O namorado de Agatha Denver

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11:32

- Denver, onde está seu guarda costas? - Bosa invadiu minha mesa se sentando ao meu lado com um sorriso gentil.

Joey destoava da aparência bruta, um metro e noventa pesando mais de oitenta quilos mas com um coração de manteiga. O único jogador que é aceitável para amizades.

- Bosa. - Cumprimentei largando meu suco de uva. - Está procurando Theo a mando de McCauley?

- Desde quando eu recebo ordens do McCauley? - Zombou me oferecendo uma barra de chocolate.

- Desde que ele é o capitão do time.

O pedaço do doce derreteu na minha boca e isso sim pareceu um presente.

- Não foi por isso que perguntei. É só que você nunca me disse que tinha um namorado. - Coçou a nuca com uma expressão estranha.

- Sei que não vai dizer a ninguém então...é o seguinte, não tenho namorado. Mas qual seu interesse nisso?

- Ei! Eu n-não disse isso, Ga!

Ri quase engasgando com mais do delicioso chocolate.

- Gaguejou perdeu a razão, J.

Ele usou o braço pra fingir que esbarrou em mim revirando os olhos, era algo que fazíamos antes dele se afastar pelos treinos constantes.

- Sinto sua falta, o que acha de uma pizza mais tarde?

Uma mão conhecida bateu na mesa entre nós dois, virei o suficiente pra ver uma grande careta no loiro de olhos verdes.

- Não posso deixar você sozinha por um minuto? Onde estão France e Hills?

- Segure os cavalos, loirinho. - Joey se meteu olhando Theo de cima a baixo.

- Cheguei! Ei, Joey como você está? - Hilary chega empolgada sentando a nossa frente.

- Ótimo e já de saída, me mande mensagem Denver. - Se despediu e tão invasiso quanto apareceu, sumiu.

- O que ele quer com você? - Theo sentou no lugar do meu amigo ainda com a melhor careta do mundo.

France apareceu com uma bandeja cheia de bolinhos e dois cachorro quente. Sentou ao lado de Hilary assobiando alguma sofrencia do My Chemical Romance e parou com um sorriso malicioso.

- Eu vi você falando com o Bosa da fila da cantina. - Levantou e abaixou as sobrancelhas na minha direção.

- Ele é afim de você, fico surpresa de todos esses meses vocês não estarem namorando nem nada. - Hilary colocou mais lenha na fogueira.

Theo ficou em silêncio com um bico do tamanho da minha vontade de bater nele.

- Somos amigos, parem de falar sobre isso ou meu castigo divino pode ficar quieto até a formatura.

- Já está chamando ele de seu, não é que o efeito dos deuses está funcionando?! - Zomba pegando mais um bolinho da bandeija.

- Mas eu sou dela! - Theo se indigna abrindo a boca. - Diga a elas, docinho.

Bufei mordendo mais do chocolate, as meninas riram alto o deixando ainda mais indignado.

- Denver! Onde está Denver?!

Hoje é o dia pra tirar minha paz?

- Dá tempo de me esconder? - Tentei dizer me encolhendo o quanto pude mesmo o falatório sendo alto demais e o grito do chamado ficando cada vez mais próximo.

- Que Afrodite nos dê paciência. - Theo resmunga.

- Denver, finalmente! - Danny Green parou sem fôlego do lado de France, é um bom garoto e costuma saber coisas que ninguém sabe. - McCauley está espalhando por aí que você tem um caso com o Sr. Hardy!

Ah.

Gregor McCauley realmente teve o ego ferido por Theo, não é possível ter a audácia de espalhar algo assim, ele poderia acabar com o emprego do Sr. Hardy e eu nem sei o que aconteceria comigo.

- Obrigado por avisar, Danny. Pode me fazer um favor e anunciar uma briga mais tarde? - Sugeri sem pensar muito, ignorei os olhares chocados e mordi mais um pedaço do chocolate.

- Tem certeza? McCauley está com ódio genuíno de você e seu namorado.

Theo segurou o sorriso quando lhe encarei.

- Diga que vai ser no fim da aula, duas ruas atrás pra não ter perigo de detenção. - France ajudou deixando o choque passar.

- Danny não espalhe nada! - Hillary interrompeu com sua cara séria. - Eles estão malucos, não tem necessidade de violência.

- Não espalhe. - Theo concordou me deixando surpresa, não achei que dispensaria brigas. - Diga direto a ele, não tem necessidade de plateia pra vê-lo caído de novo.

- Sem anúncio então. Se cuide, Denver. De você eu gosto. - Danny brinca antes de voltar a correr.

Deixei que o mundo caísse de uma vez como a casa de palha do primeiro porquinho, assisti o caos tomando conta da nossa mesa com o surto protetor de Hillary contra o jeito estratégico de France, e a força de vontade do Theophanes em brigar.

Nada poderia sair de bom hoje. Nada.