Capítulo - 20

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     Freen Narrando


– Uma cerveja. – peço com a voz irritada para o barman.

Sinto a raiva me correndo. Respiro diversas vezes, lentamente, tentando ter um pouco de racionalidade. Como ela podia beijar o Nate Parker? O político corrupto sem um pingo de dignidade? Como ela pode se envolver com pessoas desse tipo?

Não compreendo. Achei que ela honrasse o seu valor. Mas tenho visto que não. Essa pose de mulher do bem e caridosa, não passa de um teatrinho. Uma capa para esconder o que no fundo, ela realmente é: Uma imprestável.

É como dizem: "Se você quer entender uma pessoa, não escute as suas palavras, observe o seu comportamento". E desde que Rebecca ressurgiu do mundo dos mortos, o seu comportamento não poderia ser considerado exemplar. E pior que Rebecca ainda tem a audácia de falar de mim. Como se eu fosse o único grão de feijão sujo da saca...

Ela é igual ou pior do que eu. A diferença é que eu não escondo a minha face. Sou o que sou, enquanto, a Rebecca exibi as suas duas facetas. Uma angelical e completamente errônea, outra, diabólica e podre, suponho que a segunda seja a verdadeira.

Sinto ódio, muito ódio por ela. Minha vontade é nunca mais vê-la em minha vida. Evito olhar na direção em que ela está aos beijos com o Parker, o meu estômago não suportaria tamanho asco.

– Qual cerveja vai querer? – o barman me pergunta, tirando das minhas divagações. O olho confusa. – Temos uma grande variedade de cerveja: Sol, Heineken, Budweiser, Corona, Stella, Amstel, Desesperados, Eisenbahn...

– Stella. – digo rapidamente para que ele pare o relatório de cervejas.

Ele apenas meneia a cabeça e coloca na minha frente uma Stella, completamente gelada. Dou um gole na bebida, sentindo-a amaciar e ao mesmo tempo resfriar a minha garganta. O meu humor varia, ainda estou sob efeito das drogas de mais cedo. Apesar de estar bem leve. Porém, não consigo controlar o ódio incontrolável que me acerca ao recordar do beijo de Rebecca e o Parker... Por um momento, considero usar a garrafa de cerveja, diretamente na cara do Parker.

Matar, de repente, se tornou uma opção bem viável.

– Nem eu. Nem você. – Camila insinuou, surgindo em minha frente.

Matar se tornou mais do que uma opção, uma necessidade.

– O que você quer, pirralha? – pergunto com mau humor.

– Nada demais. – ela responde pretensiosa. – Só queria saber se você viu a nossa querida Rebecca aos beijos com o Governador de Chiapas.

A menção do beijo deixou a minha boca mais ácida. Dou um gole profundo na minha cerveja. Já estou muito irritada. Não preciso de uma pirralha pra esfregar sal grosso em minha ferida.

– Quem não viu, não é? Está bem explicito. – resmunguei. – Parece um inferno, agora, tenho que encontrar a Rebecca em todo lugar de Seattle. – Camila riu, recebendo um olhar carrancudo da minha parte. – Qual é a graça, infeliz?

– Rebecca é dona do Cassino, como boa parte de Seattle. – Camila contou, deixando-me encabulada. – Claro que você a encontraria aqui. Mas bem, voltando ao assunto inicial: Você disse hoje cedo que Rebecca era tua, mas, como pode ver... – apontou para onde Rebecca ainda beijava o Parker, fazendo-me estremecer. – Rebecca não é de ninguém, as pessoas que são dela. Eu, você, e todos que ela quiser.

Sinto envenenada pelas palavras de Camila, nego-me a acreditar. Porém, contra os fatos não há argumentos.

– Eu não sou manequim de Rebecca. – digo na defensiva. – Ao contrário de certas pessoas que se mata para ter um minuto de atenção de Anahí, eu sou diferente, fico com ela se eu quiser, e no momento que eu quiser. Ou seja: Nossa equação está igual. Agora me deixa beber em paz. – viro-me, ficando de frente para o balcão.

El Sabor De Lá Venganza { FreenBecky }Where stories live. Discover now