Quando Um Conde Se Apaixona

By amorpelaescrita7

283K 24.7K 6.7K

#1 em Ficção Histórica - 17/05/2018 A casa de York está a beira da falência. Com o passar do tempo se tornou... More

Prólogo
Epígrafe
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XXIV
XXIX
XXX
XXXI
XXXII
XXXIII
XXXIV
XXXVI
XXXVII
Epílogo
Agradecimentos

XXXV

3.3K 321 72
By amorpelaescrita7

Os dias passaram para Tayla e Edmond de maneiras muito distintas. Apesar de estar na Itália, um país bem distante de sua terra natal, Tayla estava começando a se acostumar com a presença de sua família, e começava aos poucos a se divertir com elas e esquecer o que deixou na Inglaterra.

Para Edmond, no entanto, os dias se passaram de forma lenta e agonizante. Ele sentia falta da esposa mais do que podia suportar, e mais do que imaginou sentir. Ele sempre esperava que ela cruzasse a porta e não houve um dia sequer que ele não fosse olhar o porto, para observar se a esposa chegava entre os tripulantes. William havia sido muito misterioso quando Edmond lhe perguntou sobre o andamento do caso de Oscar, que tinha cometido um crime ao enganar o amigo sobre as terras no Brasil.

William resolveu que não iria contar nada a Edmond, pois ele já estava preocupado o suficiente com sua cirurgia. Ele sabia que a única pessoa que poderia resolver toda essa bagunça era Tayla, com sua sede de justiça e seus olhos inebriados de vingança. Assim que ela recebesse a carta, colocaria um fim em todo o circo maldoso arquitetado pelas pessoas mais sem coração de Watford. William tinha descoberto tantas mentiras que, pensava estar em um livro de verdade. Edmond sequer sabia que tinham mais pessoas culpadas por sua infelicidade do que Oscar, mas na hora certa, e muito provavelmente depois de Tayla ter arquitetado sua vingança, Edmond finalmente entenderia por que sua vida estava tão caótica e saberia que não tinha filho nenhum e era inocente da traição que fora acusado. 

Depois de algum tempo, Edmond na Inglaterra, vivendo uma vida normal e triste, e Tayla na Itália, tentando viver alegre, para esquecer as dores do passado, a carta de William finalmente chega na casa de campo de sua avó, em Sorano. A correspondência tinha demorado um bocado e Tayla não tinha ideia de que ela chegaria, mas quando viu o local de onde a carta havia saído, pensou em atirá-la ao fogo, pois instantaneamente lembrou da traição de Edmond, e decidiu que não queria ler as palavras dele.

Mas ela parou, quando girou a carta nas mãos para lançar a fogueira, quando leu o nome de Will. William, o advogado de Edmond, tinha lhe enviado uma carta, o que era, no mínimo, curioso. Tayla cortou o envelope e retirou seu conteúdo dentro. A carta era extensa e a letra forte e imponente, como se guardasse todos os segredos do mundo. Tayla não sabia, mas guardava todos os segredos de seu mundo. 

Era uma tarde fresca em Sorano. Tayla se dirigiu até a varanda da mansão com a carta da mão, e iniciou a leitura de seu conteúdo.

Minha cara e estimada Sra. Hughes, 

Perdoe meu atrevimento condessa, mas se está lendo essas primeiras linhas significa que não queimou ou rasgou a carta, o que eu imaginei que faria no momento em que escrevi a dedicatória com seu nome. Me alegra em saber que tenha decidido ler seu conteúdo, pois eu garanto que não irá se arrepender da decisão, embora o que eu vá fizer seja uma das histórias mais tristes das quais lidei em todos os meus anos de advocacia.

Tem certas coisas que eu preciso lhe contar,  e gostaria muito de faze-lo pessoalmente, uma vez que seu espírito jovial e imponente com toda certeza ficaria irado ao saber tudo que direi e eu adoraria testemunhar essa cena enquanto lhe mostro as provas que reuni. 

