28 - Duas semanas

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Ajudei Sunwoo a abrir a porta da pequena sala livre onde nós ficávamos, já que suas mãos estavam ocupadas

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Ajudei Sunwoo a abrir a porta da pequena sala livre onde nós ficávamos, já que suas mãos estavam ocupadas. Eun Hyuk deixou claro que não queria mais nos deixar separados dos outros, presos na Sala de Quarentena. Por um certo tempo, nós tentamos conviver com os sobreviventes, mas a forma que eles nos olhavam nos fizeram desistir. Encontramos uma sala vazia, não muito grande, mas o suficiente para nós três.

Não posso negar que ficar aqui com os garotos é mil vezes melhor do que lá fora, tendo que aguentar os olhares da vizinha fofoqueira, e os pulos de medo do cabeludo sempre que eu passo por perto. O preconceito deles é irritante.

Os dias em que passamos aqui, não muito do que três noites, foram engraçados. Tive a impressão de que foram os melhores dias desde que tudo começou. Sunwoo era um cara engraçado. Ele fizera Hyun-su rir tantas vezes que ultrapassou até mesmo as minhas contagens de sorrisos em uma única noite.

Na noite passada, ele decidiu que eu deveria cortar seu cabelo, para relembrar os velhos tempos, antes do apocalipse. Era eu quem cortava o cabelo de Sunwoo e Ishida, para que eles não tivessem que gastar o dinheiro no cabelereiro. Hyun-su também decidiu cortar o seu, pedindo minha ajuda. Agora, Sunwoo voltou ao corte que usava a anos, e Hyun-su fez um novo que o deixou ainda mais bonito.

As laterais mais curtas, o meio mais cheio. Um corte comum, mas bonito. Fiz o possível para deixar do jeito que ele me pediu, já que minha especialidade sempre foi fazer os cortes dos meus dois amigos, os únicos que eu sabia, na verdade. Agora, terei que me especializar em mais um, para Hyun-su.

Ele estava mudando. Ria mais, conversava mais. Os dias estavam se tornando melhores e um novo trio estava sendo formado, por mais que eu sempre acreditasse que isso fosse um quarteto. Ishida ainda estava ali, de alguma forma.

- Ei, Hyun-su, trouxemos...

Eu parei, o garoto atrás de mim esbarrando nas minhas costas, por pouco não derrubando a bandeja de comida de Hyun-su que segurava.

- Ryu! - Sunwoo reclamou - Você quase me fez...

Ele parou de falar, só agora percebendo o que estava acontecendo.

A bombeira que esteve aqui desde o primeiro dia. A mesma que foi embora usando a moto do senhor Ahn e voltou semanas depois com um caminhão de bombeiros, atropelando o monstro gigante com quem Sunwoo lutava, estava de frente para Hyun-su. Não era o tipo de conversa normal que alguém teria, já que ela segurava a gola do seu casaco, o puxando para perto e tinha uma faca nas mãos.

Hyun-su, como sempre, não estava reagindo ao ataque.

Deixei minha bandeja sobre a cômoda ao lado da porta. Sunwoo fez o mesmo, deixando as mãos livres o mais rápido possível para segurar meu braço, antes que eu atacasse a mulher.

Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet HomeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora