- Só tem um, vou precisar comprar mais. - Digo pegando um absorvente na minha bolsa, tenho mais absorventes em casa, mas vou precisar trocar de tarde e não tenho outros comigo.
Hoje é segunda-feira, e já passa das 10 da manhã, estamos na empresa e fui ao banheiro, minha menstruação veio e já era esperado, pois está na data prevista.
- Suas regras chegaram? Eu quero ver. - Thimoty diz me fitando.
- Ver o que, homem? - Pergunto fazendo uma careta.
- É a primeira vez que esse evento acontece na minha vida. Nunca tive uma esposa, e nunca presenciei o evento da menstruação. - Thimoty fala como se fosse óbvio.
- Amor não é um evento! É só sangue... - Falo gesticulando.
- Para mim é um evento. Seu útero está descamando e há muitas coisas envolvidas. Você pode ficar raivosa e ter dores e desconforto. Eu preciso estar presente a cada detalhe, vamos posicionar o absorvente. - Thimoty diz me rebocando para o banheiro.
- Mas... que coisa... - Falo enquanto ele me reboca.
Entramos no banheiro e Thimoty fecha a porta.
- Com licença. - Ele diz pegando o absorvente da minha mão.
Thimoty tira a embalagem e olha pra mim.
- Estou pronto. - Ele diz fazendo uma careta.
- Tá pronto pra quê? - Pergunto baixando minhas calças.
Está um frio absurdo e nevando, então vim trabalhar de meia calça e com um terninho preto social, também trouxe um sobretudo.
- Para encaixar esse item de higiene na sua ceroula. - Thimoty diz e fico mortificada.
- Thimoty! - Digo franzindo o cenho e ele dá os ombros.
Rapidamente pego o absorvente da mão dele e coloco na minha calcinha.
- Luíza! Eu sou seu marido. - Ele diz exasperado.
- Amor, eu não estou inválida! Pelo amor. - Digo arrumando o absorvente e subindo a calcinha.
- Colocou certo? Deixa-me analisar. - Thimoty diz se debruçando e espiando minha calcinha.
- Tá tudo certo! Eu faço isso a anos, que coisa... - Digo brava e subo minhas calças.
- Parece tudo sob controle. Daqui quando tempo temos que trocar o item de higiene? - Ele pergunta curioso.
- Vou trocar de tarde. Se der na hora do almoço vou até a farmácia, pois só tinha um absorvente na minha bolsa, e não gosto de ficar com o mesmo absorvente por horas. - Digo ajeitando minha calça. - Se bem que a Emily pode ter na bolsa dela, qualquer coisa depois vejo se a Emily tem um pra me emprestar. - Falo já pronta para sair do banheiro.
- Eu como seu Senhor vou providenciar os itens de higiene. - Thimoty fala decidido.
- Amor, não precisa. Sério, relaxa. - Digo dando um selinho nele e continuo. - Vamos voltar a trabalhar, pode deixar que a história do absorvente eu resolvo depois. - Voltamos para a sala e retomamos nosso trabalho.
Estava ali digitando um documento quando percebo que Thimoty está me encarando.
- Oi... - Digo o fitando.
- Está tudo bem? Você está aborrecida, ou sentindo desconforto? - Ele pergunta preocupado.
- Estou ótima. - Falo dando um sorriso para o ursinho.
- Eu vou providenciar um chá para você. - Ele diz todo carinhoso.
- Nhai, ursinho... - Falo toda boba.
Thimoty puxa o telefone da sua mesa e diz.
- Roger, por favor, peça para trazerem um chá para a minha sala. A Luíza está com as suas regras ativas e quero que ela tenha todo o conforto. - Thimoty fala e arregalo os olhos mortificada. - Obrigado. - Ele diz e encerra a ligação.
- Thimoty fecha esse bico! Não é pra você sair por aí falando que estou menstruando. Que coisa. - Falo exasperada. - Daqui a pouco você anuncia pra empresa toda que tô menstruando. - Falo olhando feio pra ele.
- Eu estou temeroso. Você pode ter dores e ficar mal. Se todos souberem vai ser bem satisfatório. Assim ninguém te importunar. - Ele diz com ar superior e sento um beliscão em seu braço.
- Fecha esse bico. Não vai sair por aí falando disso com mais ninguém... - Começo a dar um sermão em Thimoty que fica emburrado.
- Você é muito difícil. - Ele diz e cerro os olhos.
- Não me provoca! E volta a trabalhar. Homem, linguarudo. - Digo dando uma boa olhada para Thimoty. Ele se encolhe e parece com medo.
- Não me olha assim. - Ele diz com medo e depois de uns segundos desvio o olhar e volto a trabalhar.
Alguns minutos depois a copeira trás o chá e a agradeço. Dou um golinho no meu chá e ofereço para Thimoty.
Ele aceita e vamos dividindo o chá.
Ontem saímos para fazer compras, na realidade passamos quase o dia todo fora. Fomos ao mercado, no shopping e até compramos uma árvore de Natal gigante. Eu, Thimoty, Emily e Diego montamos a árvore de Natal, decoramos a casa toda e foi bem divertido, principalmente quando fomos decorar o lado de fora da casa, pois estava nevando e fizemos guerra de bola de neve.
Todas as carnes e coisas para ceia foram compramos, algumas frutas e o que faltou Camilly vai comprar, mas todos ficamos satisfeitos, pois as roupas que vamos usar e até alguns presentes já conseguimos comprar.
Dá a hora do almoço e vamos para a sala da Emily, pois estou com vontade de comer no restaurante self-service, quero comer um prato bem grande, afinal no frio temos que comer bem.
- Também estou com fome, já comi uns biscoitos, mas não foi o suficiente. - Emily diz se levantando e pegando sua bolsa.
- A Luíza está menstruando e precisa do item de higiene chamado absorvente. Ela ia verificar se você podia emprestar algum, pois segundo ela você poderia ter um desses itens na sua bolsa. - O linguarudo diz e sento um beliscão nele.
Thimoty dá um berro e fico tão brava.
- Eu vou ter que repetir tudo que disse lá na nossa sala? - Falo brava.
- A Emily é da família. - Ele diz se defendendo.
- Mesmo assim! Que coisa. - Falo exasperada e Emily está rindo. Thimoty olha feio pra ela e nego com a cabeça.
Emily dá uma olhada dentro da sua bolsa e puxa uma bolsinha menor.
- Estou sem, também preciso comprar. Falando nisso... nossa, esse mês estou atrasada, mas sempre atraso... - Ela diz dando os ombros.
- Bom vamos lá almoçar e depois passamos na farmácia. - Digo e assim saímos.
Vamos de carro e fico surpresa na hora que vamos nos servir, pois Emily monta um prato maior que o meu.
- A convivência está fazendo a Emily pegar seus hábitos. - Thimoty diz divertido.
- Até parece, ela só deve estar com fome. - Digo dando os ombros.
Nos sentamos pra comer e Emily come como se não houvesse amanhã, acho engraçado e vamos almoçando.
Depois do almoço Thimoty pagou tudo e comprou uns bombons pra gente.
Saímos e vamos a pé para a farmácia, vamos comendo os bombons e tenho uma sensação estranha, parece que alguém está nos observando.
Continuo a andar e meio que desencano, afinal os seguranças estão nos seguindo, então devem ser eles nos olhando.
Chegamos na farmácia e pego um pacote de absorventes, aproveito para comprar um shampoo e um condicionador para Thimoty, pois ele só está usando os meus e quero saber se o masculino da diferença nos cabelos dele.
- Vou levar para o Diego, acho que ela vai gostar... - Emily diz pegando os mesmos que eu peguei, e também pegando absorventes pra ela.
Damos uma olhada pela farmácia e acabo pegando um hidratante para os pés, pois no frio fica complicado.
Vamos para o caixa, pagamos tudo e quando saímos decidimos voltar a pé para a empresa, mesmo estando frio, estamos tão perto.
Fico toda boba olhando as vitrines das lojas. Tudo está enfeitado para o Natal e é lindo... em dado momento paro em frente a uma das vitrines, pois há um trenzinho lindo, a decoração é fantástica, no caso é uma loja de brinquedos artesanais.
- Olha que gracinha. - Digo toda boba.
- Engenhoso. - Thimoty diz espiando.
- O Thimoty tinha um trem desses quando era pequeno, eu acho que está lá no quarto de bugigangas... - Emily diz também olhando a vitrine.
- A Emily destruiu meu trenzinho. - Thimoty diz olhando para Emily de rabo de olho.
- Que exagero! O negócio descarrilhou sozinho. Sem falar que o pai colou a peça que quebrou. - Emily diz se defendendo.
No segundo seguinte sinto alguém puxar meu braço e mal tenho tempo de pensar, quando olho para o lado sinto um soco que pega no meu seio.
Em fração de segundos reconheço quem está me atacando. Vejo que é Meredithy, a ex-gerente do setor de marketing que fica no 1° andar da empresa, no caso a mulher foi demitida, afinal estava fazendo o trabalho igual a bunda dela.
Sem pensar e rapidamente sento um soco que pega na cara da infeliz, a mulher berra e avanço, puxo os cabelos dela e sento a mão, afinal quem ela pensa que é pra vir me bater do nada? Não sou saco de pancadas nem uma idiota pra apanhar e ficar olhando. Emily me ajuda e a mulher berra, enquanto Emily berra e a coisa sai de controle.
Estou ali descendo a porrada na infeliz quando Thimoty e os seguranças nos afastam
- ME SOLTA PORRA! - Berro nervosa querendo socar a vagabunda.
- ME LARGA! - Emily berra enquanto um outro segurança a segura.
- VOCÊS VÃO ME PAGAR! ME DESCARTARAM COMO SE EU FOSSE LIXO! - A infeliz berra, há dois seguranças a segurando.
- VOCÊ FOI DEMITIDA POR SER UMA FOLGADA! SEU SETOR ERA O PIOR DE TODOS! FILHA DA PUTA! VOU TE ARREBENTAR. - Berro tentando avançar para cima da puta.
- Amor, calma... - Thimoty diz me segurando.
- EU VOU DAR NA CARA DELA! ME LARGA. - Falo irritada.
- CALMA É O CARALHO! ME LARGA CACETE. - Emily grita e nisso dois policiais surgem sei lá de onde.
A louca filha da puta berra e a situação vira uma zona, quando vemos estamos todos dentro dos carros indo para a delegacia.
Chegamos à delegacia e levam a filha da puta para o outro lado. O delegado nos chama e explico o que aconteceu.
- Ela me agrediu do nada... - Explico tudo que aconteceu e falo sobre o contato que tive com a infeliz na empresa.
Thimoty faz questão que um Boletim de Ocorrência seja feito, pois vamos processar a filha da puta, afinal a mulher é louca. Se ela foi demitida, foi por não fazer o seu trabalho. Eu só constatei o problema, pois parte da nova função que assumi é tornar a empresa mais produtiva.
A descarada também fez um Boletim de Ocorrência e sai da delegacia revoltada, na verdade eu e Emily.
- Se eu ver aquela puta na minha frente, arregaço ela. - Emily diz e concordo.
- Batemos é pouco naquela louca, meu peito tá dolorido, aquela quenga... - Digo sentindo meu peito doer.
Thimoty insiste para irmos ao hospital, mas não precisamos. Eu e Emily socamos a vagabunda. Ela só me acertou no peito, já Emily nem foi atingida, só sentou a porrada.
Voltamos para a empresa e Thimoty e Emily chamam toda a equipe de segurança, Parker e outros advogados.
- Temos as imagens da câmera que fica na frente da loja, dá para ver nitidamente que a Sra. Luíza foi atacada... - Parker diz virando o notebook para nós.
- Mulher louca. - Digo vendo a cena.
- Vagabunda! Arregaçamos a infeliz. - Emily diz também olhando o notebook.
- Eu quero essa mulher atrás das grades! Ela atacou minha esposa, e agora mesmo vamos redigir o processo... - Thimoty diz decidido.
- Isso não vai ser o suficiente. Aquela puta vai vir atrás de nós. Hoje mesmo vou comprar uma arma. - Emily fala decidida.
- Emily eu sou contra esse tipo de atitude. - Thimoty diz exasperado.
- Eu também quero, digo, a arma. - Estou com a Emily.
- Ninguém aqui vai adquirir uma arma. - Thimoty diz sério e taxativo, então continua. - Nós vamos ampliar a equipe de segurança. Daqui pra frente toda cautela será necessária. Nenhum Baker vai sujar suas mãos de sangue. - Thimoty fala decidido.
- Thimoty hoje aquela vaca atacou a Luíza e a equipe de segurança nem viu. - Emily argumenta e concordo.
Não estou desmerecendo o trabalho dos rapazes, mas sei lá, eles também não tinham como prever que uma louca do nada ia me atacar.
- Realmente foi um furo da equipe. O problema é que o lugar estava movimentado. Eu aconselho que os passeios em público sejam evitados. - Parker diz e realmente a calçada estava cheia.
- Ótimo! Agora não podemos nem andar na porra de uma calçada. - Emily fala nervosa e entendo a reação dela.
Pelo visto nem no mercado vamos poder ir mais.
- O papai sempre disse que a segurança vinha em primeiro lugar. Eu não vou colocar a minha preciosa família em perigo. Vamos todos nos acalmar e expandir a segurança. Todos os carros devem ser blindados, todos nós incluindo o Diego vão ter seguranças. Quero alguém no rastro daquela doidivanas. - Thimoty anuncia e daí pra frente Parker e os outros seguranças começam a alinhar tudo.
Em dado momento vou com Emily no banheiro e ela parece puta.
- Você tá bem? Se machucou? - Ela pergunta preocupada.
- Meu peito tá dolorido e minha mão tá doendo, mas estou bem. E você? - Pergunto enquanto lavo as mãos.
- Só minha mão está doendo. Queria a porra de uma arma. Você viu o olhar daquela mulher, sabe que ela não vai parar enquanto não se vingar. - Emily diz e concordo.
- Vamos tomar cuidado. O Thimoty é ingênuo, talvez não entendeu a gravidade da situação. Daqui pra frente vamos ficar mais em casa, e quando sairmos vamos ficar de olho aberto. Tem como a gente usar rastreador? - Pergunto e Emily cerra os olhos.
- Boa ideia, vamos meter rastreadores no Diego e no Thimoty. Eu sei que existem e que são pequenos, talvez podemos usar junto com uma gargantilha... - Ela diz e ambas ficamos nos olhamos.
- Vamos proteger os dois, eu vou comprar dois canivetes, um pra mim e um pra você. Se a puta atacar nós furamos a infeliz. - Emily diz e concordo.
Naquele momento fechamos um acordo. Temos que proteger os rapazes, pois se depender de Thimoty e de Diego vamos deixar tudo na mão dos seguranças, e isso pode não ser o suficiente.
Mesmo que Diego ainda não saiba do ocorrido sabemos que ele é todo da paz, já Thimoty é ingênuo, portanto vamos colocar rastreadores em todo mundo e nos proteger.
Ou cuidamos do que é nosso, ou nos ferramos. E nem fodendo eu e Emily estamos dispostas a deixar algo de ruim acontecer.
Somos uma família e cuidamos uns dos outros. Aquela desgraçada, infeliz da Meredithy que se prepare, pois quando ela chegar vamos estar prontas.