9 - Accidents Can Happen.

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"Antes de tudo. Eu vou dizer as palavras que estão em minha mente. Estou irritado e cansado do jeito como as coisas têm sido. — Imagine Dragons (Believer)."

Megan's Point Of View.

19 de março de 2017.

2:45 p.m.

Toronto, Ontário - Canadá.

— Por favor! — Eu cruzo os dedos e fico literalmente de joelhos na sua frente, mas a senhora diante à mim apenas nega e tenta manter  a postura, como se o que eu estivesse a pedir fosse algo simplesmente absurdo demais.

— Você sabe que eu não posso! — Ela nega olhando em volta, mas eu faço um biquinho e a encaro.

— Eu preciso de chocolate, o bebê precisa de chocolate, Simone! Sabe o que acontecem com grávidas que ficam com desejo? O filho nasce com a cara da comida! — Eu falo porque já li muitas histórias a esse respeito. Principalmente minha tia que tinha desejo por tomate e não os comia, não preciso nem dizer que meu primo nasceu com a cara gorducha e ficava sempre vermelho de maneira rápida.

— Se o bebê nascer negro, você vai ter realmente muito o que explicar para o senhor Bieber, pois acho difícil ser dele. — Ela fala segurando o riso, achando graça. — A menos que seja chocolate branco. — E ela brinca mais, pela primeira vez me deixando ver esse seu lado mais descontraído.

— Simone, pare de rir da minhas desgraça! Eu estou a mais de um mês sem por um açúcar na boca, vou ficar louca! Eu não aguento mais comer essas ervilhas. — Minha vontade é de jogar o prato longe, só não faço isso porque sei que no final ela é quem vai precisar limpar a sujeira depois.

— Nada disso, se vai fazer algo errado, faça sem que eu saiba. Assim eu não me meto em problemas. — Ela  sorri, mas quando ouvimos passos se aproximando ela realmente fica calada, baixando a cabeça ao notar que é o grande senhor Bieber.

— Eu dei ordens restritas, nada de ficar pela cozinha. — Ele fala ao me analisar, mas eu rolo os olhos e aperto mais ervilhas com o garfo que tenho em mãos.

— Quer que eu coma onde? No porão? — Ironizo e coloco mais ervilhas na boca, fazendo uma careta nada boa mesmo. — Sabe, para quem é rico você tem um péssimo gosto para alimentos. Com esse dinheiro, podia comprar coisas saudáveis e gostosas. — E como de costume, ele me ignora. Falando em como gastar o dinheiro, me lembrei de algo que estou a já faz uns dias para pedir a ele. — Bieber, eu preciso mesmo de um computador ou celular, eu estou perdendo a minha cabeça aqui dentro!

— Não. — Que novidade.

— Por quê? — Ele vai até a geladeira e abre a mesma, pegando uma cerveja e me encarando.

— Porque é algo que vai te dar lazer, e não faz parte do contrato eu te dar algo que vá deixar você feliz. — Ele ironiza, me fazendo bufar.

— Já falei que te odeio? Pois bem, você é...

— O ser mais repugnante, maldoso, frio, sem coração, grosso, calculista, desprezível, dissimulado, antiquado, ignorante e repulsivo que você já conheceu? Quer mesmo continuar? Já vi caras me chamando de coisas piores enquanto eu os matava, então sinceramente se não quer apanhar de novo, cale a sua maldita boca. Se bem que podia abrir ela para outras coisas. — E não, ele não usa o tom malicioso, mas eu sei exatamente o que ele quis dizer com isso.

Coitado dele se acha que eu ainda um dia vou me por de joelhos para lhe dar prazer.

— Pois bem, não faz parte do contrato eu ser sua puta particular e transar com você, então não, eu passo. — Falo com raiva, sentindo que logo mais eu explodiria, pois estou sentindo como se estivesse mesmo presa aqui.

Criminal BloodWhere stories live. Discover now