Parte 11

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Wednesday POV

Pela segunda vez naquele fim de semana, fui acordada por um barulho constante e muito irritante. Eu olhei em volta pelo meu quarto, ainda sonolenta, procurando pelo que me acordou tão relutantemente e eu não encontrei nada. Sentei na minha cama, esfregando os olhos, e imediatamente meu corpo entrou em contato com o ar frio da manhã naquele dia de primavera. O frio não me surpreendeu quando eu olhei para mim e notei que eu vesti quase nada quando fui para cama na noite anterior. Devido ao meu cansaço, eu apenas tinha tirado a minha roupa até ficar apenas com a roupa de baixo e fui para cama, tirando meu sutiã assim que me deitei porque, afinal, quem consegue dormir de sutiã?

Ouvi o barulho de novo e percebi que vinha da nossa porta da frente, e alguém estava batendo forte nela, com pausas entre as batidas. Quem poderia ser o desgraçado? Levantando-me da cama e alcançando meu robe que ficava pendurado atrás da porta, olhei para o relógio e vi que era apenas 9 am... num domingo.

Registrando o quão cedo alguém me acordou na porra de um fim de semana me deixou ainda mais irritada do que simplesmente acordar. Eu amarrei o nó do meu robe com rapidez e corri para a porta, olhando através do olho-mágico.

Enid.

Por que eu não estava surpresa que era culpa dela eu estar acordando cedo nos dois dias do fim de semana? Cruzei meus braços em frente ao meu peito que estava exposto pelo fino robe de seda e abri a porta para a mulher.

— Você tem idéia de que horas são? – Eu perguntei irritada. Enid, a princípio, pareceu surpresa com o meu humor e, depois, pela minha aparência, o robe transparente expondo minha barriga e minha calcinha.

— Erm, na verdade, não. Mas com certeza não é assim tão cedo?

— São nove horas da manhã... em um domingo.

— Como eu disse, não é assim tão cedo. Eu apenas passei aqui para deixar as suas coisas que você deixou no carro? – Desviei meus olhos do seu sorriso charmoso para baixo e vi meu iPhone, a Nala que ela me fez e minha bolsa que provavelmente continha minha carteira e minhas chaves, em suas mãos. – Você estava muito cansada ontem à noite e deixou tudo no carro – ela riu de mim quando sorri cansada. – Pensei que você ia precisar dessas coisas.

— Apesar do quanto é cedo, obrigada por me trazer as minhas coisas tão rapidamente. Eu teria um ataque de pânico se acordasse e notasse que perdi minha bolsa e meu celular, e ia demorar até eu me dar conta que estavam com você.

Eu estendi minhas mãos para pegar as coisas das suas mãos, meus braços deixando sua posição cruzada em meu peito, o que eu não lembrei que poderia ter algum impacto até ver os olhos de Enid se arregalar e encararem descaradamente meus seios expostos. Eles eram uma parte de mim com a qual eu nunca me senti confortável por serem pequenos, mas com a apreciação tão nítida de Enid, eu pela primeira vez me senti confiante em ter alguém olhando para eles, então eu sorri para mim mesma e permiti que ela continuasse os olhando.

Eu me virei para colocar as coisas na mesinha de centro, propositadamente me abaixando um pouco para provocá-la ainda mais. Quando eu olhei de novo para Enid, testemunhei seu movimento rápido para olhar para o outro lado, como se observasse o corredor com um rosto avermelhado, como se quisesse esconder o fato de que estava me admirando.

— O que você faz acordada a essa hora, de qualquer forma?

— Eu acordei às seis horas para correr, tomei banho, essas coisas, então vim para cá – Enid explicou.

— Seis? Enid, eu vou repetir, é um domingo!

— Sim? E domingos são para fazer as coisas.

— Não, isso é para sábados ou dias de semana.

The donor: WenclairWhere stories live. Discover now