o porque ele anda tão nervoso ultimamente. Fala nervosa. Madeleine tentava controlar as lágrimas. - Acho melhor eu ir embora. Diz entre alguns soluços. - Não faça isso meu bem. Diz triste. - Eu faço ele pedir desculpas a você. Diz acariciando a mão dela. - Eu não posso continuar aqui, eu estou sendo uma intrometida em sua casa. Diz Parando de chorar e apenas fungando. - Você não nos incomoda em nada, aliás depois que a senhorita chegou eu estou mais feliz, você é minha companhia, sempre ficava aqui só e agora eu tenho você. Fala emocionada. - Por isso que eu falo para você nem se preocupar com esse negócio de trabalho. Continua a falar. E era verdade, sempre que tocava no assunto trabalho, Grace fazia questão de mudar de assunto dizendo para ela não se preocupar, mas ela sabia que tinha que arrumar um emprego para ajudar nas despesas de casa, não era certo aceitar dinheiro deles para enviar a sua mãe. - Eu agradeço muito à senhora por me acolher tão bem em sua casa, ninguém fez isso por mim um dia, mas preciso ir embora, talvez aceite a passagem para voltar ao Colorado. Fala com o coração apertado. - Madie pense bem. Fala angustiada. - Eu vou falar com o Noah, quero saber o porque da sua rebeldia. Fala e sai do quarto.
         

Minha Esperança - Livro Um.Onde histórias criam vida. Descubra agora