— Carolina, viu meu Shampoo? — Isadora perguntou do banheiro.
Ouvi quando entrei pela porta do quarto, chegando de mais uma corrida com meu noivo gostoso, que tem um tanquinho que eu não vejo faz quatro dias, e beijos tão bons que pareciam um sonho, desses, felizmente, eu continuava desfrutando.
Estavamos nos comportando, tinhamos ganhado monitoria no fim do ano passado, eram dois monitores para cada casa, na Sonserina ficaram Miracle _ ainda ocupando o cargo de monitor chefe._ e Severo, na lufa lufa, eu e o Finnegan_ um garoto do sexto ano._ na Grifinoria estava Lilian e Asher Higgs, e na corvinal, Sophia Miracle e Joshua Hall. Jade tinha me dito que Dumbledore permitiu que Remos fizesse os NOMS no fim do sexto ano, sabe Merlim como ele fez para conseguir, mais ele fez e ele passou, no entanto, por mais que ele fosse um dos melhores alunos, ele ainda era inelegível para a monitoria. Nenhum de nós queria perder o posto, eles poderiam contar como uma edição no caso de um futuro trabalho na área educacional, então estavamos mantendo as mãos bobas sob controle, era uma tarefa árdua para mim, Merlim sabe que depois que você se acostuma a manter intimidade com uma pessoa, é difícil ter que, bem, ficar sem... você sabe.
Caroline, a moça nova, disse que não sabia.
— Acho que acabou. — comentou Mary criando coragem para se levantar da cama.
Depois de conviver com as duas alguns meses no ano passado, posso dizer que ja estava acostumada com as duas. Eram muito legais e atenciosas. Mary é bem magra, mais magra que eu, tem alguma coisa de metamorfaga, embora não consiga se transformar nem nada, da pra dizer pelas mechas azuis no cabelo castanho escuro e curto, e nos olhos que variam do castanho escuro ao ambar, dependendo do seu humor. Nos tornamos amigas rápido, ela adorou que eu fosse meio fada, porque nós duas eramos diferentes com nossa genética doidinha.
—Usa o meu. É o Roxo. — falei próxima a porta do banheiro.
— Você é um Anjo.— ouço a voz abafada pela água.
— De nada. — digo.
Então vou para a minha pequena comoda e pego minha toalha, sento num banquinho e espero ela terminar seu banho. Por mais que tenham três boxs de choveiro, a Isadora não se sente muito confortavel, é um tanto tímida nessa questão. Então eu e a Mary ficamos longe do banheiro quando ela toma banho, felizmente ela não é de demorar.
— Se nos esperar vamos juntas pro café. — falei para Carolina que estava arrumando o cabelo com creme.
Ela resmungava vez ou outra arrumando os cachos, mais como ela fazia isso em outra língua eu não sabia o que ela estava falando, eu achava melhor não perguntar. Ela não parecia muito confortavel comigo, não entendi o porque porem achei melhor não forçar a barra. Mas eu tinha que oferecer ajuda, ela tinha se perdido pelo castelo ontem, e anteontem, quando tentou ir sozinha. Por algum motivo, ela e as meninas não estavam se aproximando, Isadora diz que Carolina fica falando em outra língua de vez enquando e que olha para ela como se ela fosse a estranha, e que isso é muito desconfortável, e que elas simplesmente não acham um tópico comum para conversar. Mary só falou que Carolina parece irritada com ela quando elas se falam, porque Mary sempre acaba sorrindo com o seu sotaque, porque acha ele fofo e um pouco engraçado, e não consegue evitar, e diz que sempre que fala com Carolina, acaba tendo que pedir desculpas por isso constantemente e que Carolina e ela acabam ficando sem graça e encerrando o "assunto".
Ela anuiu com a cabeça. Evitando, claramente, falar.
Não é que o sotaque dela aparecesse o tempo todo, ele só aparecia em algumas palavras, e as vezes ela falava uma palavra muito fora do contexto e uma de nós acabava ficando com medo de corrigila, mas tambem com medo de ela acabar pagando mico em público. E se alguem sabe o que é passar vergonha, essa sou eu.
Ja tomada banho coloquei meu uniforme e fiz um rabo de cavalo mais desleixado. Severo gostava do meu cabelo mais bagunçado as vezes, e eu não tinha muito tempo de qualquer jeito, para a decepção de Mary, que gostava de enxer com o meu cabelo, testar penteados e essas coisas. Demandou certa força de vontade minha para colocar os saltinhos que comprei, mas coloquei. Afinal, qualquer centímetro a mais que me ajudasse a beijar Snape, era bem vindo. Pense num garoto alto.
Carolina foi em silêncio o caminho todo, e no cafe da manha começou uma conversa com um Lufano ao seu lado, e parecia estar bem mais animada. Fiquei feliz por ela, mais me perguntei porque ela não se aproximava de nós com a mesma proximidade. Sei lá, talvez fosse culpa nossa. Talvez devessemos nos esforçar mais, mas acho que isso só deixaria as coisas estranhas.