Eu temo, milady, que a senhora e o conde Hughes estejam terrivelmente enganados com todos os eventos catastróficos que se passaram em suas vidas. Eu envio meus melhores cumprimentos por todas as perdas de vocês. Edmond é um grande amigo e gostaria muito de vê-lo feliz com a mulher que ele ama, e não tenha duvidas de que essa mulher é a senhora, milady.

Mas não estou aqui para falar de amor, e sim de uma teia de mentiras horrendas e descaradas da pior espécie. Eu peço desculpas pelos adjetivos exagerados, mas recebi a ajuda da Srta. Daisy Landrow para revisar o texto dessa carta, e ela adicionou algumas palavras por conta própria. 

Condessa, gostaria de lhe contar uma história, resumindo o casamento de vocês e os principais eventos antes dele. Ai está o que descobri:

Quando o pai de Edmond morreu, ele estava cavalgando com o filho, que amava a companhia do pai e seu apoio. Eles foram surpreendidos por bandidos na estrada que mataram Sebastian e deixaram Edmond ferido. Daquele dia em diante, Edmond se dedicou a luta para recuperar sua honra, e saber que poderia proteger quem ele amasse se soubesse lutar. Edmond ficou tão envergonhado e transtornado pela forma como seu pai morreu que recorreu a ajuda de sua tia Isla, que contou para a família a versão de que Sebastian tinha morrido em sua casa, tomando chá. Edmond aceitou a oferta, porém Isla tinha condições. Casar ele com a senhorita, quando ainda era uma York. O grande problema aqui, Tayla, é que Isla é uma pessoa gananciosa e cruel. Os bandidos na estrada, que mataram o pai de Edmond, foram contratados por ela e por pouco não mataram seu marido também. Isla estava alterando o testamento de Sebastian para deixar tudo em seu nome, mas Edmond sobreviveu e Isla precisava pagar aos bandidos um valor altíssimo. Com Edmond vivo, ela não poderia encostar no dinheiro a menos que garantisse a falsificação do documento. Para tanto, ela precisava manter Edmond ocupado com alguma diversão. Um casamento. Ela também precisava de dinheiro rápido pois estava atolada em dívidas, então começou a se encontrar com seu pai e a praticar relações  carnais com ele, como maneira de convence-lo a lhe dar dinheiro e a mão de sua filha mais velha, voce. É devastador milady, pensar que a senhora possa ter sido "vendida" dessa forma por seu próprio pai, mas os seres humanos são capazes de atrocidades que não podemos seuqer imaginar, e Deus sabe como está sendo difícil para mim escrever essa carta, com tantos absurdos e crimes. Sua família  não estava praticamente falida sem nenhum motivo aparente, mas sim por que Isla fez uma grande lavagem de dinheiro em todos vocês!  Eu consegui colocar a mão nos documentos originais e nas falsificações feitas por ela, com a ajuda de alguns criados de sua casa e da residência onde ela morava. No momento, ela está viajando, gastando o dinheiro de Deus sabe quem, mas retornará em breve e preciso da sua ajuda para desmascará-la. Como se a história não estivesse ruim demais, temos também Oscar, Lisa e Rose, que são peças chave neste caso. Todas as minhas fontes são os criados das casas de ambos, que me relataram o seguinte: Lisa e Rose certa vez se reuniram, e combinaram que uma das duas iria ter um filho de Edmond antes de vocês se casarem. Como Lisa era muito ardilosa e Rose era tola demais para dizer não, ficou combinado que Rose o seduziria. Mas quando ela finalmente tentou, percebeu que Edmond estava relutante em dormir com ela. Ele somente a beijou mas disse que nada mais aconteceria. Foi quando a criada me contou que, enquanto observava por uma passagem, viu Rose dar algo de beber para Edmond. A mesma água que fez você beber na noite do incêndio. Derrubou vocês dois em sono profundo e ambos adormeceram para o que viria a seguir. Rose fingiu ter dormido com Edmond e fez ele acreditar nisso, e ele se odiou por algo que não fez. Quanto a Rose, ela ainda precisava de uma criança para suborná-los e atrapalhar o casamento de vocês no futuro, então ela correu para a casa de Oscar onde os dois consumaram o ato e Rose engravidou. O filho é de Oscar e não de Edmond e tenho pessoas suficientes para provar tudo. Se lembra do que eu falei, sobre a água que você bebeu? Pois bem, o cocheiro de Isla recentemente confessou a Olívia, a avó de Edmond, tudo o que ouviu da carruagem e ela, posteriormente me contou: Isla e Rose planejaram juntas o incêndio. Rose a fez dormir com o sonífero na água e Isla a arrastou para a ala norte da mansão, onde acendeu um isqueiro e deixou você lá para morrer. 

Tayla parou de ler de modo súbito e assustado. Aquela carta não era, nem de longe, o que ela esperava ser. Talvez fosse um pedido de desculpas de Edmond, ou um apelo da família e amigos dizendo que ele não vivia mais sem ela. Mas aquela carta era muito mais do que ela poderia sequer imaginar. Aquela carta explicava tudo, de maneira minuciosa e muito detalhada tudo o que tinha acontecido em sua vida, antes, durante e depois de seu noivado e casamento com o amor de sua vida. Sim, Edmond era o amor de sua vida. Não sabia se ele poderia ter sido o amor de Rose ou Lisa para tramarem tantas mentiras, mas com toda a certeza Edmond era o amor da vida de Tayla e ela tinha o subestimado tanto! 

Julgara ele infiel e adultero, quando tudo o que ele fez foi pensar nos dois como uma família. Mesmo quando eles não queriam se casar, Edmond sempre fez tudo sendo motivado por seu bom caráter e se mostrou um homem muito maduro quando Tayla só fez papel de boba e um estardalhaço com os jornais, quando queria aparecer com Oscar. Oscar! Que homem abominável e horrendo. Fez de tudo para manchar a honra dela e seu casamento também. Ele merecia pagar por seus crimes! Todos eles, principalmente Isla Hughes. A tia de Edmond, uqe havia destruído a felicidade de ambos. 

Tayla sentia as mãos geladas e a pele rígida. Estava chorando como uma garotinha e sempre que pensava em Rose e Isla tramando juntas sua morte, um frio lhe subia a espinha. Morrer não é apenas se livrar de uma pessoa, mas acabar com a felicidade de toda uma família e amigos próximos. Se as duas estavam dispostas a eliminar Tayla? Que tipo de pessoa elas eram? 

Tayla pousou a carta no colo enquanto chorou. Chorou e chorou mais uma vez. Chorou por mais alguns minutos enquanto lembrou de tudo. Até que finalmente se recompôs e decidiu terminar a leitura da carta.

Eu sinto muito, Tayla. Sinto que essa seja a verdade e você tenha que descobrir assim, mas tenha em mente que tudo o que fizeram foi para lhe prejudicar e prejudicar Edmond. Oscar também falsificou documentos na compra do terreno pro Brasil e tudo isso eu tenho em forma de arquivo. Também devo lhe dizer, que Edmond está com problemas de saúde que não cabem a mim lhe contar, mas que ele precisa da Sra., mais do que nunca. Aguardo ansioso seu retorno a Inglaterra e a apoiarei em qualquer decisão que a senhorita tomar. Espero notícias suas e uma vingança incendiária.

Com meus melhores cumprimentos, William.

Finalmente a carta tinha acabado. Não que William escrevesse mal ou de maneira cansativa, mas a leitura de todos os fatos era extremamente torturante e triste para ela. Tayla encarou a carta por alguns segundos e deixou ela cair sobre a cama, enquanto pensava. Quando se deu conta do que precisava fazer para garantir que todos os envolvidos pagassem por seus crimes, as lágrimas e a tristeza deram lugar a um ódio jamais visto. Um fogo que a consumia e vinha bem dentro de si. Uma faísca que crepitava a muito tempo, mas só precisava de um combustível para ser liberada e queimar tudo ao seu redor. A carta fora aquele combustível, fazendo com que Tayla se levantasse e se dirigindo aos seus baús, começou a guardar tudo o que lhe pertencia para a voltar a Inglaterra. Edmond precisava dela e ela precisava resolver a situação. 

Tayla garantiria que todos pagassem por seu sofrimento na prisão. Faria questão de vê-los em grades grossas de metal para nunca mais chegarem perto de sua família. Mas antes de pagar, ela os faria sofrer. Como ela sofreu. Exatamente como ela sofreu.

Watford, Inglaterra

Já fazia muito tempo que, com os olhos marejados de tristeza e ódio, Tayla tinha deixado a Itália, se despedido de seus parentes e partido rumo a Inglaterra, mas Edmond não sabia.

Ele nunca havia deixado de ir até o porto procurá-la, mas recentemente ele estava começando a pensar que ela jamais retornaria. E aquilo estava o corroendo por dentro.

Ele ia todos os dias ao porto procurá-la. Mas nesse dia ele não foi. Nesse dia ela chegou. Depois de conseguir alugar uma carruagem e um tanto decepcionada por não encontrar o marido quando seus olhos avistaram o porto bem próximo, Tayla se dirigiu até a mansão Hughes, seu lar. Olívia e Isabella estavam em um chá com amigas próximas então poucas pessoas notariam sua chegada. Antes de fazer qualquer coisa a respeito dos culpados por suas tragédias, Tayla queria ver o marido. Queria, tão desesperadamente ver o marido, que pensou ser capaz de desmaiar se ele não estivesse em casa. Mas ele não estava. 

Edmond tinha organizado tudo o que precisava para fazer um de seus últimos exames antes da cirurgia que talvez mudaria sua vida por completo. Ele sabia dos riscos e das complicações, entendia tudo o que podia acontecer caso fosse uma cirurgia mal sucedida. O médico tinha alertado a ele que, caso não conseguisse operar a catarata que ele adquiriu por meio do choque da luta, talvez ele ficaria cego, para sempre. Edmond sabia que tinha poucas chances, mas precisava se agarrar a esperança de que tudo ficaria bem.

Desde que sofreu o impacto nos olhos, ele foi cada vez mais perdendo suas capacidades de observar e ler. Por muito pouco não chegou a conhecer o rosto da esposa, mas sabia que reconheceria seu cheiro de lavanda e ouviria sua língua afiada onde estivesse. Na noite em que se conheceram, o olho de Edmond já não estava enxergando perfeitamente, e como era de noite, ele conseguia distinguir os corpos e quando se esforçava bastante, podia ver os olhos verde esmeralda da esposa. Ah, aqueles olhos, que refletiam a luz da natureza em seu coração. Os olhos por quem ele lutaria batalhas e enfrentaria os maiores vilões da história para poder vê-los todos os dias.

Sem os óculos, Edmond via silhuetas e vultos se as pessoas andassem muito rápido, e foi por um milagre que encontrou a esposa naquele incêndio, mesmo com seu estado piorando a cada dia. Ele ainda não tinha coragem de contar para Tayla, e naquele momento se sentia muito mal de ter enganado ela e se casado sem que ela soubesse o que estava acontecendo com ele. Sua tia havia garantido que se não se casasse com Tayla, ele certamente não teria mais pretendentes, e como Isla sabia que o pai de Tayla também queria casá-la desesperadamente, tudo aconteceu da forma mais rápido possível, enquanto os dois tentavam tirar a vida um do outro, por meio de brigas e discussões.

O amor tem, de fato, formas muito estranhas de juntar as pessoas, e pode-se afirmar que o início de Tayla e Edmond foi o pior possível. Será possível que não teriam também um final feliz? O caminho que os dois trilharam também foi cheio de altos e baixos, estradas tortuosas e dor. Entre beijos, abraços, noites cheias de calor, paixão e desejo e muitas promessas, eles também tiveram que enfrentar a decepção, a perda e principalmente o coração partido. 

"Uma tragédia shakesperiana não teria tanta dor", Edmond pensou, enquanto entrava em sua carruagem rumo a Londres, do que sua história de amor com Tayla. "Amor?" se questionou, enquanto dava ouvido as vozes de sua cabeça que sussurravam para ele se declarar assim que visse a esposa. Ele finalmente sabia, finalmente compreendia, que os sentimentos que o uniam a esposa não eram apenas desejo, paixão. Não se resumia a tocá-la e dormir com ela todas as noites. Aquele sentimento beirava a loucura, ao não compreendido. Edmond nunca tinha se sentido assim, tão vulnerável, tão exposto, tão necessitado de dar tudo de si a alguém, mesmo que isso significasse não receber nada em troca. 

Edmond nunca pensou que poderia se ver sacrificando a própria felicidade e tudo o que lhe restava para por tudo aos pés de Tayla. Afinal, amar Tayla significava colocá-la em primeiro lugar, acima de todas as suas necessidades. Mas amar Tayla também significava deixá-la ir, livre, assegurando que ela sempre teria um lugar para onde voltar. Garantir a ela que o amor que ele sentia era livre, era genuíno, e que ele faria tudo para que ela fosse feliz como ele estava ao sentir que o amor invadira seu peito.  Se amar Tayla significava deixá-la partir, ele faria sem pensar duas vezes, para que ela pudesse buscar a própria felicidade, que para Edmond, estava acima de todas as coisas.

Ele sabia que escondia dela sobre sua condição de saúde e aquilo era uma forma de prende-la, pois Edmond tinha certeza de que, quando contasse a ela, ela iria querer se separar dele. Todo esse tempo ele temia que ela descobrisse, mas sabia que era injusto esconder dela.

Ele só queria deixá-la feliz. Era tudo que ele precisava garantir. Se ela descobrisse e se isso significasse perde-la, Edmond sofreria, com toda a certeza, mas se alegria ao pensar que Tayla  viveria sua vida. E isso bastava, teria que bastar, pois ele não aguentava mais faze-la sofrer. Precisava garantir-lhe a felicidade, com ou sem ele. 

Tayla, ao saber que o marido estava partindo rumo a Londres, solicitou uma de suas carruagens com os cavalos mais velozes (afinal, ela era a condessa Hughes) e pediu que os criados guardassem o restante de suas malas no quarto de seu esposo. Chega de mentiras e de viver longe do homem que fazia seu coração acelerar. Ela não teria mais medo. Seria forte e lutaria com toda a sua força de vontade.

Não sabia exatamente o que esperar indo até Edmond. Ouviu algo sobre uma consulta quando um criado murmurou baixo onde Edmond estava, mas ela não tinha certeza se era a saúde dele que estava comprometida, pois ele nunca havia comentado nada, a não ser a aquisição de um novo óculos. Mas ela estava tão resoluta em permanecer com o marido que pouco se importava com o que iria descobrir. Sabia que amaria Edmond para sempre. Não importava o que ele escondia.

Com muito esforço, Tayla chegou vinte minutos antes de Edmond. O cocheiro que a levava já tinha levado Edmond antes na consulta, e o cocheiro que levava Edmond era terrivelmente lento. O fato era que os dois tinham muitas carruagens como conde e condessa, mas dificilmente veriam marido e mulher usarem carruagem separadas. Dessa vez no entanto, foi diferente. Ela precisava vê-lo e não podia esperar que ele voltasse. Reuniu suas forças e com muita coragem tocou a campainha do médico. 

Uma gentil senhora abriu e a recepcionou. Perguntou como poderia ajudá-la e Tayla deu nome do doutor e falou que precisava falhar-lhe urgente. Tayla também informou seu nome de casada. A senhora entrou no consultório do médico, informou o nome de Tayla e quando o médico a autorizou, abriu o caminho para que ela entrasse.

Tayla encontrou uma sala toda branca, com equipamentos médicos e uma pequena cama, que Tayla imaginou serem para cirurgias. O doutor estava atrás de uma mesa e na frente dele tinham três cadeiras de madeira. Ele a encarava de maneira séria e assustada. Fez sinal para que ela se sentasse.

- Desculpe, doutor... 

- Philip. - o médico se apressou.

- Philip. Eu sou...

- Sei quem você é, Sra. Hughes. Com todo o respeito, gostaria de lhe pedir que, se possível a senhora se retirasse da minha sala. - o médico falou, um tanto ríspido, temendo por seu emprego. - Seu marido pode chegar a qualquer momento e...

Nesse momento a porta se abre. É quando Tayla o vê. Mais lindo e charmoso do que ela se lembrava. Perfeitamente bem arrumado com seu terno e uma cartola que pousava sobre sues grandes cabelos, que Tayla sentia tanta falta de despenteá-los. Edmond a encara com um olhar gélido que Tayla não esperava receber do marido, mas em sua defesa, Edmond não esperava ver a esposa ali.

Em qualquer lugar, menos ali.

- Tayla, quando.... quando você voltou? - Edmond gaguejou, apavorado.

- Hoje mesmo. - ela disse e Edmond imaginou como ela deveria estar cansada e mesmo assim, embarcou em uma carruagem para Londres. 

O doutor então percebeu que a situação era grave. Imaginava que Edmond tinha citado algo para a esposa sobre a condição de seus olhos. Ele havia pedido total discrição do doutor sobre sua condição, mas não imaginava que ele não havia contado nada.

- Quando pretendia contar para sua esposa? - Philip, o médico se arrisca em dizer.

- Contar sobre o que, exatamente? - Tayla arqueia uma sobrancelha confusa enquanto alterna o olhar entre o médico e Edmond.

- Não doutor, por favor. Edmond implora, entrando na sala e fechando a porta.

- Contar sobre o que? - Tayla ergue o tom de voz, estava impaciente. Por Deus, o que poderia ser tão ruim?

- Doutor, eu imploro! Não há nada, Tayla, posso lhe assegurar de que não há nada.

- Doutor, eu exijo que me conte agora. - Tayla se vira para o médico e bate na mesa, assustando-o.

- Doutor, eu exijo que permaneça calado, do contrário, não terá seu pagamento efetivado. - Edmond diz com irritação.

- Não é questão de pagamento, é questão de prezar por sua saúde, Edmond. - o doutor diz. Ele realmente se preocupava com o dinheiro e seu emprego, mas naquele momento ele sabia que Edmond precisava de apoio para a cirurgia. Mas como ele teria apoio se sequer tinha coragem de contar para a esposa o que estava sofrendo? Tayla precisava saber.

- Minha saúde está em ótimo estado, muito obrigado. - Disse ajeitando o terno e encostando a mão no ombro de Tayla, que estava sentada.

- Todo o seu corpo está em ótimo estado, conde? - o médico questiona.

- Sim! - Edmond fraqueja nas palavras, e seus olhos falham por alguns instantes. -  Vamos Tayla!

- Edmond, está mentindo. - Tayla rebate. - E eu não vou a lugar algum.

- Sua esposa o conhece bem. - o doutor analisa.

- Tayla Hughes, nós vamos embora nesse momento.

- Pois então que vá você e volte sozinho para a mansão, pois eu não me levanto enquanto não descobrir o que você tanto quer esconder. - Tayla diz, firme.

