Capítulo 114

4.3K 269 16
                                    

- Rafael Narrando -

O beijo super encaixou com a Nathália e caralho que beijou com que ela tinha, ficamos um tempo ainda conversando e trocando alguns beijos ali.

- Chega - Nathália resmungou em meio ao beijo

- Por que? - sussurrei descendo a minha boca pelo pescoço dela e percebi que a mesma se arrepiou

- Estamos em frente de casa - riu baixo

- Assim que é bom - falei malicioso

- Maluco - falou rindo e se afastou

- Não é não? - perguntei olhando pra ela

- Não sei, não sei de nada - falou e eu dei uma risada

- Vamos ver - falei rindo

- Você não tem que ir pra casa? - mudou de assunto rindo

- Tenho mesmo - concordei passei a mão no rosto

- Boa sorte na cirurgia tanto pra você quanto pra sua amiga - sorriu me olhando

- Obrigado - dei um selinho demorado na mesma - Te mando mensagem

- Ta bom - me deu um selinho e se afastou

- Tchau - sorri e ela foi até o portão, abriu e entrou acenando

Como eu tinha conversando ontem com a Mariana pedi pra Rosa liberar a minha agenda, quando cheguei no hospital já recebi a informação que ela tinha dado entrada como paciente e já estava em um quarto. Peguei os exames que tinha repetido e fui para o andar da neurologia, conversei com um residente no meio do caminho e entrei no quarto dela. Estava junto com ela o marido e como eu tinha imaginado os nossos amigos.

- Alguma alteração nos exames? - ela perguntou assim que eu entrei

- Não, fica tranquila - falei e ela sorriu fraco

- E os seus pais? - perguntei puxando o carrinho que tinha um monitor em cima e liguei o mesmo

- Pedi pra ficarem com o Ben, por eles estariam aqui comigo mas acho melhor se concentrarem no meu filho - contou

- Sabe que não precisa bancar a durona, né? - perguntei olhando pra ela

- Ontem quando ela me contou veio me consolar - Tom falou e eu ri baixo

- Nós sabemos que você quer chorar - Cardoso falou - E não tem problema isso

- Até porque você está com um tumor do tamanho de uma laranja - falei e ela fez careta

- Todo mundo iria chorar - Rebeca falou e eu assenti

- É normal ter medo - sorri fraco olhando pra ela

- Viu só? O médico falou - Tom brincou e ela riu baixo

- Uma vez eu falei pro meu paciente que ele não precisava ter medo - Rebeca começou a falar - E foi a maior mentira que eu já contei na minha vida, a taxa de mortalidade da cirurgia era gigantesca

- Ainda bem que os meus na maioria tão desacordado - Cardoso falou rindo, ele era cirurgião chefe do trauma

- Sortudo - falei rindo e a Rebeca mexeu em uma bolsa que estava na poltrona e pegou uma máquina de cabelo

- Sempre quis fazer isso - brincou e a Mariana deu dedo pra ela

- Ai meu cabelinho - se lamentou

- Só precisa cortar essa parte - passei a mão nos cabelos dela - É aonde eu vou abrir

- Menos mal - riu fraco

- Qual método? - Tom perguntou me olhando e mostrei as imagens na tela

- Craniotomia sub frontal bem direta com uma pequena incisão na dura e ai vou retirar o tumor - expliquei e ele ficou pensativo

- Eu amo cirurgia mas não neurocirurgia - Mariana falou de repente

- Obrigado pela parte que me toca - ironizei e eles riram

- Todo mundo sabe que em qualquer cirurgia tem a chance de não acordar mas na neurocirurgia pode acordar e não saber mais quem é - falou e eu concordei

- É uma verdade - Cardoso falou - Mas adoramos números e eles estão ao nosso favor nessa

- Pensa nisso, amor - Tom falou olhando pra ela - Cadê a garota que veio me dizer que deveríamos ter o filho e no meio de toda explicação do porquê disso ela me mostrou um monte de porcentagens explicando que seria bom?

- Ela tá aqui - sorriu deixando cair algumas lágrimas

- Ok, eu não vou chorar - Rebeca fungou - Vem cortar esse cabelo

- Tô indo - Tom deu um beijo na testa dela e ela se levantou da cama

- Já volto - falei saindo do quarto e ele veio atrás de mim

- Faz uma coisa? - chamou a minha atenção

- O que? - perguntei curioso

- Ela não vai admitir mas eu sei que ela não iria querer que todo o hospital ficasse de olho nela tão vulnerável e sentindo pena - falou e eu sabia que era verdade - Fecha a galeria

- Pode deixar, irmão - confirmei e ele voltou pro quarto

Depois que falei com ele fui até o CTI dar uma olhada no João e autorizei que transferissem ele para o quarto. Terminei de analisar umas coisas e quando eu voltei para o quarto da Mariana já era pra levar a mesma pra sala de cirurgia.

- Me conta sobre o jantar - pediu quando entramos na sala de cirurgia

- Eu preciso me lavar - falei óbvio e ela bateu no meu braço

- Eu tenho um tumor - sorriu maliciosa

- Cretina - falei e ela riu

- Fala logo - pediu e eu bufei

- Foi incrível - falei simples - Acho que eu contei toda a minha vida pra ela e ela me contou a dela, e devo dizer que estou achando-a mais incrível ainda

- Tudo mesmo? - perguntou e eu apenas balancei a cabeça - Ok, quando eu tiver recuperada quero conhecer essa mulher

- Viaja não - falei rindo - Ah, e rolou beijo

- Eita - bateu palma e o pessoal começou a entrar na sala

- Preciso me lavar e eu prometo pra você que daqui a algumas horas você vai acordar bem - falei firme

- Eu confio - sorriu e eu beijei a bochecha dela

Saí da sala e enquanto eu me lavava eu repassei todo o procedimento baixinho, não tinha jeito era uma mania minha. Eu respirei fundo antes de entrar na sala e assim que eu entrei na sala uma técnica terminou de me ajeitar. Me posicionei e olhei em direção a galeria aonde estava apenas os nossos amigos.

- Tudo certo - o anestesista falou e eu só balancei a cabeça

- Tá tudo bem, senhor? - Sanches o meu residente perguntou baixo ao meu lado

- Não - neguei pensativo - Tá faltando algo

- O que? - perguntou preocupado

- Está tudo aqui - a enfermeira Regina falou, ela era uma das mais antigas no hospital

- Cadê a minha música? - perguntei sério

- Ah, claro - uma técnica falou e ligou o som, logo a sala foi preenchida com 7 years mas tínhamos uns bons ritmos pra passar durante toda a operação

- Agora sim - respirei fundo e agradeci mentalmente por não conseguir visualizar o rosto dela

- O senhor - Sanches começou a falar quando eu ia iniciar o processo

- Canta comigo - interrompi e mesmo confuso ele começou a cantar

Nathália Where stories live. Discover now