A Marca de Atena

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Eu não conseguia enxergar nada. Aonde eu estava? Numa caverna, talvez? Eu não sabia dizer... O silêncio chegava a ser assustador. Meus pés começaram a se mover lentamente, até que, em certo ponto, consegui enxergar um pequeno ponto de luz branca. Não era muita coisa, mas pude ver um vulto preto e dois grandes olhos vermelhos, tentei enxergar melhor, até que, alguns segundos depois, ouvi uma voz que não desejava ouvir nem nos meus piores pesadelos.

- Então a deusa Atena, mesmo fraca, conseguiu trazer você aqui, semideusa. - Aracne falou sem sair do lugar.

"Minha mãe me levou ali?" - Pensei.

- O plano dela não dará certo. A estátua está bem protegida, pelos meus filhos.

  Tentei entender do que a maior inimiga da minha mãe falava. Tentei não tremer de medo, tentei chorar, tentei gritar, tentei correr. Eu não conseguia ver o corpo da mãe das aranhas, mas isso só parecia tornar as coisas piores.

Um brilho passou rapidamente pelo local e, atrás de Aracne, eu pude ver: uma estátua com 12 metros de altura, criada por Fídias, 5 anos a.C.. A estátua desaparecida, cujo os gregos acreditavam que os romanos a tinham roubado - A Atena Paternos.

  Onde Aracne estava? No Tártaro, talvez? Onde?

  Soltei um grito desesperador, quando algumas aranhas gigantes escorregaram das suas teias na minha frente e, mesmo em sonho, comecei a tremer e chorar. Aracne começou a rir.

- Essa é a escolhida dessa geração, Atena? - Ela gritou para o nada, rindo com mais gosto e friamente. - Pelos deuses, ela não acabaria nem com os meus filhos!

    Então, tudo escureceu outra vez e o silêncio se instalou, a não ser por uma voz:

- Annabeth... Annabeth... - O meu nome ecoava, como se eu estivesse dentro de um túnel, mas eu parecia estar girando no ar. Não consegui me mover ou enxergar de forma alguma. - Annabeth, pode me ouvir?

- Mãe? - Consegui dizer.

- Annabeth... Você é a minha melhor filha dos últimos 300 anos. Eu sei que pode derrotá-la. Precisa me honrar, precisa da minha estátua de volta. Ela vai proteger seus amigos.

- Mãe, onde você está? Onde todos os deuses estão?

- Annabeth, estamos fracos. Não podemos reagir, não podemos nos mover, não podemos nem sentir nossa existência. Não vou aguentar por muito tempo. Cheque seu bolso quando acordar, recupere a estátua. Depois busque uma maneira de fazer com que os romanos presenteem os gregos com ela. Talvez, assim, os acampamentos se unam outra vez. Vocês não poderão derrotar Gaia separados.

   Tentei organizar as informações na minha cabeça o mais rápido possível, eu podia sentir o meu cérebro rodando como se fosse movido a engrenagens, de tanto que eu estava me forçando a pensar.

- Annie, gerações e gerações já tentaram recuperar minha honra. Está na hora de conseguir. Dessa vez, você precisa conseguir. Ou vocês não terminarão a missão. Não se preocupem com os deuses, estamos ficando fortes aos poucos, vamos conseguir nos reerguer. Ficaremos bem. Minha filha, eu escolho você para me representar nessa geração. Vá à Roma. Os gigantes já estão esperando por vocês. Cuidado. Sangue não poderá ser derramado ou Gaia irá despertar e acabar com tudo.

    Tentei chamar Atena, perguntar mais detalhes, mas minha cabeça estava girando, eu ainda estava chorando e tremia de medo por estar tão perto da Aracne.

- Me honre, Annabeth.

Atena desapareceu. Aracne voltara a surgir e rir na minha cabeça. Ela estava 3 vezes maior do que na primeira imagem. Tudo ainda estava escuro, mas eu percebia seus movimentos e conseguia ver diversas aranhas, de 50 centímetros de altura, andando e flutuando ao redor dela. Pareciam sedentas para me devorar. O pânico me consumia, mas eu não conseguia correr, não conseguia me mexer. As aranhas começaram a vir até mim, lentamente, começaram a me cercar... Depois, duas delas começaram a subir pelas minhas pernas e eu comecei a gritar desesperadamente, até meus pulmões explodirem de dor.

Me Apaixonando Outra VezWhere stories live. Discover now