— Você precisa prestar mais atenção! Que droga. Quando vai começar a ter responsabilidade?
Hope Christine Johnson tentava não escutar a discussão entre Brooke Simons e a mãe — odiava invadir a privacidade alheia —, mas era impossível. As duas gritavam tanto que três paredes de concreto não seriam o suficiente para sufocar o som de suas vozes. Ela teve que colocar um dos discos de Brooke para tocar, e, mesmo que não tivesse adiantado muito, foi o suficiente para pelo menos a distrair da maior parte do que era dito na andar inferior da casa.
Season Of The Witch tomou conta de cada pequeno fragmento do quarto de Brooke, e Hope nem precisou deixar o som muito alto. Foi necessário apenas a introdução e alguns poucos passos de dança para que ela estivesse totalmente imersa naquela melodia, notando, pela primeira vez, que realmente amava tudo sobre aquela música.
when I look out my window,
many sights to see— Você está agindo como uma covarde —provocou o demônio. — O que não é uma novidade, claro. Hope Christine Johnson foge de tudo: da vida, das responsabilidades. Até mesmo de sua melhor amiga.
and when I look in my window,
so many different people to beEla continuou dançando. E sorriu. Sorriu como se não ligasse para o demônio; como se ele não tivesse passado os últimos dez minutos reclamando por ter que ouvir a discussão daquelas duas humanas.
—That it's strange. — Hope contou para ele, rindo de sua careta — So strange.
you've got to pick up every stitch,
you've got to pick up every stitch,
you've got to pick up every stitch,— Pare com isso, Hope, o diabo acabou de fazer uma reclamação no meu ouvido dizendo que não aguenta mais a sua voz.
Hope Christine Johnson riu. Uma risada sincera e articulada de quem havia acabado de ouvir a coisa mais engraçada do mundo.
O diabo não gostava da voz dela!
mmm, must be the season of the witch,
must be the season of the witch,
yeah,must be the season of the witch.O diabo...
— Eu não gosto da voz dele também — disse ela, olhan
when I look over my shoulder
do-o por cima dos ombros.
Damon acompanhou o sorriso dela dessa vez. Se ele falava pelo diabo, então deveria ser uma ofensa, mas o demônio não se incomodou. Acabou por concordar com ela naquela discussão e ficaram, na verdade, abismados com o quão verdadeira era aquela parte da história: se odiavam, mas não estavam ali porque queriam. Os dois dependiam de forças maiores, de ordens, regras e de saídas que nunca poderiam alcançar.
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Baby, Don't Go #1 (LIVRO FÍSICO)
ParanormalCOMPRE O LIVRO FÍSICO: https://www.editoraobarco.com/ PLÁGIO É CRIME Quando Hope Christine Johnson acorda após tentar se matar, ela não está sozinha. Sentado em uma poltrona negra no canto do quarto, um demônio de olhos vermelhos e aparência...