Seja um bom garoto Harry

By Etoile_Filant

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Harry não teve uma infância fácil, não teve uma família que lhe deu amor, mas ele vai aprender que família ne... More

1 - A quebra de uma alma
2 - A carta que mudou Tudo
3 - Primeira vez no beco diagonal
4 - Hogwarts
5 - Descobertas
6 - Conversas que ajudam
7 - Relações de pai e filho
8 - O espelho
9 - A pedra filosofal
10 - Tom Riddle
11 - Convivência
12 - O diário
13 - A câmara secreta foi aberta...
14 - Severus Snape
15 - Inimigos do herdeiro, cuidado
16 - Dementadores, hipogrifos e parentes
17 - Medos
18 - Momentos
19 - Prisioneiro de Azkaban
20 - Julgamentos
21 - Conhecendo novas pessoas
22 - O cálice de fogo
23 - Tratamentos
25 - Baile de inverno, nova amizade e... dicas?
26 - Lago Negro
27 - O labirinto, a marca negra e a revelação
28 - Contato
29 - Um Black
30 - Passado Presente
31 - Pena de Sangue
32 - Um bom natal e chá com biscoitos
33 - Metamorfose
34 - Sensações
35 - Ostara e o ministério
36 - Orgulho
37 - Um ponto de verdade
38 - Aceitação forçada
39 - Segredos Revelados
40 - Piquenique de aniversário
41 - Reuniões
42 - Medo e Poções
43- Inicio dos segredos do passado
44 - Paixões
45 - Primeiras cartas na mesa

24 - Raiva, chá e dragões

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By Etoile_Filant




Quando Alastor o chamou para tomar chá, Neville se sentia completamente aéreo, os pensamentos machucavam e o medo e insegurança eram constantes, a aula não foi bem apreciada. Não sabia o que o professor queria consigo, mas foi.

Ele chamou para o escritório privado e sentou na mesa convidando o jovem a fazer o mesmo.

– Desculpe se peguei pesado com você na aula... eu não achei que lembrasse... sabe... do que aconteceu. – ele disse invocando o bule de chá de porcelana branca e as xicaras, chamou um elfo do castelo e pediu biscoitos.

– Eu... eu não lembro..., mas... mas... as pessoas falam e isso meio que ficou na cabeça como se eu lembrasse... – ele estava rígido na cadeira, seus dedos tremiam enquanto ele pegava o chá.

– Para compensar minha falta... vou te dar uma coisa – ele fez um movimento com a varinha e um livro de aspecto envelhecido pousou diante do Longbotton. – soube que gostava de plantas... como seu pai... espero que goste.

– Meu pai gostava de plantas? – o mais jovem perguntou fascinado, o livro era raro e muito detalhado: "Plantas aquáticas dos lagos da Escócia" ele poderia estudar as do lago negro com mais precisão, ele sorriu agradecido.

– Err... – Moody pareceu nervoso por alguns segundos e tomou o chá em um gole longo. – Ou seria sua mãe? Minha mente já não é como era antes...

– Eu entendo... – Neville não comentou nada, pensava ser um engano do professor, afinal seu pai e sua mãe foram aurores e nenhum deles gostava minimamente de plantas, ao menos era o que sua avó falava.

– Aproveite o livro Longbotton e caso precise... não sou nenhum especialista, mas se quiser conversar vou estar aqui – ele falou tomando mais um gole longo de chá e Neville sorriu, tomando um gole do seu e provando um dos biscoitos que o elfo trouxe.

Foi uma tarde... diferente..., mas não foi ruim.


******


Harry estava na aula de poções quando batidas atrapalharam a explicação de Snape. Uma menina de cabelos loiros-acinzentados e encaracolados entrou e seus olhos focaram diretamente no Sonserino. Eram heterocromáticos, um azul brilhante e um lilás meigo, sua voz era doce.

– Professor Snape, o diretor solicita a presença de Harry Potter, é referente ao torneio.

– Eu estou no meio de uma aula, não há como ser depois?

– Eu acho que não, Bagman chamou pessoalmente.

– Tudo bem, Potter pode ir.

O menino levantou sem a menor animação e seguiu a menina para fora da sala. Os corredores estavam quase vazios e ambos os passos eram leves. Harry achava muito mais interessante do que pensar na droga do torneio olhar o lacinho preto que enfeitava os fios cinzas da garota que parecia tranquila.

– Você sabe o que exatamente vão querer comigo? – ele perguntou inseguro demais, não gostava mesmo de ser obrigado a participar disso.

– Desculpe, não sei... me falaram apenas para chamá-lo. – Harry demorou a perceber que era uma Sonserina, lembrava vagamente de tê-la visto na mesa.

– Qual o seu nome? – perguntou para distrair a mente.

– Me chamo Catherine Avery. – ela respondeu com um sorriso amigável e parou diante de uma porta, batendo delicadamente e entrando com Harry quando foi autorizada. – Harry Potter, como me pediram.

Ela se despediu enquanto saía pela porta e Harry se viu impossibilitado de ignorar o torneio. Na sala estava o Diretor, uma mulher lábios pintados de vermelhos e olhos como de um falcão colados em Harry, Bagman, Fleur, Cedrico e Krum estavam ali também, curiosos para o que aconteceria, e... Olivaras, ele mantinha um sorrisinho tranquilo.

A mulher foi a primeira a se aproximar e sorrir.

–Eu sou Rita Skeeter, escrevo pro profeta diário...  Se importam se eu der uma palavrinha com o mais jovem primeiro? Sabe... apimentar o artigo. – ela pediu e mal esperou a resposta arrastando o jovem a um armário de vassouras. A mulher retirou um pergaminho da bolsa e uma pena verde-limão – Se importa se eu usar a pena de repetição mágica?

– Uma o que? – ele perguntou curioso, encolhido ainda e nervoso...

– Ótimo, teste... eu sou Rita Skeeter... – Harry viu a pena escrevendo muito, mas não comentou.

– Então Harry o que te levou a se inscrever?

– Eu não... não me inscrevi – ele disse baixinho brincando com os dedos nervosos.

– Ah não se preocupe sabemos que não deveria participar, mas nossos leitores adoram uma rebeldia, me diz como se sente? Um garoto de quase 12 anos prestes a competir com alunos, não só mais maduros emocionalmente, mas que conhecem feitiços que você ainda não estudou... preocupado?

– Eu tenho 14... — ele falou com voz meiga e olhos curiosos para a pena – Eu não pensei nisso...

– Mas não é um menino de 12 anos qualquer, não é? Você acha que foi o trauma do seu passado que o deixou tão ansioso para se inscrever num torneio tão perigoso?

– Eu não me inscrevi moça. – ele repetiu com olhos ganhando brilhos de irritação.

– Se seus pais estivessem vivos o que acha que eles estariam sentindo? Estariam orgulhosos ou preocupados? Por que isso nos mostra uma patológica necessidade de atenção ou um psicótico desejo de morte...

– Eu posso ir embora por favor? – pediu nervoso e levantando do banquinho, saiu dali sem esperar uma resposta, esbarrando em Olivaras que tinha um olhar compreensivo.

– Vamos começar? – O fabricante de varinhas disse e os quatro campeões estavam nervosos. – Oh não se preocupem, vou apenas verificar se suas varinhas estão em boas condições para o torneio. Primeiro as damas sim?

Fleur parecia completamente receosa ao entregar sua varinha, Harry viu ter uma cor bonita e um desenho elegante. Olivaras a analisou por alguns segundos antes de falar em voz alta.

– É, vinte e quatro centímetros... Inflexível... Jacarandá... E contém como núcleo... Meu Deus... – ele parecia surpreso e curioso, seus olhos grandes encaravam a moça que deu um sorriso meigo.

– Fio de cabelo de um veela, da minha avó. – ela disse com um sorriso orgulhoso e o homem pareceu pensar.

– Não trabalho bem com fios de cabelos de veelas, são muito... temperamentais. Acredito que essa foi feita sob medida, não é? – recebeu um aceno da meio-veela e voltou a analisar a varinha em mãos. Dizendo algumas palavras em latim invocou pequenas flores e entregou a menina – Sim sim... ótimas condições e muito bem cuidada.

Ele devolveu a varinha olhando agora para Cedrico que entregou a varinha com um sorriso orgulhoso, afinal ela reluzia.

– Esse é uma das minhas, não é? –  Olivaras parecia animado e o Diggory acenou sorridente. –  É lembro-me bem dela. Contém um único pelo da cauda de um unicórnio macho particularmente belo... devia ter um metro e setenta; quase me deu uma chifrada quando lhe arranquei o pelo. Trinta centímetros... freixo e agradavelmente flexível... está em boas condições... o senhor cuida dela periodicamente?

– Lustrei noite passada – o lufano disse com os olhos brilhando de orgulho e satisfação.

Olivaras fez anéis de fumaça coloridos que vagueavam pela sala, algo interessante que roubou a atenção de Harry enquanto Viktor entregava sua varinha com o rosto contrariado. Ele parecia incomodado sem ela.

– Oh essa e uma criação de Gregorovitch... a não ser que eu esteja enganado. Um excelente fabricante de varinhas, embora o estilo não seja bem o que eu adoto... contudo... – ele analisou a varinha movendo entre os dedos – É bétula e... corda de coração de dragão? Um pouco mais grossa do que se vê normalmente... bastante rígida... vinte e seis centímetros. Avis.

Disse e pequenas aves saíram da ponta da varinha. Ele chamou Harry por último que entregou sem pressa alguma.

– Ah sim... sim... essa eu lembro muito bem – ele disse sorridente e Harry se encolheu um pouco. Ele demorou mais para analisar a sua varinha, murmurando sobre as propriedades dela, azevinho, vinte e oito centímetros, maleável e pena de fénix... depois fez um ursinho de pelúcia azul, não maior que um dedo e deu a Harry com um sorriso – Ah está em boas condições também.

O especialista se curvou antes de se despedir. Ele era engraçado. Mas a parte verdadeiramente ruim começaria agora.

Harry odiava fotos, principalmente aquele tipo de foto... em que ele tinha que posar e ficar em uma posição incomoda e irritante. Fleur sentou em um trono, Viktor a sua esquerda se mantinha impassível, Cedrico a direita sorria feliz e Harry atrás queria apenas se esconder... não gostava mesmo. Rita parecia demandar coisas complicadas e o pobre fotografo se esforçava para cumprir as exigências.

No dia seguinte a matéria não deixaria nenhum dos campeões felizes. Afinal focou em Harry Potter, distorcendo tudo que ele falou.


*****


Harry já não aguentava mais os olhares raivosos de Rony, o menino parecia furioso e o garoto nem sabia por quê. A cada passo, cada segundo... cada corredor... parecia que olhos azuis cheio de fúria o perseguiam e ele estava muito perto de surtar.

– Da pra explicar de onde vem tanta raiva? – Harry parecia muito uma criança com raiva, braços cruzados, olhos chateados e um bico enfurecido nos lábios de coração.

– Não sei... me diz você... que tipo de amigo se inscreve no troneio e nem conta como?

– Espero que entenda minhas palavras Weasley: EU NÃO ME INSCREVI NESSE TORNEIO, eu não quero participar, eu não quero estar aqui... eu quero que... argh... eu só quero ficar em paz.

– Se você diz...

Harry ignorou o ruivo indo para sua próxima aula, o estresse estava realmente fazendo mal... muito mal. O menino no mesmo dia parecia um animal enjaulado, andando de um lado pra outro no quarto, Draco tentava acompanhar, mas já estava tonto com tudo aquilo...

– Harry para. – pediu segurando os ombros do mais novo que olhou pra ele com desespero.

– Eu não quero participar Dray... não quero... a escola me odeia, o Weasley me odeia, eu posso morrer... eu não quero...

Abraçou o menino choroso e fez carinho nos cachinhos castanhos, puxando Harry para cama o deixou chorar e soluçar à vontade... queria tanto protegê-lo... mas suas mãos estavam atadas... completamente atadas. Suspirou se afastando levemente do pequeno e acariciou as bochechinhas gordinhas.

Se fosse só o Weasley o problema não seria grande coisa, mas a escola inteira parecia achar injusto a participação do Potter, todos o julgavam, gritavam que ele ia perder, faziam piadas idiotas... o auge haviam sido bottons criados com magia, que diziam que Harry fedia, ou que perderia... ou qualquer outra besteira. Ele se sentia cada vez menor e mais triste a cada segundo. Draco tentava controlar essas coisas, quase ninguém da Sonserina usava Bottons ou fazia piadas, na verdade eles protegiam Harry. Já o resto da escola... faltava agredir o menino.

Harry estava pronto para dormir com o carinho do irmão quando Blaise surgiu na porta, um sorriso de orelha a orelha.

– Você tem que ver isso Harry... é sério! – ele disse se aproximando, ganhando um olhar esmeraldino curioso demais e Draco apenas suspirou.

– O que? – O loiro falou ainda fazendo carinho nos fios castanhos.

– Descobri a primeira tarefa do torneio. – o moreno falou com animação e tocou os cachinhos em um carinho amigável, ganhando um olhar curioso de Harry. – Vem comigo, vou te mostrar.

Draco demorou muito para concordar, mas sabia que o amigo não faria nada com o pequeno. Harry seguiu Blaise com passinhos contidos, a escuridão da floresta parecia aumentar e ele não gostava mesmo do escuro, o Zabine notou o nervosismo e pegou a mãozinha pequena com delicadeza.

– Calma, nada de mal vai te acontecer. – falou trazendo o menino para mais perto. Eles chegaram em uma área mais iluminada e Blaise se aproximou da orelha de Harry. – Coloque a capa.

Pediu e foi obedecido, pelo menor. Harry olhava tudo curioso. Viu quando Blaise abraçou uma mulher bem vestida e cumprimentou um rapaz ruivo. Ouviu vagamente os nomes, a mulher era a senhora Zabine e o rapaz Charlie Weasley. Eles conversavam amenidades e o Potter prestou atenção em outra coisa, tirando os galhos da frente viu fogo iluminando o local e deixou um pequeno suspiro surpreso escapar. Dragões... lindos e perigosos dragões. Ouviu passos brutos se aproximando e viu Hagrid junto a Madame Maxime, pareciam um casal apaixonado e riu baixinho ao ver o som de vômito que Blaise fez.

Só quando voltou pra cama que se deixou ficar com medo, nervoso e cheio de ansiedade, ele não queria enfrentar um dragão...



******


O Potter andava pelos corredores completamente agitado, Neville ao seu lado falava sobre plantas aquáticas e do outro lado Draco falava de algumas utilidades médicas delas, o menor tentava ignorar os bottons e os comentários maldosos, ele fazia esforço para olhar pra baixo. Snape havia conversado com ele e disse que estava buscando o responsável, mas não podia fazer muito... Dumbledore não interferiria nisso e ele se via de mãos atadas. Harry olhava para o chão e parou quando ouviu uma voz conhecida, não falava consigo..., mas precisava falar com ele.

Ignorando brevemente Draco o chamando ele correu até o gramado onde os Lufanos estavam. Cedrico estava ali, deitado com a cabeça no colo de uma garota e sorriso fácil. O mais velho deu um pulo e ficou de pé quando o mais novo se aproximou, parecia estranhamente constrangido.

– Nós... podemos conversar? – pediu em meio as zoações dos lufanos e Cedrico se viu acenando positivamente e seguindo o menino para mais afastado dos amigos.

– Harry... sobre os bottons eu... eu já disse para não usarem e...

– Não é sobre isso... hum... a primeira tarefa vão ser dragões.

– Sério? Fleur e Krum já...

– Eles já sabem também... eu acho – ele falou baixinho dando um último sorriso ao Lufano, agradecia mentalmente que ao menos ele não usava os horrorosos bottons.

Ali perto um olho mágico vigiava atentamente Harry, que voltou aos amigos que o olhavam curiosos, mas logo voltaram ao assunto sobre plantas. Distraído demais não viu um pé ser posto a sua frente e somente sentiu quando seu pulso estalou no chão, lágrimas banhando as esmeraldas enquanto um ruivo ria junto a Seamus.

– Oops... desculpa – o Weasley falou sem o menor ar de arrependido.

– Qual seu problema Weasley? – Draco gritou ajudando Harry a levantar, Neville engoliu em seco, mas olhava o companheiro de casa com certa raiva.

– Ah qual é... foi engraçado.

Os três o ignoraram seguindo seu caminho, o Potter segurando o pulso dolorido. Harry sentiu um arrepio de medo, ele não viu quando o ruivo pegou a varinha e estava pronto para lançar uma azaração. Felizmente outra pessoa viu e antes mesmo que a latim deixasse os lábios de Rony, Alastor o transformava em um coelho ruivo. Risadas ecoaram.

– Eu vou ensiná-lo a não atacar o adversário pelas costas! – a voz do ex-auror surgiu junto aos seus passos mancos.  A varinha fazia o pequeno coelho flutuar e ficar tonto pelos movimentos de sobe e desce. Mas o castigo não durou muito... Minerva chegou exasperada.

– Professor! Oque está fazendo?

– Ensinando – disse sem parar de levitar o pequeno animal.

– Mas isso... isso é um aluno? – perguntou preocupada.

– Tecnicamente é um coelho. – falou Alastor sem dar grande importância. Ele olhou para Harry atrás de si e deu uma piscadinha marota, o mais novo jurava que já tinha visto aquele olhar travesso..., mas onde?

Minerva transformou o garoto de volta que estava assustado e correu dali. McGonagall brava impediu que o homem corresse atrás do aluno.

– Alastor, nós nunca usamos transformação como castigo. É claro que Dumbledore lhe disse isso...

– Ele mencionou algo... – Parecia muito uma criança que foi repreendida por uma brincadeira.

– E é bom que você se lembre. – a professora saiu sem esperar mais nada e não viu quando o homem lhe mostrou a língua num ato completamente infantil.

– Harry vem comigo. – Chamou o menino que o seguiu com uma despedida apressada aos seus amigos. O professor foi até sua sala, tirando a perna protética e permanecendo sentado. Olhava o menino que parecia curioso sobre absolutamente tudo a sua volta e é claro encarava o baú que se mexia no canto – Sei que já sabe de seu dragão, o que planeja fazer com ele?

– Eu... humm... papai sugeriu uma poção de imunidade ao fogo, então eu iria prepará-la mais tarde. Eu não sou muito bom em lutar... por isso... não faço nem ideia.

– Esse Diggory, na sua idade já sabia transformar um apito em relógio e fazer ele dizer as horas, a senhora Delacour é tão princesa quanto eu e Krum... esse pode não ter nada na cabeça, mas Karkaroff tem e vai usar o ponto forte dele... o que sabe fazer Harry?

– Eu sei voar... mas não posso levar a vassoura. Hagrid diz que dragões são incompreendidos... talvez... exista oura forma?

– Leve a varinha e um feitiço e terá sua vassoura.

******


– Hey, como você está? – Snape perguntava ao pequeno em seu colo, Harry podia ter seus 14 anos completos, mas seu corpo não aparentava mais que 11 anos... talvez menos. Os cachinhos davam um ar angelical a ele junto aos olhinhos de esmeralda.

Ele iria treinar com Tom hoje... ia ser o primeiro treino do mês, já que o Lorde se viu ocupado demais e não pode dar atenção ao menino e Harry também se via nervoso e ansioso em níveis perigoso, ele ainda não gostava da ideia de torneio. Aparataram na mansão Riddle e enquanto o mais novo corria para a sala de treinamento, o pocionista foi ao laboratório de poções preparar o que seu lorde pediu.

– Olá Harry... como está hoje? – Tom perguntou tirando a capa negra e ficando somente com a blusa de botões branca e a calça social.

– Num sei dizer... o torneio ta me deixando nervoso. Eu não quero enfrentar um dragão.  – O bico adorável estava ali de novo deixando Tom fascinado.

– Oh sim... me contaram sobre isso... uma lastima completa, uma brincadeira infantil te inscreverem nisso e ainda te obrigarem a participar. Que lástima...  vou te ensinar feitiços de ataque poderosos, alguns atordoantes... e claro... todos da luz para que possa usar nesse torneio.

– Ta bem. – o menor falou tirando a capa do uniforme e se preparando.

– Primeiro, deve ter em mente que as escamas de uma dragão são extremamente resistentes, isso também varia por espécies. Eles são temperamentais e podem ou não atacar. Chegou aos meus ouvidos as 4 espécies que vocês irão enfrentar. O verde galês, Meteoro chinês, Focinho curto sueco e o rabo córneo húngaro. Todos com suas peculiaridades... vamos focar nisso por enquanto sim?

– Ta bem...

– O verde galês é de longe o mais simples de lidar, o meteoro chinês vai ser variável, se for uma fêmea o perigo é realmente grande, o focinho curto é rápido e pode ser trabalhoso, mas o pior com certeza é o Rabo córneo. Torcerei para que não sorteie esse...

– Eu também... queria só poder ficar em paz... – os bracinhos cruzados o deixava uma graça.

– Eu entendo pequeno. – Riddle fez um carinho nos cachinhos castanhos – O verde galês é sensível na parte inferior do corpo, feitiços de corte poderosos devem ser suficientes para atordoá-lo. Sempre mire abaixo caso o sorteie. O focinho curto provavelmente vai passar tempo voando, suas asas são sensíveis perto das articulações, feitiços mirados ali tem mais chance de serem bem sucedidos. O meteoro chinês... esse tem a boca extremamente sensível, ele não cospe fogo, na verdade suas chamas saem das narinas, se ele rugir mire na boca... vai nocauteá-lo rapidamente... sobre o último... o Rabo córneo, evite sua calda, é a parte mais mortífera dele, ele pode cuspir fogo até 15 metros por isso a distancia é essencial, seu ponto fraco poderiam ser os olhos, mas dificilmente isso o pararia completamente. Feitiços para acertá-lo precisam ser muito poderosos.

É... isso tranquilizou bastante... Harry suspirou... ao menos tinha um ótimo professor particular que sabia feitiços muito poderosos.


****


– Tome muito cuidado por favor, qualquer coisa estarei na plateia. Sei que consegue vencê-lo – Severus disse arrumando a roupa de Harry. O uniforme dele tinha um detalhes em verde, mas a cor predominante era cinza escuro. A roupa era especial para o torneio, com feitiços para não rasgar e manter a temperatura do corpo em caso de frio, não protegeria completamente das chamas dos dragões, mas era até útil. Cedrico estava pronto na tenda, sua roupa muito similar a do Sonserino, mas com variações de amarelo, Fleur usava um conjunto azul claro e Krum terminava de por a capa vermelho vinho. –  Pegou a poção? A varinha? Precisa de mais alguma coisa? 

Ele não ligava se o vissem preocupado com o menino, não estava nem aí pra ninguém. Harry por outro lado corava pelo cuidado, gostava muito quando recebia carinho. Seu pai o abraçou mais uma vez o soltando quando Draco surgiu para dar boa sorte também. Um flash roxo os assustou e logo Rita Skeeter estava ali mais uma vez... sua pena verde limão ao seu lado.

– Ah o amor juvenil... tão lindo... e emocionante – ela dizia gesticulando animada – se o pior de tudo acontecer hoje... vocês dois podem sair na primeira página.

– O que faz aqui? Essa barraca é para campeões... e amigos – era a primeira vez que Harry ouvia a voz de Krum e a achou bonita, era grossa e carregada do sotaque charmoso. O menor sorriu agradecido para ele.

– Oh... não há problema... já conseguimos o que queríamos.

Ela fingiu sair ficando na entrada da tenda com a câmera a postos. Dumbledore entrou logo depois, seguido de Bartolomeu, que carregava um saco marrom. Draco escapou sem ser visto e Snape cumprimentou a todos antes de sair e deixar um olhar preocupado em seu filho.

– Bom dia campeões, se reúnam aqui por favor. Vocês esperaram, imaginaram e finalmente esse momento chegou, um momento do qual só vocês quatro poderão desfrutar. Bartô o saquinho.

– Um círculo aqui envolta de mim, senhorita Delacour... retire um. – A menina parecia relutante, mas tirou o mini dragão com cuidado. – Um verde Galês. – ele continuou e passou a Krum – O meteoro chinês... – passou o saco para Diggory que retirou diante dos olhos de Harry – o focinho curto sueco.

Quando chegou a vez de Harry o menino tinha olhos desesperados, ele sabia o que faltava e quase chorava por isso... por o que mais perigoso tinha que ser dele?

– Um rabo córneo húngaro. – Bartolomeu falou – Eles representam quatro dragões de verdade, que está encarregado de proteger um proteger um ovo dourado. A tarefa de vocês é simples, é pegar o ovo. Isso é tudo, porque cada ovo possui uma pista sem a qual não poderão seguir para a tarefa seguinte. Perguntas?

– Se eu não pegar o ovo... sou desclassificado? – Harry perguntou com a vozinha meiga e doce, e Bartolomeu o olhou como se ele fosse louco.

– Não... só tornará a próxima tarefa ainda mais difícil...

– Ah... ta bom.

Cedrico Diggory foi o primeiro e em meio aos gritos da plateia Harry se viu preocupado, Cedrico não era um amigo próximo, mas era um colega de escola e não desejava sua morte. Ele acabou em 15 minutos, e a entrada de Fleur foi autorizada. Ela demorou exatos 10 minutos e os comentários de fora não ajudavam em nada. Bagman ajudava menos ainda, o Chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos era um idiota comentando cada coisinha como se os outros pudessem ver. Ele havia dito que ajudaria Harry o que o garoto recusou... ele nem conhecia esse homem doido.

Quando a vez de Harry chegou ele deu um pulo assustado de sua cadeira e engoliu em seco enquanto caminhava até la. A entrada era de pedra bruta e a arena era quase como um ninho, ceio de pedras irregulares. No meio um ovo dourado chamava atenção, mas antes que Harry pudesse se aproximar um golpe veio o obrigando a desviar. Ele viu pela primeira vez um dragão de perto. Ele era negro, com chifres de bronze e uma boca monstruosamente grande... que estava perto de cuspir fogo. Harry tomou sua poção o mais rápido de pôde e o fogo quase o atingiu. Podendo respirar melhor agora e ja não sentindo o calor escaldante ele se permitiu concentrar. O que Tom disse... o que tom disse... o que... os olhos...

Pensou em um dos feitiços que aprendeu... não queria deixar o animal cego para sempre, mas precisava de uma distração. Acertou os olhos dele com uma gosma negra que invocou, demoraria alguns minutos para sair e seria suficiente para pegar o ovo, se o bicho irritante não tivesse com os pés quase em cima dele. O menino suspirou... ele não queria machucar o animal... não queria mesmo... o dragão cuspia fogo para todos os lados por estar cego e ele tentava desviar do jeito que podia, se escondeu atrás de uma rocha e pensou sobre o que faria. Precisava ser rápido...

– Accio... Firebolt – Invocou a vassoura que ganhou de presente dos padrinhos em seu aniversário... ainda não tinha usado, afinal não houve jogos de quadribol esse ano. Ela chegou no mesmo instante que o dragão sentiu seu cheiro... e abria a boca monstruosa para devorá-lo. Ele pulou na vassoura voando em volta do Dragão... fez barulhos para chamar atenção vendo a corrente mágica que o prendia começar a se enrolar nele... continuou até o dragão cair.

Harry olhava de cima curioso e atento. Via o dragão rosnar e viu algo na pata dele... parecia um machucado... sangrava muito. Se aproximou ignorando completamente o ovo dourado que estava a segundos de si. Tocou a pata ganhando um rugido do dragão, este cuspiu fogo quase o acertando, mas o menino estava decidido. Tocou as escamas com mais cuidado e quando achou um pedaço de madeira muito grande enfiado entre elas se assustou. Tocou a madeira e o dragão voltou a gritar de dor...

– Desculpe... eu vou te ajudar... calma – falou sem nem saber se a fera iria o entender, mas valia a tentativa. Segurou a madeira e puxou, uma duas... três vezes... quando finalmente saiu o dragão pareceu respirar... o pedaço era grande... quase do tamanho do braço do Sonserino. – Imagino o quanto isso deveria ter incomodado.

Falou se afastando e pegando o ovo, murmurando o contrafeitiço para que o Dragão voltasse a ver. Ele sorriu para o animal saindo da arena. Demorou mais que seus adversários, mas ao menos ajudou um animal ferido e isso contou pontos, afinal Viktor esmagou ovos do Meteoro chinês e perdeu pontos... assim a diferença não era tão gritante.

Harry voltaria mais tarde para ver como estavam os dragões, havia lido sobre eles e os achava majestosamente fascinantes. Charlie Weasley tentava consolar a Meteoro Chinês, se dragões chorassem ela estaria fazendo isso agora.

– O que houve com ela? – perguntou se aproximando com cuidado e o ruivo deu um pulinho assustado. Harry o viu pela primeira vez, ele era bonito, com olhos curiosos e sardas salpicadas, parecia proteger e cuidar dos dragões com muito carinho.

– Krum pisou em dois ovos dela, ela esta se lamentando... – o mais velho respondeu voltando a fazer carinho na fera que quase matou um estudante horas atrás... se bem que Harry não a culpava, se fosse um dragão também ficaria bravo.

– Posso ajudar de algum jeito?

– Já ajudou com o Toby, ele estava agitado a dias... eu não esperava que fosse apenas uma farpa... obrigado Potter, mas sobre Gardênia não há muito o que ser feito... ela provavelmente vai ficar deprimida...

– Você é um Weasley né? Sua mãe falou de você... ela quer muito que você se case logo – comentou tocando o focinho do dragão, para o desespero do ruivo, que jurava que a fêmea iria devorar o menino... mas ela apenas aceitou o carinho, estaria tão deprimida assim?

– Ela diz isso pra mim também... mas minha paixão é outra...

– Eu acho que também não quero me casar... se algum dia eu for pra rome... num sei... for pro país que você mora eu posso trabalhar com você? – Charlie riu para o menino que na sua concepção era muito novo para esse torneio maluco e exalava um ar angelical... ate o dragões sentiam e o respeitavam de certa forma.

– Claro... quando tiver idade suficiente. – brincou vendo o garoto sorrir, ele era tão doce. Foram surpreendidos por Toby, o rabo córneo húngaro que lambeu Harry que riu gostosamente para a criatura.

Ouviram um pigarrear afastado e Charlie logo deixou o olhar carinhoso para um brilho de raiva. Krum estava ali... encolhido e a muitos passos longe, provavelmente com medo da dragão que ele magoou.

– O que você quer aqui? – disse ouvindo Harry fazendo um carinho nos dois dragões, não havia perigo por enquanto, exceto o bruxo Búlgaro.

– Eu... me desculpar... foi um acidente pisar nos ovos dela... eu realmente não queria... – O garoto alto se encolhia e Charlie só cruzou os braços em raiva.

– Só esta dizendo isso porque perdeu pontos no torneio... – Bufou o ruivo e Harry tocou sua mão, o menino se assustou brevemente, mas logo relaxou, não estava realmente acostumado a toques humanos e achou fofo como a mão do Potter era tão menor que a sua e muito mais macia. Viktor encarou as mãos juntas com olhos de águia.

– Dá uma chance pra ele se remidir... – era para redimir? Ele acreditava que sim, mas não corrigiu – ... eu acho que a senhora Gardênia merece um pedido de desculpas apropriado.

– Você ta certo Harry... tudo bem Krum, só tome cuidado ao se aproximar, ela esta brava com você e você Potter... vai me ajudar a distrair o Toby, ele não gosta muito de estranhos. Pode fazer isso pra mim?

– Poso shim!

Charlie deu a ele alguns petiscos e ficou de olho para caso acontecesse alguma coisa, enquanto também vigiava Krum que parecia perto de um ataque de pânico, gaguejando desculpas para Gardênia.











N/A: Olha só... espero muito que tenham gostado e não, não vou revelar quem vai ser o "primeiro" amor de Harry... quero ver teorias... tem mais na jogada... mas relaxem que como eu disse vai ser algo completamente platônico, vai ser mais do tipo: olha esse cara é legal... pera... eu sou gay? tipo isso...

Espero de verdade que gostem... e SIM EXISTE MOTIVO POR TRÁS DO INTERESSE DO "ALASTOR" NO NEVILLE... é algo muito importante e no proximo cap vai ter uma coisa que vai deixar todo mundo curioso sobre esse Bo....

E essa novata? alguma sugestão de buraco essa mina saiu? ela ja foi citada antes... uma certa Avery que foi ao Brasil... e ela vai ser muito importante pra história de um personagem secundário...

Quando sai o proximo? Eu digo: Sábado... isso mesmo. Eu só não vou postar amanhã porque vou estar ocupada com algumas coisas e não posto na sexta porque vou fazer um microcirurgia, mas sábado tem cap!!!! comentem suas teorias... eu amo lê-las. Beijos de luz...

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