Parte 2

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Wednesday's POV

— Meu nome é Enid. Eu soube que você estava me procurando?

Bianca levantou-se do lugar em que estava com as meninas quando o telefone caiu da minha mão direto para o chão de madeira. Minhas mãos estavam, de repente, muito suadas para que eu me mantivesse segurando o telefone e meu coração batia desesperado demais para que eu me abaixasse e pegasse o aparelho.

— Wed, você está bem? — Eu balancei a minha cabeça. — O que houve? — Meus olhos ainda estavam arregalados com a revelação ouvida ao telefone. Sem pensar, eu peguei o telefone das mãos de Bianca, que tinha apanhado o aparelho do chão, e voltei a colocá-lo no meu ouvido.

— ...ainda está aí? — Eu consegui ouvir o fim da pergunta.

— Sim. Sim. Eu ainda estou aqui. Eu só não sei o que dizer agora — eu gaguejei enquanto acenava para Bianca, instruindo-a para tirar as meninas da sala. Ouvi-a falar para elas terminarem de desenhar no quarto delas, o que elas nunca tinham permissão para fazer, e Lana gentilmente a relembrou disso.

— Nem eu, honestamente — Enid riu. Uma pausa significante preencheu o ar, e mesmo assim eu sorri. Bianca voltou para a sala e me guiou para que eu me sentasse no sofá.

— Como você conseguiu esse número? — Eu finalmente falei.

— Oh, Deus, você não queria que eu ligasse? Me desculpe, eu só achei que-

— Não, não, Enid, — Bianca arregalou os olhos ao reconhecer esse nome. — Eu venho tentando achar você por meses. Eu, eu só não esperava receber um telefonema seu, então eu estou em choque nesse momento — expliquei.

— Me desculpe, então, por chocar você... e por fazer você derrubar seu telefone no chão. O seu chão está bem?

— Meu chão...? Você não quer dizer meu telefone?

— Não. O chão é mais difícil de trocar se for danificado.

— Uau — eu ri para ela. — Você tem razão. Isso é tão surreal para mim, eu não consigo acreditar que eu estou falando com você.

— Você não consegue acreditar? — Ela perguntou com total incredulidade. — Eu não posso acreditar que alguém iria querer a minha doação e menos ainda querer me encontrar.

— Você tem uma filha linda — eu deixei escapar, antes que pudesse pensar. Merda, por que eu dissera aquilo? Eu sequer sabia se ela tinha ligado por ter interesse ou para me dizer para não a procurar. Por que eu simplesmente presumi qu-

— Eu estou feliz em ouvir isso — ela interrompeu meus pensamentos. Sua voz me parecia preenchida de tristeza, e ela soava como se estivesse chorando. — Eu estou tão feliz em ouvir isso — ela disse num tom abafado. Ela definitivamente estava chorando. Mais uma vez, lágrimas brotaram nos meus olhos e antes mesmo que eu percebesse, estávamos nós duas chorando pelo telefone. Nós não dizíamos nada, apenas preenchíamos a ligação com algumas fungadas e os sons das nossas respirações.

Bianca me ofereceu um lenço e gesticulou para eu colocar o telefone no viva voz, mas eu recusei.

— E ela é tão inteligente. E engraçada. E tão fodidamente atrevida que eu deveria provavelmente lhe agradecer por isso — nossas lágrimas de repente se transformaram em pequenas risadas. — Ela tem perguntado sobre você.

— É por isso que você estava procurando por mim? — Eu acenei com a cabeça. Eu não percebi que ela não podia ver a minha resposta até Bianca me encorajar a verbalizar meu aceno.

— Er, sim. Eu sempre tive curiosidade, mas ela está tão desesperada para encontrar você e foi isso que me motivou a começar a procurar você de verdade. Eu realmente espero que isso não seja um problema, eu odiaria ser um fardo para vo-

The donor: WenclairHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin