Capitulo 8

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Acordei, com uma bruta dor de cabeça, com dores por todo o corpo, quando me levantei para tentar me vestir, para ir com o Eros à rua, senti-me como se me tivessem dado uma tareia.

Tinha adormecido no sofá e arrastar-me até ao meu quarto foi um tormento. Estava cheia de arrepios, frio, muito frio. Tentei vestir-me, mas a única coisa que consegui enfiar, foi um anorak e um cachecol. Eros deve ter percebido que eu não estava no meu melhor, porque não me dificultou a vida.

Saí de casa e tentei andar o máximo que conseguia, mas o corpo não me estava a obedecer, cada vez que dava um passo a minha cabeça latejava, o meu estômago continuava às voltas.

Eros despachou-se da sua rotina e voltamos para casa.

- Lexie! Tens de beber líquidos!

Ouvi a voz, como se ouve uma voz a um fundo do túnel. Tentei abrir os olhos, mas eles não me obedeciam, a garganta ardia-me e o frio, o frio era horrível. Nem me conseguia mexer de tanto frio que tinha.

- Vá Lexie, abre só os olhos, tens de beber. Fiz-te chá! – Disse uma voz melosa.

- Mãe? – Murmurei eu.

- Ah! Ah! Chama-me mãe, mas não me peças dinheiro.

- Susi?

- Sim, sou eu! Abre só um bocadinho os olhos. Estás cheia de febre.

Abri os olhos, engoli o líquido a muito custo, e enrolei-me na minha cama e deixei de ouvir vozes.

                     

Sentia-me fraca, sentei-me na minha cama e a muito custo pus os pés no chão. Levantei-me e uma tontura percorreu o meu corpo, tive de me sentar novamente, fechei os olhos. Sentia-me mesmo uma merda, mas estava com fome, como se não comesse há dias. O meu estômago roncava.

Inspirei e levantei-me de novo. Toda eu tremia. Dei uns passos até á porta do meu quarto, andei até ao corredor e vi as escadas. Inspirei novamente, encostei-me ao corrimão e desci. Passos por passo, degrau por degrau, as minhas pernas cambaleavam.

Acho que fiz o caminho até ao meu sofá de olhos fechados e deixei-me cair.

- Vou só ficar um bocadinho. – Murmurei para mim mesma.

                            

Ouvi vozes ao longe, e uma porta a bater.

- Susi. – Chamei.

- Ela acabou de sair. – Disse uma voz, quase num murmúrio suave e cheio de meiguice.

Olhei em volta e não vi ninguém, mas ouvia passos. Devia estar a alucinar.

Fiz a uma análise mental ao meu corpo, mexi as pernas, mas já não me doíam, assim como os braços. Fiz uma tentativa para levantar a cabeça, e esta também não me doía.

Ouvi novamente a voz:

- Como é que te sentes?

Sentei-me no sofá de olhos fechados com medo de os abrir. Foi então que senti um peso no sofá, como se alguém tivesse sentado ao meu lado. Virei a cabeça lentamente, abri os olhos e pisquei várias vezes e vi-o.

- Oh merda! Tu não. – Disse num ápice e numa voz de puro sofrimento. – Já me sinto mal o suficiente, para levar com as tuas piadas. – Choraminguei e deixei a cabeça cair no sofá.

- Não te vou dizer nada. Nem vou fazer piadas, hoje!

- Porque é que eu não acredito? – Perguntei.

Quando te vi, Amor. - Capítulos apenas para degustaçãoWhere stories live. Discover now