O Segredo do Príncipe | Showki

By ckyunbabie

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Em um reino comandado por um rei tirano, o príncipe Hyunwoo é forçado a um casamento arranjado. Contudo, ele... More

Novidades
1. Laços forjados
2. Acidente intencional
3. Só mais um nobre
4. Adeus, amiguinho
5. Mau gosto
6. Príncipe mimado
7. Limites
8. Promessas vazias
9. Duas condições
11. O segredo da princesa
12. Não se força o amor
13. Memórias perdidas
14. Noite ruim
15. Maldito soju
16. Péssima influência
17. Ingenuidade
18. A pureza do amor
19. Capaz de tudo
20. O garoto do jardim
21. Sonhos e pesadelos
22. Teatro matrimonial
23. Um singelo pedido
24. Ações e consequências
25. O criado curioso
26. Impasse fatal
27. Sem saída
28. Palavras não ditas
29. Tempo perdido
30. As últimas peças
31. Cicatrizes internas
32. Fragmentos do passado
33. Redescobertas

10. Cumplicidade

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By ckyunbabie

Não esqueça do voto! 💗

— 👑 —

Enquanto a hora da chegada da família Kang se aproximava, a tensão só aumentava. Cada ruído parecia amplificado, os sons ecoando nos corredores do castelo. Os minutos se arrastavam, cada um mais longo que o anterior, enquanto todos aguardavam com o coração na boca. Eventos desse tipo eram sempre estressantes, considerando as exigências do rei Seokjin e o quanto ele se tornava ainda mais autoritário.

O crepúsculo tingia o céu com tons de laranja e violeta quando a agitação total começou a dominar os corredores do castelo de Hwangguk. Os servos corriam de um lado para o outro, ajustando os últimos detalhes na decoração do salão principal. Cortinas pesadas de veludo vermelho eram penduradas, tapeçarias eram cuidadosamente alinhadas e candelabros de ouro polido eram posicionados estrategicamente para iluminar o ambiente com uma luz suave e dourada.

O príncipe Hyunwoo, apesar de seu semblante sereno, sentia as batidas aceleradas de seu coração enquanto seus pensamentos se agitavam em um turbilhão de ansiedade. Tudo aquilo estava se tornando real demais. Ele preferia continuar sua semana como os últimos dias, se ocupando com treinamentos e as aulas de canto com Kihyun na biblioteca.

A rainha Sooyoung observava-o com uma mistura de preocupação e compaixão. Ela tentava acalmar os nervos do filho com palavras reconfortantes, suas mãos segurando as dele com firmeza, como se pudesse transmitir-lhe coragem através do simples toque. Ao lado deles, Jooheon, como o braço direito leal do príncipe, oferecia seu apoio silencioso, uma presença reconfortante em meio à tensão crescente.

Do lado de fora, os guardas patrulhavam os muros e as torres, mantendo uma vigília constante contra qualquer ameaça potencial. Suas espadas reluziam à luz crepuscular, seus olhares atentos a todos os detalhes. O castelo estava em alerta máximo.

Finalmente, o som das trombetas anunciou a chegada dos visitantes, e o castelo inteiro se preparou para recebê-los com uma recepção digna de sua posição. Com os olhos fixos na carruagem que se aproximava lentamente, o príncipe Hyunwoo sentiu um nó se formar em sua garganta.

Eles desceram com ajuda de alguns criados e cumprimentaram seus novos aliados. Hyunwoo pôs em seu rosto um sorriso forçado, sem qualquer vontade de estar ali. A princesa parecia igualmente distante, seu olhar focado apenas no castelo, nas árvores e no chão.

Hyunwoo lutava para esconder seu desconforto e desejo de fugir. Para ele, não havia nada mais agradável do que ficar sozinho com Kihyun e Jooheon na biblioteca ou na área de treinamento, esquecendo momentaneamente a realidade da qual eles eram forçados a fazer parte.

No entanto, a obrigação de agradar aos seus pais e à família Kang mantinha-o preso nessa situação que somente lhe causava angústia e dor.

Os convidados foram encaminhados para o salão principal, enquanto o Rei tagarelava sobre coisas que não importavam para Hyunwoo. A mente do príncipe estava bem longe naquele momento, cantarolando por dentro a última melodia que Kihyun lhe ensinara.

Ao abrirem o salão, a luz dourada iluminou a figura de todos. Olhando para a mesa principal do salão, podia-se perceber o esforço de todos para montar um ambiente agradável. Tapetes de seda brilhante adornavam o salão, enquanto porcelanas coloridas e os pratos com detalhes de ouro embelezavam a mesa.

Kang Dae e Seokjin estavam animados, falando alto um com o outro e tomando a frente. As rainhas sorriam com educação, acompanhadas de seus filhos, mas não exibiam toda aquela empolgação. Para Hyunwoo, isso se devia ao fato de que as mulheres sempre sofriam com casamentos arranjados, enquanto homens como o seu pai e Kang Dae não se importavam com isso.

Hyunwoo era certamente uma exceção. Não era interessante para ele fazer outra pessoa de subordinada, controlando-a de acordo com seus interesses e utilizando-a como um troféu, e também não poderia se importar menos em construir alianças baseadas em falsidade e interesses políticos.

A expressão de Nari deixava claro que ela tampouco estava contente em estar ali. Sua postura estava tensa, alheia aos assuntos dos reis. Ela apenas seguia sua mãe, adentrando o salão com sua face um pouco contraída pela frustração.

Enquanto os criados serviam as entradas, a tensão pairava no ar, tão densa que poderia ser cortada com uma faca — e eles estavam prestes a usá-la para cortar a carne também. Sooyoung, com sua habitual elegância, tentava puxar conversa com Byeol, que parecia mais interessada na salada à sua frente do que nas palavras educadas da rainha.

— Então, Kang Byeol, como tem passado? — perguntou Sooyoung, educada. Os maridos de ambas conversam como se não houvesse mais ninguém na mesa, então restava a ela tentar se aproximar um pouco da futura sogra de seu filho.

— Oh, sim, claro, acredito que seja uma excelente ideia — Byeol respondeu, com um olhar distante.

Sooyoung pareceu confusa com a resposta, trocando um olhar com Hyunwoo, que franziu os lábios para a mãe.

— Estamos todos ansiosos pelo casamento de nossos filhos, não é mesmo? — Ela lança um olhar esperançoso à rainha da outra família.

— Sim, sim... É um evento de extrema importância. Dae está muito animado com todas as possibilidades.

Byeol desvia o olhar de Sooyoung por um momento, antes de lançar uma indireta delicada na direção de Nari.

— Você sabe, Nari, é importante pensar no bem-estar do reino em primeiro lugar. Um casamento real não é apenas uma questão de amor, mas também de responsabilidade e dever.

A princesa, percebendo a insinuação de sua mãe, se ajeita na cadeira, um pouco inquieta.

— Entendo, mãe — ela responde em voz baixa.

A troca entre mãe e filha traz um toque de preocupação a Rainha Sooyoung, mas ela decide não interferir diretamente. Em vez disso, ela volta sua atenção para Nari, buscando manter a conversa em terreno neutro para evitar mais desconforto.

— Princesa Nari, ouvi dizer que você tem uma paixão pela leitura. Há algum livro que tenha chamado sua atenção recentemente?

Nari, aliviada com a mudança de tópico, sorri gentilmente.

— Sim, de fato, adoro ler. Recentemente, tenho me dedicado a uma série de romances históricos. E você, rainha Sooyoung, tem algum livro favorito?

Retribuindo o sorriso de Nari, a rainha fica agradecida pela oportunidade de deixar de lado a tensão do momento e as duas continuam a conversar sobre livros e outros assuntos mais leves.

O príncipe Hyunwoo continuava com a expressão neutra, seus pensamentos vagando para longe da conversa ao seu redor. No entanto, à medida que as iguarias seguiam sendo servidas, um leve brilho de apreciação surgia em seus olhos. Cada garfada era um deleite para os sentidos, os sabores cuidadosamente combinados o levando para longe de qualquer assunto que seus ouvidos não prestavam atenção.

A carne macia desmanchava-se na boca, impregnada com ervas frescas e temperos exóticos. Os legumes, perfeitamente cozidos, mantinham sua textura crocante, e o aroma tentador de molhos suntuosos pairava no ar.

Hyunwoo não conseguia evitar pensar em Kihyun enquanto saboreava cada prato. Imaginava as mãos habilidosas do criado preparando os ingredientes com cuidado meticuloso, sua dedicação evidente em cada detalhe. Era como se Kihyun estivesse presente ali, mesmo ausente fisicamente.

Bem, pelo menos até então. Quando o príncipe ergueu seu olhar para pegar a taça de vinho, antes que pudesse tocá-la, seus olhos se encontraram com os de Kihyun. Um sorriso cúmplice dançou nos lábios do criado enquanto ele equilibrava habilmente o prato principal em suas mãos.

Os convidados ao redor continuavam suas conversas alheias, alheios a maneira como Hyunwoo e Kihyun trocavam mensagens silenciosas através de gestos sutis e olhares. Um movimento de cabeça indicava aprovação, um pequeno sorriso revelava humor compartilhado, olhos arregalados eram como um pedido de socorro de Hyunwoo por ter que aturar o jantar. Em um momento de ousadia, ele até mesmo piscou de forma brincalhona para Kihyun, desafiando-o a reprimir um sorriso.

A voz de Kihyun ecoava suavemente pela sala, introduzindo o prato principal com uma descrição detalhada que revelava sua paixão pela culinária. Hyunwoo o observava, mas sua mente era capturada não pelas palavras, mas pela presença do criado.

Os gestos elegantes de Kihyun enquanto servia os pratos não passavam despercebidos por Hyunwoo, que admirava a graça com que ele se movia. Ele se destacava entre os criados e parecia até mesmo brilhar, de certa forma.

Lembrando do pedido que Jooheon lhe fizera dias atrás, Hyunwoo parou de encarar Kihyun daquela forma, antes que ele entendesse algo errado ou se sentisse desconfortável.

Seu foco, agora travado na sobremesa, foi interrompido pelas vozes de Kang Dae e Seokjin.

— O que acha de dançar com Nari agora, Hyunwoo? A música está tão agradável — Seokjin sugeriu com um sorriso desprezível em seus lábios.

Para ser sincero, naquele momento Hyunwoo como uma marionete, seus fios sendo puxados e controlados pelo pai, como muitas vezes o fazia.

Por mais desconfortável que se sentisse com a ideia, recusar não era uma opção viável diante da pressão do momento. Assim, com um aceno de cabeça relutante, ele aceitou e se levantou.

Enquanto se aproximava de Nari para iniciar a dança, Hyunwoo fazia o possível para manter uma distância respeitosa, evitando qualquer contato físico que pudesse ser interpretado de forma inadequada. Seus movimentos eram cuidadosos e contidos, guiados mais pelo respeito do que por vontade de dançar com ela.

Dançando com Nari de maneira refinada, Hyunwoo decidiu que era hora de compartilhar suas verdadeiras intenções com ela. Com um movimento suave, ele guiou-a para uma área mais afastada da mesa, onde pudessem conversar com mais privacidade, ficando de costas para os convidados.

— Princesa Nari, eu gostaria de deixar claro que não concordo com este casamento. Não o acho justo, e me deixa muito desconfortável que sejamos forçados a isso.

Nari olhou para ele com surpresa, seus olhos revelando uma mistura de alívio e gratidão. Ela pareceu respirar mais tranquila, conseguindo agora olhar nos olhos de Hyunwoo.

— Obrigada, fico bem mais calma sabendo desse fato. Não há nada que possamos fazer, não é?

— Creio que não, mas talvez possamos tirar algo bom da situação, já que estamos aqui. Me diga caso precise de algo, sempre tentarei deixar tudo o mais confortável possível para você, pois sei como deve estar se sentindo.

— Está bem — ela respondeu com um sorriso gentil.

— Você por acaso tem alguma noção sobre os planos que nossos pais têm para essa aliança? Não consigo entender porque Kang Dae aceitou se aliar com um reino à beira da falência. Não parece ter muitas vantagens para vocês.

— Eu também não faço ideia, príncipe Hyunwoo. Meus pais estavam planejando que eu me casasse com Hwang Hyunjin do reino de Yeonsong, porém esses planos pareceram mudar de uma maneira um pouco apressada. Confesso que fiquei tão confusa quanto você, visto que Yeonsong é o segundo reino mais rico...

Hyunwoo franziu o cenho e comprimiu os lábios. Aquilo não fazia sentido e não lhe cheirava bem, porém não conseguia criar nenhuma teoria naquele momento.

À medida que a música chegava ao fim, eles completaram sua última volta pelo salão, mantendo-se em silêncio, mas comunicando sua compreensão mútua e alívio através de olhares. Hyunwoo segurou delicadamente a mão de Nari, sinalizando que era hora de voltarem à mesa. Ao se sentarem, trocaram uma última expressão de cumplicidade.

— Oh, como pude me esquecer! — Seokjin exclamou e bateu duas palmas. Seu criado e braço direito apressou-se e veio até a mesa com a cabeça abaixada. Estendeu uma pequena caixinha ao príncipe, que, mesmo confuso, pegou-a e logo o rei expulsou o criado de volta a seu lugar. — Hyunwoo e Nari já possuem alianças de noivado, falta apenas que as troquem.

Os dois se entreolharam e Hyunwoo ficou com vontade de rir da própria desgraça. Mal havia trocado algumas palavras com a princesa tão mais nova que ele e estava prestes a colocar em seu dedo um anel de noivado.

— Pois bem, o que estão esperando? — Kang Dae os apressou fazendo um gesto com as mãos.

A princesa se levantou mais uma vez com certa relutância e forçou um sorriso. Hyunwoo fez o mesmo e foi até ela, fazendo um pedido de desculpas sem som. Ela assentiu de maneira discreta e comprimiu os lábios, respirando fundo.

— Mas que bela cena, uma incrível aliança se formando e solidificando em frente aos nossos olhos... — Seokjin comentou, observando a cena com satisfação.

Hyunwoo abriu a caixinha e tentou fingir que não era a estrela principal daquele teatro estúpido. Pegou o anel, que possuía uma jóia azul estonteante e o colocou no dedo de Nari, percebendo que a mão da garota tremia e estava gelada. Ela fez o mesmo que ele, segurando sua mão com tanta suavidade que ele mal a sentia.

— E um beijinho para oficializar as coisas? — o pai de Hyunwoo sugeriu, dando uma gargalhada. Hyunwoo sacudiu a cabeça negando com veemência, não conseguindo obedecer desta vez. — Vamos logo, Son Hyunwoo — seu tom se tornou mais rígido, uma ameaça silenciosa se formando com aquelas simples palavras.

Ele bufou, irritado. A princesa parecia prestes a sair correndo daquela cena em desespero, mas ele ergueu as sobrancelhas para ela como um lembrete do que haviam conversado há pouco.

Hyunwoo apenas lhe deu um beijo inocente em sua mão, torcendo para que ela conseguisse se acalmar, entendendo que ele não possuía qualquer intenção de fazer algo que ambos não queriam, especialmente ela. O livre arbítrio de ambos estava em jogo, mas nada era mais importante para ele do que garantir que Nari se sentisse segura.

Todos na mesa bateram palmas e os dois voltaram aos seus lugares, ambos com vontade de gritar e acabar logo com tudo aquilo.

Enquanto isso, seu olhar encontrou o de Kihyun, que observava a cena com uma expressão difícil de decifrar. Hyunwoo sentiu um calafrio percorrer sua espinha, imaginando o que o criado poderia estar pensando naquele momento. Será que Kihyun o julgava por ceder às expectativas da realeza? Ou talvez ele estivesse interpretando erroneamente, pensando que Hyunwoo estava feliz de maneira genuína com a situação e que realmente desejava se casar com Nari?

Essas dúvidas atormentaram Hyunwoo enquanto ele tentava manter uma fachada de calma até o final do jantar, que continuou desagradável, cheio de paparicação e conversa fiada, detalhes e planejamento do casamento que parecia já estar próximo demais.

Depois de comer muito, Hyunwoo chegou a ficar enjoado por causa do teor das conversas que aconteciam mais uma vez. Detestava não ter escolha, detestava o que faziam com aquela garota, detestava que enquanto deveria focar em seus próprios problemas, sua mente também insistia em pensar no olhar não muito discreto de Kihyun.

Ele ficou um pouco surpreso com o fato de que o criado invadia seus pensamentos do nada desta maneira, arranjando formas de aparecer em sua mente durante o dia todo.

Havia pensado em Kihyun enquanto duelava com um dos guardas, planejando como o ensinaria a lutar e se defender.

Havia pensado em Kihyun pouco antes da família Kang chegar, desejando que estivesse em uma de suas aulas de canto na biblioteca.

Havia pensado em Kihyun quando começou a comer, reconhecendo os sabores e atribuindo a qualidade da comida às habilidades dele.

Havia pensado em Kihyun após tê-lo visto no salão, ouvindo-o falar sobre seus pratos, e após ter feito e recebido brincadeiras e gestos que não precisavam de palavras para que eles entendessem.

E agora, mais uma vez, estava pensando nele após o final do jantar.

Se formava um apego em seu peito pela pessoa que não conhecia tão bem, porém ansiava por saber mais. Hyunwoo queria saber das suas tristezas, o que o afligia tanto que o fizera chorar em frente ao príncipe que repudiava, quais eram as fontes de sua raiva.

Ele se perguntou quais outros detalhes inesperados se escondiam naquele criado, uma pessoa tão interessante e até mesmo um pouco misteriosa, na opinião do príncipe.

O que Hyunwoo não imaginava era o quanto Kihyun também pensava nele da mesma maneira naquele instante, do outro lado do castelo.

— 👑 —

Novamente, obrigada por acompanharem!! Os comentários de vocês melhoram muito o meu dia e me incentivam a continuar! 🥺💗

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