Ninguém Gosta Dessa Cidade Durante o Frio

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     Não havia nada além de poças de água e brinquedos velhos e abandonados naquele parque local

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Não havia nada além de poças de água e brinquedos velhos e abandonados naquele parque local. Hope Christine Johnson, apesar disso, permaneceu sentada em um dos quatro balanços dispostos ao longo do gramado por pelo menos trinta minutos, aguardando que o esperado acontecesse.

— Eles não vêm — disse o demônio.

Damon estava sentado em um balanço também, aproveitando os impulsos provocados pelos seus pés para ir e voltar repetidas vezes. Hope nem se esforçava para acompanhá-lo, totalmente desanimada pelo frio e pela decepção de não encontrar Barth e Brooke no parque mesmo depois de ela ter pedido para que fossem até ali encontrá-la.

— Hope, eu também não sairia de casa a pedido de uma louca que passa as suas noites de sexta sentada sozinha no balanço de um parque infantil.

Johnson balançou a cabeça.

— Talvez não tenham visto meu bilhete. Joguei junto com uma pedra na sacada do quarto deles, como sempre, mas pode ter acontecido de não terem percebido.

Hope parecia estar tentando convencer alguém além de Damon. Talvez a si mesma.

— Ou talvez seus amigos prefiram não te ver.

Hope virou o rosto para Damon, definitivamente afetada pelas palavras dele. O problema não era o abandono por parte de seus amigos, nem a frustração do falho plano que ela tinha de contar tudo o que sabia para eles e então pedir ajuda na solução do mistério.

O problema era o medo. Ela odiava o pensamento de que o medo era capaz de fazer amigos abandonar amigos.

— Há alguma coisa errada — disse Hope, sentindo um arrepio subir pela sua espinha.

O demônio parou de se balançar e sorriu. Hope olhou para a água parada de uma das poças sobre a grama, abaixo de seus pés. Viu o espelho da lua, das nuvens carregadas ao seu redor e, também, viu uma parte do próprio reflexo. Seu rosto estava deformado pelo movimento da água, seus olhos completamente escuros devido à falta de iluminação.

Se alguém os visse sentados ali, provavelmente diria que ela era o demônio

Hope sentiu medo daquele pensamento. E se estivesse se transformando em um demônio? De tanto que escutava um, seria compreensível que começasse a pensar como um. Talvez ela tivesse agido errado ao pensar em chamar Brooke e Barth para aquele plano maluco. Uma pessoa sensata não incluiria os amigos em algo que pudesse ser perigoso, a não ser que fosse egoísta o suficiente para não pensar na segurança deles.

Droga.

— Você não precisa deles, Hope. Nunca precisou. — Damon disse.

Ele não estava incomodado com a ausência de Barth e Brooke, Hope percebeu. Ela sentiu a influência do pensamento dele estagnada no seu cérebro como uma melodia conhecida. Era impossível de ignorar, de não se deixar levar. Parecia a única coisa certa a se fazer. Então, se Brooke e Barth poderiam correr perigo ao ajudá-la a descobrir o que estava acontecendo na cidade, ela iria sozinha.

Baby, Don't Go #1 (LIVRO FÍSICO)Where stories live. Discover now