Ellika estava tonta, seus sentidos nunca estiveram tão alertas como naquele momento. A cada batida do coração ela sentia as veias pulsando e o sangue correndo por todo o corpo.
Ela não sabia para onde estava indo, nem onde estava para ser exata.
De todos os momentos aquele não era apenas o pior de sua vida, mas também o mais estranho de todos. E ela devia assumir que algo em seu intimo dizia que aquilo iria apenas piorar.
Quando finalmente ouviu barulhos de carro e movimentação, Ellika acelerou mais, e em poucos segundos chegou a uma pista onde carros passavam em alta velocidade espirrando água pelos pneus.
A garota se deu conta de que nem sabia quantas horas eram. Olhou para cima, não estava ensolarado, o céu estava cinza e chuviscava.
Ellika começou a agitar as mãos, chamando a atenção dos motoristas que passavam. Três quatro carros passaram, e nada.
Até que um carro antigo, que se ela se lembrava das aulas do pai, era um impala 67, preto, parou um pouco a sua frente e ela correu ate ele.
— Precisa de ajuda querida? – uma mulher de cabelos cacheados dirigia, e no banco de trás uma garotinha dormia.
— Sim, por favor. – ela tentou não parecer desesperada, mas tinha certeza que estava prestes a chorar.
— Entre. – a mulher falou e assim Ellika o fez.
Dentro do carro o silêncio durou por cerca de vinte minutos quando a mulher encarou Ellika rapidamente. A garota apertava as mãos no colo e mordia os lábios nervosamente.
— Sou Emillia. – falou com um sorriso calmo.
Ellika a encarou, decidindo se daria continuação a conversa. Emillia provavelmente acabara de salvar sua vida, e ela estava colocando-a em perigo, tanto ela quanto sua filha.
— Ellika. – falou baixo – Obrigada.. pela carona. – complementou educadamente.
— Você parecia em apuros. – a mulher falou, porém Ellika não respondeu.
Não sabia que infernos estava acontecendo, e sentia que não poderia contar a ninguém. Os pais deveriam estar loucos de preocupação, Oliver também, e até onde ela sabia passara a noite em um laboratório dos Vingadores.
Os Vingadores, pelo amor de Deus!
Aquilo não parecia real, parecia na verdade uma historia muito ruim da qual ela estava presa.
Ainda tinha o fato de que algo estava de fato acontecendo com ela, algo muito bizarro e irreal, algo que decorria de seus pais biológicos.
Céus, ela estava mesmo acreditando num homem que não conhecia!
Sabia que uma hora teria de confrontar os pais e perguntar, mas esse não seria o dia.
— Tem um pequeno restaurante no fim da avenida. - a mulher fala de repente – Gostaria de comer algo?
— Ah, não, muito obrigado. – responde de forma monótona – Pode me deixar no metro?
— Claro! Como quiser. – Emillia resolve não questionar mais nada.
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Base Asgardiana
Uma reunião havia sido convocada.
Com a quase extinção dos asgardianos, todas as decisões eram tomadas em grupo, e Thor preferia dessa forma.
Mas ao contar o ocorrido aos demais a reação recebida não fora à esperada. Muitos pareciam incrédulos, outros irritados e poucos pareciam com medo, a grande maioria parecia decidida a encontrar Ellika e fazer com ela o que desejavam fazer com sua mãe.
— Vocês não estão entendendo! Ela é basicamente humana! – diz Thor com a voz alterada sobressaindo a gritaria dos demais. – Ela foi criada aqui, tem pais humanos, e não faz idéia de quem ela realmente é.
— E não devemos deixar que ela descubra. – Loki fala usando um tom de ameaça e Thor o encara irritado. – Estou dizendo que cedo ou tarde ela vai descobrir, é inevitável, e o que acha que vai acontecer quando ela descobrir? Ela vai se tornar uma miniatura do que Hela foi.
Varias vozes uniram-se em um coro entrando em concordância com Loki, que parecia muito satifeito.
— Deveríamos trazê-la aqui. – o moreno continua – interrogá-la, e se ela provar-se inocente, então, nós a deixaremos em paz.
Varias pessoas gritam "sim!", e Thor então percebeu que aquela era uma discussão da qual ele não venceria.
— Certo. – ele diz calmamente. – Então encontrem Ellika, tragam-na ate aqui. – Thor pega o machado pronto para se retirar. – Sem uso de violência.
— A menos que necessário. – Loki completa.
Mas, as intenções do mais novo nunca se baseavam num bem maior, e como você, meu caro leitor, já conhece Loki muito bem, já deve saber o que estar por vir.
Quando Ellika finalmente chegou em casa foi uma confusão.
Os pais metralhavam perguntas e broncas para cima da garota que respondia todas seguidas com "me desculpe".
— Quer nos contar por onde andou? – seu pai perguntou ainda muito irritado.
— Peter e eu estávamos naquela floresta reservada ao norte. – falou, não era uma mentira completa, mas ainda sim era uma mentira. – Sinto muito por não ter avisado, meu celular descarregou e não conseguimos voltar antes por culpa da chuva e eu sei que foi irresponsabilidade, mas prometo que não fiz nada errado ou ilegal e prometo não fazer algo assim novamente.
Aquele pedido de desculpas parecia ter gerado algum efeito em seus pais, agora que ambos se encaravam e pareciam acordar entre olhares que não a deixariam de castigo.
— Certo. – sua mãe suspirou – Confiamos em você querida, mas ficamos preocupados. – Ellika sorri tristemente e diz mais um "sinto muito" – Agora vá tomar um banho, você esta fedendo e muito suja.
E assim Ellika o fez.
Entrou no banheiro deixando que a água ficasse tão quente que o vapor consumia o banheiro. A água deveria queimar a pele, mas Ellika não era capaz de sentir tanta coisa assim, sua mente estava focada no que viria a seguir. Ela tinha plena e total intenção de manter sua promessa aos pais, porém, era uma promessa que não dependia inteiramente dela.
Ela não fazia idéia de como manter Peter longe, considerando que eles estudavam juntos. E o maldito era parte dos vingadores, tal fato ocorreu a Ellika somente naquele segundo.
Peter estava com todos os vingadores, ou parte deles, isso fazia dele mais que um estagiário? Um estagiário não teria acesso a Thor..
Algumas peças na mente de Ellika permaneciam sem encaixe, e ela tinha tantas perguntas que de fato sentia dor de cabeça ao pensar em todas elas.
Precisava entender o que estava acontecendo consigo mesma.
Essa era a primeira coisa que faria.
Na manha seguinte, de alguma forma milagrosa Ellika conseguira convencer os pais que seria melhor se ela não comparecesse a aula naquele dia. E assim que eles saíram para o trabalho ela começou sua primeira fase para entender o que estava acontecendo.
Pesquisou o nome que ouvira repetidas vezes no dia anterior. Hela.
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AUTORA FALANDO
Ei leitores! Como vocês estão?
Semana passada foi uma correria daquelas e acabei não conseguindo publicar os capítulos.
MAAAS, em compensação estarei liberando três essa semana! Dois hoje e um na quinta.
Espero que gostem das atualizações feitas na história até aqui!
Um abraço e até mais tarde!
— 𝕳𝖊𝖑𝖑