Parte 8

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Wednesday POV

Não demorou muito depois que Bianca e as outras garotas foram embora da boate para eu e Enid fazermos o mesmo, mas em direção à casa dela. Também não demorou muito para que nossa jornada de carro, a caminho da casa de Enid, se tornasse levemente desconfortável e inundada de ansiedade.

A atmosfera entre nós era tensa. Enquanto Enid dirigia, seus dedos tamborilavam no volante de maneira sistemática, e não ritmada, como se ela tentasse acalmar seu nervosismo. Seu corpo irradiava calor e também ansiedade, evidenciada pelo fato de que sua língua continuava a deslizar de sua boca para humedecer seus lábios.

Eu não me encontrava tão diferente. Eu estava igualmente nervosa e era provável que pela mesma razão que ela: as coisas mudariam depois daquela noite. Nossa relação se tornaria algo diferente.

Apesar do nervosismo que nós compartilhávamos, a tensão sexual dentro do carro era palpável. Nós duas sabíamos que algo aconteceria naquela noite e havia uma clara vontade de que aquilo ocorresse. Enid estava bastante focada na estrada, apesar dos momentos em que ela me olhava do canto do seu olho com desejo, e isso me deu a oportunidade de realmente olhar para ela e apreciar a beleza da mulher ao meu lado.

Não havia como negar que Enid estava absolutamente incrível aquela noite e os olhares predatórios que as pessoas na boate deram a ela me fizeram pensar que não era só eu que tinha aquela opinião. A noite inteira eu estava compenetrada na forma como ela me tocava, na suavidade dos seus dedo se a delicadeza do seu toque. Então não me surpreendia quando eu olhava para ela e encontrava uma pele macia e suave. Seus bíceps eram bem torneados e firmes, o provocante decote e saber que havia algo debaixo de suas roupas me lembrava que não era somente carinho e ternura que ela podia me dar, mas também seu magnetismo sexual e cru.

Enquanto eu estava sendo consumida pelo desejo e afeição por aquela mulher, eu vi que ela ainda tamborilava o volante com seus dedos, seu nervosismo ainda proeminente. Eu estendi a minha mão e acariciei seu pulso, silenciosamente a encorajando a largar o volante com aquela mão. Quando ela o fez, eu peguei sua mão na minha e entrelacei nossos dedos antes de levar as nossas mãos até meus lábios e beijar delicadamente as pontas dos seus dedos. Apesar de ser especial sempre que nos beijávamos, nada pareceu mais íntimo e certo do que aquele pequeno momento. Ela me deu um sorriso com bochechas coradas antes de voltar sua atenção à estrada.

Eu aproveitei que ela estava relaxada e não focada em mim para admirá-la um pouco mais. Quando meus olhos recaíram sobre seu colo, eu sequer tive tempo para me repreender quando o carro parou e ela anunciou que tínhamos chegado. Ela deixou a minha mão, saiu do carro e deu uma volta no mesmo para abrir minha porta, antes de me conduzir a sua porta. Deus, eu espero que ela não tenha reparado para onde eu estava olhando.

Eu nunca tinha parado para pensar como a casa dela seria, mas estando ali eu fiquei surpresa positivamente. A casa era completamente Enid. Era evidente o quanto ela tinha se esforçado para decorar o lugar. Ela tinha uma casa até grande para uma única pessoa e tudo era moderno, ainda que houvesse uma nuance retrô na decoração.

— A sua casa é linda, Enid – eu disse para ela enquanto ela me dava um tour guiado pela casa. Não demorou muito para terminarmos no quarto dela, e eu olhei em volta para admirar todos os pequenos detalhes aquele ambiente, na esperança descobrir os todos os pormenores de sua personalidade. Nós tínhamos acabado de largar uma a mão de outra, de forma que eu consegui andar pelo quarto e pegar nos porta-retratos, livros e CDs espalhados para vê-los melhor.

Eu me virei para ela com um sorriso enorme depois de ver uma foto dela com quem era obviamente sua família, e a encontrei já me encarando. Ou melhor, ela encarava meu corpo, fome evidente em seus olhos enquanto ela admirava minhas curvas e o comprimento das minhas pernas. Eu, de repente, me senti fraca sob seu olhar, mas rapidamente restaurei minha autoestima quando me dei conta do efeito que eu tinha sobre ela.

The donor: WenclairOnde as histórias ganham vida. Descobre agora