Liturgia

By laurzjfv

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Desde pequena, Camila já tinha seu caminho traçado. Por quase ter morrido ao nascer, seu pai Alejandro, um ho... More

Prólogo
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXVI
XXVII
XXVIII
XXIX
XXX
XXXI
XXXII
XXXIII
XXXIV
XXXV
XXXVI
XXXVII
XXXVIII
XXXIX
XL
XLI
XLII
XLIII
XLIV
XLV
XLVI
XLVII
XLVIII
XLIX
L
Epílogo

XXV

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By laurzjfv


Oiii gente, to aqui de novo uhul kjjkk

Então, passando aqui pra lembrar vocês que a fic se passa em Cojímar (uma vila de Havana, que fica em Cuba). Com isso, elas tecnicamente falam em "espanhol" ok? ok.

Boa leitura!

•••

Assim que terminaram de almoçar, pegaram vassouras, esfregões, flanelas e todo tipo de produtos de limpeza para começarem os trabalhos na igreja. Dinah ainda tentou fugir mais foi segurada por Lauren e Allyson não conseguindo escapar. Se dividiram entre quem iria varrer, passar pano e lustrar os bancos. Dinah irritada se dando por vencida, pegou uma vassoura e logo começou a varrer o extenso piso.

Lauren jogava vários produtos de limpeza dentro de um balde com água, fazendo uma mistura de cheiros. Camila estava próximo com uma flanela nas mãos colocando um produto para então ir limpar o púlpito e o piano no altar. Enquanto isso, Allyson havia ficado encarregada de limpar uma fileira de bancos e Rosalía a outra.

— Dor de cabeça maldita. – Rosalía murmurou com uma careta. Dinah que estava próximo ouviu, e deu uma risadinha maldosa.

— Não tomou nada? – Ally perguntou, vendo a garota negar.

— Não achei remédios.

— Acho que devo ter algumas aspirinas. – Lauren falou pesarosa, Camila logo a encarou arqueando uma sobrancelha.

— Por favor, Lauren... – a garota choramingou, pronta para ir com a noviça.

— Espere aqui que eu volto já. – Lauren disse, logo se retirando e Camila riu da expressão de chateamento que a garota fez.

Alguns minutos depois Lauren estava de volta e deu o comprimido para Rosalía, a mesma agradeceu dando um beijinho em seu rosto e foi até o bebedouro para pegar um copo de água. Lauren até tentou fazer uma careta para a garota, mas achou a cena engraçada e por isso acabou rindo. A morena então voltou para perto do balde pegando o esfregão, começando a fazer sua parte. Chegou próximo de Dinah, passando o pano aonde a garota já havia varrido e notou que a loira agora estava com um humor melhor, cantando até uma música distraidamente.

É só colocadinha devagar na pepequinha... – Dinah cantarolava enquanto varria, mexendo levemente o corpo.

Lauren riu do jeito da garota, e Allyson fez o mesmo observando que a mesma não saia daquela frase.

— Que música é essa? – a menor perguntou fitando a noviça.

— Não sei. Ouvi ela ontem na festa e esse refrão ficou na minha cabeça. – disse dando de ombros.

— Mas é em outra língua. – Ally observou.

— Sim, e daí? – perguntou juntando levemente as sobrancelhas. — A batida era boa. – disse voltando a cantar. Allyson riu.

— Você nem sabe o que está dizendo. – a freira falou arqueando suas sobrancelhas de forma realista.

— É verdade. – Lauren comentou. Camila riu da cara que Dinah fez.

— Deve ser algo relacionado a percussionista. – falou parando com o que fazia, pensando sobre a música e associando as palavras.

— Ah, claro. – Lauren falou em deboche, tomando fôlego antes de voltar a esticar os braços com aquele esfregão nas mãos.

— Eu duvido muito. – Ally disse com um sorriso humorado. — Vai que está cantando algo inapropriado.

— Acho que não. Ou sim. Não sei. Mas de qualquer forma a música é boa. Acho que era brasileira.

— Várias músicas que tocaram lá ontem eram boas. Me divertir horrores! – Rosalía comentou dando um largo sorriso, voltando a limpar os bancos.

— Percebemos! – todas disseram em uníssono, com um olhar irônico em sua direção. A garota deu de ombros, ainda com um sorrisinho.

Após Lauren ter terminado de passar pano em toda a igreja, ligou os ventiladores do lugar para que o piso secasse mais rápido e sentou-se nas escadinhas do altar da igreja, observando Camila organizar tudo por ali. A freira notando que estava sendo observada, deu um pequeno sorriso de lado e se aproximou sentando-se ao lado de Lauren.

— Não ficou com ressaca? – a morena perguntou passando os olhos pelo rosto da latina. Camila negou, logo umedecendo seus lábios.

— Não senti nenhuma reação adversa. Na verdade foi tudo muito bom, principalmente... aquilo. – disse sem graça, corando levemente. — E depois, dormir com você... – confessou, Lauren puxou um sorriso de canto.

— Que bom que fluiu tudo certo com você. Foi uma primeira experiência e tanto. – murmurou a observando, Camila assentiu, chegando um pouquinho mais próximo da garota.

Não iria fazer nada tolo, já que Allyson, Dinah e Rosalía ainda estavam por ali limpando os bancos. Apenas se achegou para fazer uma pergunta um tanto pessoal.

— Lauren, quando você.. hm, soube que gostava de... outras... garotas? – disse copiosamente envergonhada. Lauren riu fraco com sua pergunta.

— Acho que eu sempre soube. – Camila a encarou curiosa. — Eu beijaria homens sem problemas, mais beijar mulheres, e transar com mulheres, é mil vezes melhor. – a garota disse abertamente e os olhos da freira se iluminaram. Por mais que tivesse vergonha em falar sobre aquilo. — Quando você ficar com mais pessoas, vai entender. – completou.

Camila acabou fazendo uma pequena careta, ficando pensativa. Não queria ficar com outras pessoas, se sentia bem beijando apenas Lauren. Já que tinha quebrado seus votos que fosse apenas com ela.

— E sua família, eles não brigaram com você? Quando descobriram? – o olhar curioso havia voltado ao rosto da freira, tinha total atenção na próxima resposta que Lauren fosse lhe dar.

— Bom, meus pais são bem tranquilos em relação a isso. O problema mesmo foi minha avó. – a morena riu ao se lembrar. — Esse foi um dos motivos por eu estar aqui.

— Meio contraditório mandar uma garota que gosta de mulheres para um convento cheio de... mulheres? – Camila disse com certo humor e ambas riram.

— Exato, é o que eu sempre pensei. Mas acho que minha avó não estava pensando muito bem na hora. Na verdade, talvez eles achem que a religião é quem "conserta" a pessoa. – Lauren disse fazendo aspas com os dedos e Camila assentiu. — Mas e você, acha que seus pais brigariam se soubessem que você beijou uma garota? Mesmo que ela fosse incrivelmente linda, e inteligente, e muito gostosa? – perguntou fazendo a garota rir.

— Nem é convencida, né? – Camila disse com um sorriso, empurrando-a de leve. — E sim, com certeza eles brigariam. E me puniriam. – a freira então ficou um pouco tensa ao ter percepção total daquilo.

Lauren já esperava por aquela resposta, havia perguntado por perguntar. No entanto se Camila realmente se descobrisse bixessual ou algo do tipo, provavelmente passaria por situações difíceis. Ficar dentro do armário muitas vezes era a melhor opção para muitas pessoas, existem famílias muito tóxicas, principalmente as religiosas com uma mente fechada.

