10 - Maldição

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- O que dizia?

- Desespero.

- O que?

- Disse que era uma maldição. E que os humanos nunca iriam supera-la.

- Acredita em um blog sem nem saber quem escreveu?

Ele tirou o celular do bolso, começando a ler o texto na tela em voz alta.

- Sob essas circunstâncias, não devemos ignorar nem a menor pista.

Ele virou o celular para mim, mostrando uma parte do blog. Uma imagem preta com olhos de gato verdes. Logo abaixo, uma assinatura.

Arregalei os olhos e dei um passo ara trás, assustada.

Não era verdade. Não podia ser verdade.

Eun voltou a guardar o celular, a feição mudando repentinamente para preocupado. Ele tentou se aproximar, mas eu o afastei com minha mão. Minha respiração estava acelerada, e eu tenho a sensação que não há nenhum oxigênio chegando em meus pulmões. Levei a mão ao peito, a rapidez com que meu coração batia com toda certeza não era normal, mas eu não conseguia evitar.

Respirei fundo, usando minha boca para puxar o máximo de ar que pude.

Nada.

Eu ainda não consigo respirar. É como se não existisse ar o suficiente no mundo para mim agora.

O que está acontecendo!?

- Ryu. - Eun tocou meu ombro, o meu olhar desesperador encontrando-se com o dele, genuinamente preocupado. - O que houve? O que você tem?

Não consegui ouvi-lo. Sua voz estava distante e abafada.

As lembranças tomaram conta da minha mente. Uma atrás da outra, uma pior que a outra. O dia em que meu nariz sangrou pela primeira vez. Uma semana depois, eu estava deitada em minha cama e Sunwoo verificava a minha febre pela quinta vez naquele dia, quando seu nariz começou a sangrar. Foi o início de tudo. O nosso pesadelo, causado por mim.

É minha culpa.

Sempre foi minha culpa.

Eu infectei Sunwoo.

Eu arruinei nossas vidas, que finalmente estavam ficando boas de novo.

Eu o matei.

- Precisa respirar. Você precisa respirar, Ryu!

Balancei os braços, não conseguia deixá-los parados, estavam tremendo e aos poucos, se tornava difícil controla-los. Eun se aproximou, segurando minhas mãos e intercalando o olhar entre elas e meu rosto.

- Senta. Anda, senta aqui. - ele se agachou, sentando-se no chão ao meu lado. - Ouvi dizer que você se mudou para cá pouco antes disso tudo.

Sabia que ele me olhava, mas eu não conseguia retribuir. Meus olhos estavam fixos no chão, a visão aos poucos ficando turva por causa das lágrimas que se acumulavam.

Os Mais Fortes Sobrevivem - Sweet HomeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora