Capítulo 25

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Júlia

Eu não devia estar aqui.

Eu sabia disso.

No entanto, eu também sabia que precisava.

Com muita insistência e persuasão, convenci o porteiro a me deixar subir sem ser avisada. Se eu pensei que isso tornaria as coisas mais fáceis, eu estava completamente enganada. Parada em frente a porta há quase dez minutos, eu estava tentada a voltar correndo por onde entrei.

Toque a campainha com cuidado e apenas uma vez. Se ele não atender, você vai embora.

Respirando fundo pela milésima vez, eu assim fiz. Uma careta se abriu espontaneamente quando dim-dom soou alto demais e me fez estremecer. Os vizinhos não ficariam felizes com isso. Minha esperança é que eu já esteja há léguas daqui se por acaso eles resolverem verificar quem é a maluca que resolveu fazer uma visitinha bem no meio da madrugada.

No momento em que me preparei para dar meia volta, a porta se abriu. Um Jude com a cara amassada de sono, olhos estreitos, peitoral exposto devido a falta de camisa e altamente suculento apareceu para me dar as boas-vindas. Ou talvez não...

- Julia? - a interrogação óbvia em sua voz fez meus olhos saltarem do seu peito bem esculpido, e encarar os dele.

- Hã... - o que dizer? - Oi.

Que. Ótimo.

- O que está fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa com Kieran?

Oh, Deus. Como eu estava sendo idiota. Era óbvio que aparecer aqui, às duas da manhã e depois de um dia como aquele, suscitaria esse tipo de preocupação.

- Não. Não. Não. Eles estão bem. - tratei de esclarecer.

Mais uma vez meus olhos por vontade própria, e não minha - é claro que não, percorreram o caminho dos picos montanhosos dos seus bíceps contraídos enquanto ele se apoiava entre o batente da porta e ela própria.

Jude limpou a garganta, e fui obrigada a encontrar seus olhos. Pega.

- E então? - perguntou ele.

- Eu posso entrar?

- Julia, olha, eu não quero brigar.

- Eu também não. - abaixei a cabeça, encarando meus pés nervosos. - Sei que é tarde. Mas, eu... eu não conseguia dormir.

Um momento de silêncio se instaurou entre nós. Olhei para baixo, envergonhada. Ele ia me mandar voltar para casa. Foi uma péssima idéia vir até aqui no meio da noite, assim sem avisar. Porém, a porta rangeu novamente e chamou minha atenção. Por um momento breve pensei que ele estava fechando-a na minha cara. Ao contrário, Jude a tinha aberto, mas não me esperou. Isso ia ser mais difícil do que eu imaginei.

Eu o segui para dentro, parando para fechar a porta atrás de nós. Era estranho estar de volta a esta casa depois... Bem, depois de tudo. O medo de que o fantasma de Laura nos surpreenderia a qualquer momento, ainda me assombrava.

Jude sentou-se, ou melhor, jogou-se sobre o sofá de couro escuro. O assento chiou com o impacto. Uma garrafa de uísque pela metade repousava sobre a mesa de centro ao lado de um copo vazio. O vazio logo foi substituído pelo conteúdo marrom da garrafa. Jude estava bebendo. Essa conversa não funcionaria se ele estivesse bêbado.

- Você está bêbado? - perguntei, com o objetivo de tornar claro. Não queria perder tempo. Eu voltaria para casa no mesmo instante.

- Não. - respondeu sem olhar para mim. - Quer um pouco?

Impossível Resistir - Serie Paradise City - Livro 2Where stories live. Discover now