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E L O R A.

"Café? Chá?" Johannah ofereceu assim que nos sentámos no sofá.

"Eu não quero nada, obrigado." Louis respondeu.

"Nós ainda não almoçámos, por isso também não quero nada. Obrigada." Respondi.

"Nós íamos almoçar agora, eu acabei de fazer antes de me baterem à porta. Se quiserem podem-se juntar a nós." Ela ofereceu receosa.

"Se calhar é melhor não." Louis rejeitou nervoso.

"Está tudo bem, de qualquer maneira a Phoebe e a Daisy gostariam de conhecer-te melhor. Não sei se te lembras bem delas." Sorriu.

"Ainda eram muito pequenas, devem ter o quê? Onze anos?" Questionou recebendo apenas como resposta um aceno.


Um choro de bebé foi ouvido e Johannah fez um sorriso envergonhado deixando depois a sala num ápice com um pedido de desculpa. Pelo que tinha percebido até agora haviam quatro irmãs.

O Louis olhou para mim confuso e eu apenas encolhi os ombros, sabia tanto ou menos que ele por isso nisto ele não podia esperar uma explicação minha. A menina que nos abriu a porta apareceu na sala sem fazer nenhum barulho e ficou apenas a olhar para nós alguns segundos.


"Quem és tu?" Ela perguntou-me. "És a namorada dele?" Ela questionou, pestanejando várias vezes e lentamente.

"Não." Respondi-lhe com um sorriso. "Sou apenas uma amiga dele."

"És a Daisy não és?" Louis perguntou cuidadosamente e ela deu um aceno com a cabeça. "Não sabes quem eu sou, pois não? Ainda eras muito pequena a última vez que eu te vi."

"Eu sei quem és!" Ela fez um grande sorriso. "És o mano Louis."


Eu olhei para eles dois e sorri, ele sentou-a na sua perna e deu-lhe um abraço grande. Tenho que admitir que me doía um pouco ver estas demonstrações de afeto com uma criança talvez por saber há relativamente pouco tempo que a minha nunca viria – pelo menos não de mim. E também porque descobrir de repente que afinal há um lado do Louis que é bom e carinhoso, saber que ele se importa com as outras pessoas é uma dor enorme sabendo tudo aquilo que ele me fez e às outras raparigas também.


"O almoço está na mesa." A voz de Johannah despertou-me dos meus pensamentos assim que soou. Reparei que ela segurava um bebé, provavelmente aquele que havia chorado há pouco.

"Estou cheio de fome, vamos lá." O Louis comentou com um sorriso e levantou-se, estendendo a sua mão na minha direção.

"Eu também." Sorri para ele e agarrei a sua mão.

"Espero que vocês gostem da comida, não é nada de especial mas como somos muitos cá em casa eu gosto sempre de fazer comidas do género." A mãe do Louis deixou-nos saber.

"Não se preocupe, eu cá aprendi a dar valor a qualquer comida." Falei um pouco sem pensar.

"Eu sei querida." Ela disse dando-me uma piscadela de olho.


Fiquei confusa, não sabia o que é que ela queria dizer com aquilo de ela saber o que quer que fosse. Talvez ela soubesse de toda a história? Não acredito que seja isso, por que é que ela ia deixar o seu filho entrar dentro da sua casa sabendo tudo o que ele fez nos últimos quatro anos sem sequer parecer assustada com a sua presença? Afinal ela tem crianças em casa, não iria deixá-lo entrar assim. Ou iria?

Psychiatrist // L.P. {terminada}Where stories live. Discover now