— Seria mais o meu pai, sabe? – Camila continuou, tirando Lauren de seus devaneios. — Na família da minha mãe, um dos meus tios é gay. Ele é até casado. E eu sempre gostei muito deles, mamãe da mesma maneira. Além de serem caras legais, eles sempre brincavam comigo e me enchiam de presentes. Mas desde pequena, eu não podia chegar perto de nenhum quando meu pai estava por perto. Alejandro dizia que eles eram pessoas imundas, que tinham doenças, e eu poderia pegar. Dizia também que pessoas assim estavam possuídas por demônios. Ele sempre demonstrou sentir nojo de homossexuais. Mas minha mãe sempre me disse o contrário, que meus tios eram pessoas normais, que apenas se amavam, e muitas pessoas não entendiam por isso os julgavam. Principalmente meu pai. – Camila falava como se lembrasse de algo. — E afinal, o que há de errado no amor? – finalizou dando um doce sorriso, de forma que seus olhos sorriram junto.

Lauren a olhou em completa admiração. Camila era muito além daquilo que ela esperava, e se um dia a latina se livrasse do convento e decidisse se casar, com certeza a pessoa que a tivesse seria muito sortuda.

— Sua mãe tem toda a razão, Camz. Já o seu pai, eu só sei sentir muito por ele. – Lauren disse de forma sincera e Camila assentiu baixando a vista consternada.

Lauren pensou por um momento, e se deu conta que não sabia muito sobre a garota a sua frente. Pois com todas essas opiniões e percepções, o que Camila estaria fazendo presa em um convento? Havia um mundo todo ao seu redor, cheio de coisas para se descobrir.

— Camila, por que você...

— Eiiii, terminamos! – Ally gritou para as garotas atraindo a atenção das mesmas. — Agora é correr para dar tempo de nos aprontarmos para estar aqui antes do culto começar. – avisou e todas assentiram, começando a recolher os itens de limpeza para guardar.

— O que você ia me dizer? – Camila perguntou enquanto se levantavam.

— Uh, outra hora eu pergunto.

— Ah não, Lauren. Vai me deixar curiosa? – Camila falou fingindo incredulidade.

— Uhum. – Lauren respondeu com um pequeno sorriso, tocando a ponta do nariz da latina.

— Isso é pecado, sabia? Está na bíblia, Filipenses seis-dezessete, não deixará teu irmão na curiosidade. – Camila falou em tom divertido.

Assim que chegaram ao final dos bancos pararam, e se aproximaram um pouco.

— Sigo pecando então. – a morena respondeu dando de ombros e Camila fez beicinho. Lauren de maneira esperta aproveitou para roubar um selinho demorado da freira, já que as garotas haviam saído e estavam sozinhas ali.

Camila riu, e já estava pronta para agarrar Lauren pelo pescoço, quando passos se aproximaram e logo padre Ramiro entrou no lugar. As garotas rapidamente se afastaram ficando quietas, passando para uma postura séria.

— Boa tarde, padre. – Camila disse em educação. O homem de meia idade sorriu para as garotas, acenando brevemente.

— Boa tarde, irmãs. A paz de Cristo! – disse sereno. — Estão bem?

— A paz! – as duas responderam juntas.

— Muito bem padre. – Lauren falou.

— Que bom, querida. Que Deus abençoe vocês!

— Amém! – Camila disse com suas mãos a frente do corpo, olhando de relance para Lauren.

— Amém. – Lauren respondeu simples.

— Ficarei no confessionário por agora, se tiverem algo para confessar, estarei lá para ouvi-las e aconselhar. – as garotas assentiram com um pequeno sorriso, e o padre logo saiu.

— Nossa, foi por pouco. – Camila murmurou tensa, assim que saíram da igreja.

— Não passou nem sinal de Wi-Fi. – Lauren comentou, suspirando em alívio.

— Como? – a freira perguntou confusa, Lauren a fitou rindo fraco.

— Nada. – respondeu passando seu braço em volta do pescoço de Camila, rindo ainda do seu rosto em confusão.

Às vezes não usava filtro com seus palavriados e era melhor tentar preservar Camila pelo menos nisso.

•••

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