Você Não Pode Me Ajudar

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O resto do dia na escola foi estranho, porque de repente Hope via tudo de uma maneira diferente

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O resto do dia na escola foi estranho, porque de repente Hope via tudo de uma maneira diferente. Os alunos, professores e outros funcionários pareciam pessoas completamente distintas das do dia anterior. Depois do acidente, foi como se todo mundo guardasse um grande segredo sujo. O tipo de segredo que causava vergonha, que fazia desviar o olhar.

Hope voltou para a aula de história depois de dez minutos de conversa com Susan, a enfermeira da escola. Ela lhe aconselhou a ir para casa, mas Christine recusou. Não queria ficar sozinha e dar outra oportunidade a Damon para que bagunçasse com a sua cabeça. Havia entendido que distrações o afastavam melhor do que lutas, e se manteria ocupada com outras pessoas e atividades se aquilo significasse ficar longe dele.

Quando entrou na sala de aula, o professor Blake parou de falar e esperou que ela sentasse. Foi uma atitude gentil, mas gerou péssimos resultados para Hope, que recebeu mais atenção do que gostaria.

Ela andou direto até a carteira vazia ao lado de Barth e se encolheu o máximo que conseguiu, escutando a aula voltar enquanto os alunos se esqueciam daquela cena. Hope queria não se importar tanto assim com o que eles pensavam. Um demônio deveria ter feito com que ela desse menos valor a julgamentos mundanos — afinal, se Damon existia então deveria haver um ser superior bem mais digno de julgamentos para condená-la —, mas era difícil se livrar totalmente daquelas paranoias.

— Você está bem? — Barth perguntou.

Hope concordou com a cabeça, porque era verdade. Desde que saíra da enfermaria não ouvia as vozes, nem a música. Estava começando a se acalmar, mesmo que ainda se sentisse envergonhada e cansada.

Barth notou que a amiga não estava sendo totalmente sincera e tirou um pirulito em forma de coração do bolso externo da mochila, entregando a ela com um sorriso. Hope aceitou o doce de bom grado, apreciando o gesto, e se dedicou a prestar atenção ao resto da aula sem deixar que sua cabeça desviasse o foco para Thomás, Damon ou Audrey.

Quando as aulas acabaram Hope havia conseguido manter a mente longe de todas aquelas guerras, e saiu com Barth ao seu lado para que fossem juntos para casa. Haviam combinado de visitar Brooke para saber se ela estava melhor, porque os dois não tinham notícias dela desde que Barth havia passado em sua casa, naquela manhã. Eles queriam muito saber como que andavam as dores de Simons depois da tragédia na pista de corrida.

Quando estavam descendo os degraus da entrada principal da escola Hope viu Dylan Knigth, e seu coração gelou. Ela não soube o motivo de tanto nervosismo no momento, mas suspeitou que fosse por causa das marcas de suas unhas expostas no pescoço dele. Mesmo com o garoto longe, conversando com os caras da banda perto do carro temporário de Thomás, ela se sentiu mal por um momento, lembrando da noite anterior. Hope não queria que aquilo tivesse acontecido; sua existência era uma luta constante para não deixar marcas na vida das pessoas, e aqueles aranhões na pele de Dylan iam totalmente contra os seus esforços.

Baby, Don't Go #1 (LIVRO FÍSICO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora