Capítulo 25

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Voltei pra casa com meu pai e uma mala cheia de roupas. Lexie me disse que não queria mais suas roupas que estavam na casa do "mato", que agora é minha casa, então anotei mentalmente em minha cabeça, de fazer uma faxina geral e separar roupas que daria de doação.

Meu pai, Charles, veio comigo apenas para separar algumas coisas que ele iria levar consigo e passar um dia comigo. Apesar de prometer, jurar e afirmar que iria sempre lhe visitar, podia sentir sua resistência. Eu não forcei e muito menos critiquei, deve ser difícil ter que deixar um filho sozinho, ainda mais se for mulher.

Passei à tarde em meu quarto separando roupas, quando me deparei com o casaco de Thomas. Inspirei o perfume e por incrível que pareça ainda tinha seu cheiro. Meu coração se apertou, junto com a saudade que meu corpo sentia dele.

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No dia seguinte, após meu pai ir para a cidade com três sacolas de roupas e calçados, fiz uma faxina geral na casa que resultou o dia todo e me deixou exausta de noite. Resolvi passar a dormir no quarto de meu pai, já que provia de uma cama enorme de casal. Fiz uma sopa á noite e fui comer do lado de fora, na presença de Lucky.

- E ai, alguma novidade? - ele olha pra mim e volta a andar. - Seremos apenas nós agora. Terá que ficar de olho em tudo que acontece viu? Você será meu segurança, deixei isso claro para meu pai. - bufo com o silêncio. - Bem que você poderia falar. - bebo mais um pouco da minha sopa e observo Lucky.

- Não que eu esteja reclamando, eu quis assim, mas tem que concordar que é um pouco difícil já que passei minha vida toda rodeada de minha família. - Lucky para perto de mim e sorriu pra ele.

- Amanhã vamos correr Lucky! Dessa vez sem hora pra voltar.

Lucky relincha e entro em casa. Deixo logo limpa a louça que sujei e vou para meu mais novo quarto. Deito-me na cama sentindo meu corpo relaxar e me entrego ao sono.

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O som dos pássaros me acorda exatas cinco horas da manhã. Espreguiço sem a mínima vontade de levantar, não tem porque se levantar tão cedo. Eu não tenho trabalho, não preciso fazer café pra ninguém e posso almoçar na hora que quiser, essas são vantagens de se morar sozinha.

Ouço Lucky correr pela casa, com certeza me esperando. Gemo inconformada. Não conseguirei dormi de novo com esse barulho.

- Tá bom Lucky! Você venceu! - resmungo alto e saiu da cama indo direto para o banheiro me arrumar.

Já pronta, peguei apenas uma banana na cozinha e fui comendo caminhando até meu cavalo.

- Não sabe esperar algumas horas? Temos tempo de sobra para andar por aí. - Lucky bate a pata da frente no chão e acaricio seu longo pescoço. - Que tanta pressa é essa? Achou um lugar novo pra gente explorar? - pergunto divertida. - Já terminei de comer, só vou rebolar a casca fora e volto logo.

Dois minutos depois estava correndo montada em cima de Lucky. O caminho que estávamos fazendo era um pouco diferente do que sempre fazíamos. Aqui não há tantas árvores, fazendo a vista ser mais aberta e livre. Lucky diminui a velocidade e com o silêncio sou capaz de ouvir um barulho de água.

- Tem um riacho por aqui? Como descobriu esse lugar? - pergunto fascinada.

Desço de meu cavalo e ando mais alguns passos até ver um riacho raso, a água tão cristalina me mostrando as variadas pedras em seu fundo. Agacho-me tocando na água comprovando o quanto está fria.

Uma estranha sensação passa por mim, como se estivesse sendo observada, e é quando levanto minha cabeça que vejo sua figura, preso em uma árvore, me olhando com olhos intensos e uma expressão séria, mas surpresa. Endireito-me rapidamente assustada com a cena em minha frente. Porque Thomas está aqui e ainda por cima desse jeito?

Desejos & Segredos: O Toque Where stories live. Discover now