Carolina seguiu com o Lufano para a aula, Mary e Isadora tinham uma aula diferente, o mesmo valia para grande parte da nossa carga horaria, em realidade só tínhamos três matérias juntas, história da magia, feitiços e defesa contra as artes das Trevas. as outras aulas eram diferentes, um dos motivos pelo qual não reparei muito nelas , ao contrário do que se pensa nem todo mundo em Hogwarts se conhece, embora claramente já tenha se visto, nossa turma era muito grande em torno de 40 alunos, era difícil saber o nome de todos principalmente quanto esses alunos mudavam de aula para aula, sendo que mesmos alunos não permaneciam na mesma aula o tempo todo, e nem todos iam para as aulas avançadas, eu mesma entrara por milagre e um esforço gigantesco.
Eu normalmente sentaria com Jade, mais agora ela estava sempre sentada com Lupin, embora Potter e Sirius sentassem juntos mesmo Black tendo namorada, e Marlene sentava com Lilian a frente deles e atras de Jade e Lupin. Edith sentava com uma de suas colegas de classe. Eu sentaria com Carolina se fossemos mais próximas, ja que ela não conhecia quase ninguem, mas Severo fazia questão de sentarmos juntos todas as aulas, e Carolina tinha sentado com o Lufano de mais cedo, de qualquer jeito, então penso que ela ficará bem.
— Você está linda. — Severo sussurra ao meu ouvido discretamente.
Coro com o elogio, acho que nunca vou parar de corar com ele.
Agradeço baixinho, primeiro porque as pessoas estão em silêncio porque a aula ja vai começar, e segundo, porque estou na mesa ao lado da de Marlene e Lilian, essa ultima esta a um passo confortavel de mim, e eu posso jurar que esta nos ouvindo.
Parte de mim, a parte malvada, fica sarisfeita que ela ouça isso. A outra parte só fica envergonhada por parecer que estamos sendo muito íntimos.
Olho para meu noivo, ele esta com um leve sorriso arrogante, mas vejo a ponta de diversão em seus olhos. Sei que gosta do efeito que causa em mim.
Sinto sua mão raspar pele minha saia, na parte externa da minha perna que ao seu lado. Sei que ele não vai fazer nada aqui, mas tambem sei wue esta me provocando.
Estreito os olhos para ele como se dissesse, não se atreva!
Os olhos dele, se possível, parecem queimar com o desafio.
Percebo que ele pode fazer exatamente o que estou pensando só para me contrariar e arregalo os olhos para ele e faço que não com a cabeça tentando não chamar atenção.
Ele revira os olhos mais afasta a mão e a coloca sobre a mesa, só então percebo que a aula começou, tambem percebo que meu coração bate rápido.
Respiro fundo.
Se acalme, garota.
Seria mais fácil se o cheiro dele não estivesse tão bom assim. Como não dormimos mais juntos, não ficamos muito sozinhos de verdade, parece que eu me torno consciente dele com mais força a cada dia. Posso disse com certeza que só o cheiro dele me deixa doida. Queo dizer que é a minha parte fada, mas eu não sei disso.
Hoje é o dia dele, então vamos ficar juntos pelo resto do dia, na medida do possível. Como fiz novas amigas, tive que re-dividir meus dias da semana. Um dia era para a Penélope, a Natasha e a An, o outro era para a Mary e Isadora, um era para Jade e a Edith, normalmente eu abria um para o Regulos e os meninos, mais Regulos disse que estava passando por umas coisas e não ia mais falar com a gente por um tempo, e o mesmo era para os garotos, eu fiquei bem triste, Regulos era um grande amigo meu e do Severo, mas tive que aceitar, ele disse que era melhor assim e me pediu para não perguntar o porque ou comentar com as pessoas. E assim eu fiz. De verdade, a unica coisa que eu soube foi que o irmão dele, Sirius, tinha fugido de casa nessas férias. Foi Richard quem me disse, ele ainda falava comigo, eu tenho um dia para ele e sua irmã, Sophia e eu estamos começando a nos entender, Richard quer que sejamos amigas.
Ainda que eu tenha dividido os dias, estou roubando um pouco no meu próprio sistema, eu sempre arrumo, pelo menos uma hora, para o meu amor. Não posso evitar, quero ter um pouco dele todos os dias.
Acho que depois de tudo, eu posso estar finalmente voltando a normalidade.
Ou só quero pensar assim.
Estou apenas tentando superar, ainda é difícil, mais menos que antes, acho que perder uma amiga é como perder uma irmã amada, não dá para substituí-la e sempre que eu lembrar vai doer. Mais isso não pode me impedir de seguir em frente, assim como eu mesma não posso me impedir de mudar. É só algo natural.