Capítulo nove - Primeiro abraço

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Blair Finnegan

O ronco de Matthew me acordou antes do despertador tocar. Estendi meu braço para alcançar o celular na mesa de cabeceira, desbloqueando, o horário marcava seis e duas da manhã.

Matthew se mexeu soltando mais um ronco com sua mão por cima da minha barriga e a perna enroscada na minha, conseguia sentir sua respiração batendo em meu cabelo. Ele sempre teve o costume de dormir assim, minha avó nunca permitiu que ele dormisse na nossa casa, ou eu na dele, apesar das nossas famílias serem vizinhas, mas Matt sempre arranjava um jeito de pular minha janela quando descobriu que poderia fazer isso, e às vezes pegávamos no sono assistindo algum filme, ele escapava pela manhã antes dos meus avós acordarem. Não sabia como minha avó nunca desconfiou, porque o ronco de Matt era alto o suficiente para acordar até os vizinhos.

Mais uma semana dormindo com ele e eu não aguentaria ficar sem dormir nas minhas primeiras duas aulas do dia. Estava começando a pensar em dormir no sofá da sala, ou implorar para dividir a cama com Hunter, pelo menos até a reforma do escritório.

Meu pai apareceu no sábado para me ver, e verificar minha primeira semana de adaptação, tinha esquecido propositadamente sobre mencionar que os planos mudaram, sobre eu estar dividindo apartamento com mais um garoto, não queria dizer nada por celular.

Ele chegou totalmente de surpresa, meu turno do bar foi até às duas da manhã por Jake saber que no sábado teríamos mais tempo para dormir até mais tarde, de terça a quinta éramos liberados mais cedo, por causa das nossas aulas.

Acordei no sábado com Hunter batendo na porta do quarto, entrando, ele parecia tão constrangido e a voz saindo em um sussurro.

— Seu pai está aqui. — minha cabeça girou, pois ele não tinha avisado nada. Hunter estava sem camisa, e sem a tipoia, com os olhos arregalados.

Empurrei as cobertas e as pernas de Matt para sair da cama.

Quando cheguei na sala meu pai estava sentado no sofá batendo o pé no chão parecendo um pouco zangado.

— Blair Finnegan, pode me explicar o porquê de ter mais um garoto nesse apartamento? — sua voz não era autoritária, mas branda e controlada.

Sentei e expliquei toda a situação, assim que terminei, Hunter apareceu no corredor vestindo uma camiseta branca. Ele parecia um pouco sem jeito, sem saber muito bem como agir.

Meu pai ainda não tinha dito nada, apenas levantou caminhando até Hunter, estendendo a mão para ele.

— Desculpe a minha grosseria mais cedo, Hunter. Mas como pai, eu me preocupo com quem minha filha se relaciona — Hunter apertou a mão do meu pai, e de relance olhou para mim.

— Eu entendo Sr. Finnegan, o senhor é um excelente pai, sua filha é incrível.

Os olhos de meu pai brilharam, e vi tristeza e felicidade nos de Hunter. Ele parecia feliz pelo meu pai ser tão cuidadoso quanto se tratava de mim, mas sua tristeza não tinha uma explicação.

— Pode me chamar de Bryan.

Hunter assentiu sorrindo.

Estranhamente eles se deram muito bem, meu pai só ficou nervoso por esbarrar com um desconhecido seminu no apartamento da filha, nenhum pai soltaria fogos, mas antes de qualquer confusão, até mesmo antes de Hunter me chamar, ele tentou explicar tudo para meu pai, que não foi muito receptivo com a história e preferiu conferi-la comigo.

Inefável Where stories live. Discover now