Capítulo sete - Sorria mais

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Blair Finnegan

A influência era toda dele, de algum jeito Hunter despertava meu espírito dominador, ele me concedia espaço para eu ser quem realmente queria ser.

Não perguntei sua opinião sobre levá-lo ao trabalho, tinha certeza que ele recusaria minha ajuda.

Ele encarava as gotas de chuva que escorriam pela janela do carona, usava um boné azul com a aba virada para trás, vestindo a mesma jaqueta do dia que nos conhecemos. Hunter era aterrorizantemente lindo, chegava ser assustador o quanto ele ficava impecável de qualquer jeito. Talvez se ele usasse uma camisa laranja, quase ninguém ficava bem de laranja, não sou contra essa cor, só estava tentando imaginá-lo não sendo tão atraente aos olhos.

Escutei muitos burburinhos sobre ele nos corredores do campus, sem querer acabei ouvindo algumas conversas enquanto esperava a aula começar. A maioria das garotas comentavam sobre os acontecimentos da última festa e da briga entre Erza e Hunter, mas logo depois a conversa tomou outro rumo, fiquei estática quando uma delas comentou curiosa sobre quem era a garota que dividia o apartamento com Matt e Hunter, não fazia ideia de como todo mundo já sabia desse fato. Os populares, Hunter foi mencionado mais de uma vez como o Rei do beisebol universitário, obviamente a vida dele era observada diariamente.

— Você é bem popular — comentei virando o volante para direita para dobrar a esquina, faltavam uns quatro quarteirões até o bar onde ele supostamente trabalhava.

— Por que diz isso? — tirou os olhos da janela para encarar os meus de relance.

Ajeitei minha postura, colocando as duas mãos no volante quando paramos em um sinal vermelho.

— Seu apelido é Rei do beisebol universitário, sabia disso? — ele deu uma gargalhada, a risada dele me fazia rir, então não segurei meu sorriso dessa vez.

— É porque sou o melhor no que faço — respondeu sem nenhum pingo de modéstia e de jeito divertido, senti uma pontada em meu peito, a confusão que provoquei em sua vida quando causei a sua contusão poderia ter destruído tudo para ele. Meu sorriso desapareceu tão rápido quanto surgiu.

— O que foi? — ele deveria ter notado minha mudança drástica de expressão. O sinal abriu bem na hora, e dei a partida voltando a andar com a camionete.

— Se fosse ao contrário eu teria odiado você por tudo que aconteceu, mas você fica distribuindo sorrisos para mim.

Ele sorriu de novo. Pare de fazer isso, Hunter, pare de ser tão incrível e maravilhoso, sorrindo como se presenciasse uma chuva de estrelas. Isso era irritante, porque definitivamente acabaria desenvolvendo uma queda por ele, e não estava nenhum pouco interessada que isso acontecesse.

Nunca, jamais, namorar outro atleta. Ou pior, se apaixonar por algum deles. Não tinha pretensão de generalizá-los, colocá-los na mesma conta, talvez alguns deles ainda tivessem caráter e bom senso, mas não seria eu a testá-los.

Um coração partido já era de bom tamanho.

— Tem coisas mais importantes na vida do que guardar rancor. Não culpo você pelo que aconteceu, porque não foi culpa sua.

Ele ainda estava olhando para mim quando estacionei rente ao meio-fio da calçada em frente ao endereço que ele indicou.

Talvez a culpa não fosse minha, de qualquer forma fui um efeito colateral, se ele perdesse a oportunidade de jogar em um time profissional, ou a contusão deixasse algum dano permanente, eu jamais conseguiria me perdoar por ter arrancado os sonhos de outra pessoa. Não queria ser um dano em sua vida, em hipótese alguma desejava destruir sua carreira, que pelo que sabia tinha muito potencial.

Inefável Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon