Capítulo 26

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Encolhida em minha cama, eu repetia inúmeras vezes que Thomas estava bem e repassava em minha mente a pequena conversa que tivemos. Thomas pensa que posso estar grávida.

Confesso que por um segundo cheguei a pensar nessa possibilidade, porém eu sou bem regular com minha menstruação e mesmo não tomando anticoncepcional, eu não estava em período fértil, haveria chances, porém eram mínimas. Se eu soubesse desde o inicio que esse era o problema, teria evitado tanto afastamento.

Thomas tentou me dizer, até mesmo bêbado naquele dia. Ahh como sou burra! Eu mesmo digo para não tirar conclusões precipitadas e faço uma idiotice dessas, só bastava ter ficado de bico fechado e ouvidos abertos. Agora eu não sabia se ele estava bem, se estava ferido ou se eu o veria de novo.

A possibilidade de ele estar em sua casa ou alguém de lá saber seu paradeiro era maior do que ficar aqui, nessa cama, esperando que algo aconteça. Sem pensar demais, vou em direção à sala, pegar minha bolsa e ir atrás de notícias, no entanto eu mal chego à saída quando alguém bate na porta.

Paraliso de onde estou, sentindo o medo me dominar novamente. Não tem como eles terem me seguido ou será que tem? Eu estava tão desesperada e preocupada com Thomas, que não sei o caminho que eu e Lucky fizemos até chegar aqui. Mais uma batida forte me faz dar um pulo, a maçaneta gira e corro pra cozinha atrás de algo para me defender.

Pego a primeira coisa que vejo, uma frigideira. Não é exatamente uma arma mais serve se eu pegar a pessoa desprevenida. Volto pra sala apavorada pensando que a pessoa já possa estar aqui dentro, mas ao chegar comprovo que tranquei a porta. Pelo menos isso eu fiz direito. Ouço passos andarem pra lá e pra cá. Se fosse os homens já teriam invadido, a não ser que não sejam eles. Aproximo da porta com a frigideira posta em ataque. Reúno um pouco de coragem escondida em mim e falo alto e em bom tom de forma limpa.

- Quem está ai?

Seus passos param em frente à porta e escuto um suspiro... aliviado?

- Sou eu, Thomas. - sua voz cansada esquenta meu coração. Ele está bem.

Destranco a porta e pulo em seus braços. Thomas me pega, dando alguns passos para trás, por causa da força do impacto. Seus braços firmes em meu corpo me acalmam assim como sua doce risada em meu ouvido.

- Isso que eu chamo de recepção calorosa.

- Eu fiquei tão preocupada. - minha voz sai engasgada com tanta tensão reprimida. - Ouvi os tiros, pensei que... - Thomas me aperta com um pouco mais de força e encaixa seu rosto na curvatura de meu pescoço.

- Está tudo bem, estou bem. - sinto seus lábios me acariciando com leves beijos e seu peito encher respirando meu perfume.

Sem perceber desço minhas mãos por suas costas e ouço-o arfar. Sempre esqueço! Separo-me devagar de seu corpo, fitando seu tórax.

- Me desculpe. - murmuro sem jeito apertando com força o cabo da frigideira.

- Ia fazer algum lanche? - ele muda de assunto e franzo o cenho, confusa.

- Não.

- Então pra que a frigideira? - meu olhar vai da panela para ele e instantaneamente meu rosto esquenta.

- Não sabia que era você.

- E planejava se defender com isso? - pergunta divertido e cerro os olhos ofendida.

- Isso... - levanto a frigideira - Pode fazer um estrago quando tacada com força!

Thomas levanta a mão em rendimento com os olhos grandes fingindo medo.

Desejos & Segredos: O Toque Onde as histórias ganham vida. Descobre agora