Edmond sabia. Era a hora de Tayla descobrir a verdade.

- Conte! Conte a ela que o esposo é cego. - Edmond falou alto, e deixando escorrer uma lágrima. - Conte que eu a enganei para se casar comigo, que cometi um grande erro, e que não posso mensurar o quanto me arrependo disso neste momento. Sei que você nunca mais vai me querer Tayla e que deve me odiar nesse momento. Eu tinha muito medo de perde-la e...

- Pode por favor se retirar da sala, conde Hughes? - Tayla pede. Um tanto chocada e surpresa.

Ele olha para a esposa, em choque.

Sem dizer mais nada, ele se retira da sala, fecha a porta e se senta em uma poltrona do lado de fora, aguardando-o. O médico encara Tayla e prossegue:

- Eu poderia muito bem explicar o que aconteceu, mas vou ler para você o diário que seu marido começou à escrever depois de ter lutado em um ringue realmente pesado, que o trouxe grandes consequências. Ele deixou o diário comigo a alguns dias, para que eu pudesse analisar melhoras em seu quadro de perda da visão, mediante o que ele relatava no dia. Se me permite, vou ler para a senhora.

Tayla assente com a cabeça. O médico inicia a leitura.

"Eu amo o que a luta tem feito comigo. Desde a morte de meu pai a vida se tornou cinzenta e sem sentido algum. Vivo e me levanto apenas e somente para não deixar mamãe e vovó Olivia sozinhas. A luta me desestressa, me garante reflexo, disciplina e eu posso, de alguma forma, descarregar nela toda a minha ansiedade e preocupação que andam comigo à mais de sete anos"

- Esse é um dos registros. O próximo é de um dia muito decisivo para ele. - o doutor comenta enquanto lê o diário.

"Hoje, fizeram exatos 8 anos que papai morreu. Coincide exatamente com a final da competição de luta. Estar na final é uma surpresa e ganhar será uma questão de honra. Por você pai.

- Logo aqui embaixo há sangue que ele furou com um dos alfinetes de sua avó. Marcando seu polegar ao lado de uma folha colada com cera contendo a assinatura de seu pai. Preciso saber se está pronta para tudo isso Tayla. - o médico se mostrava preocupado.

- Siga em frente e não pare até que eu saiba da história por completo. - Tayla afirmou.

- Pois bem. Neste dia, ele fez tudo em honra ao seu pai. Ganhou alguns socos na barriga, cortes e arranhões em ambas as coxas e os dois olhos roxos. Sendo que um, o esquerdo, estava com um corte profundo e avermelhado de sangue. Não ganhou a luta, e ficou decepcionado. Ele se deu ao máximo e foi até seu estado de exaustão pelo pai. Ele achava que isso ia curá-lo.

- Prossiga. - Tayla engoliu em seco. Tinha tanta vontade de abraçar o marido e garantir que jamais iria embora. O que ele tinha falado anteriormente magoou ela. Ele realmente achava que ela o deixaria? 

- Ele entrou em uma melancolia profunda por algumas semanas. Não via ninguém. As pessoas estranharam. Ele reclamava todas as noites de uma dor incansável nos olhos. Quando chegou aqui, disse que durante a luta, ele via seu pai e se desconcentrava, o seu oponente percebia e o atingia certeiro nos olhos. Examinei e tive dificuldades em diagnosticar. Mandei as amostras para Londres, pois eu não possuía os equipamentos necessários aqui. Depois de um tempo, eu recebi o resultado. Na época eu sabia que era catarata por impacto, contusão. O corte foi profundo a machucou sua área córnea. Mas no começo da semana recebi um outro diagnóstico, ainda mais novo. O corte deu espaço para uma bactéria ainda não catalogada, que aproveitou-se da ferida para instalar-se. Logo, está chegando ao outro olho. E assim, ele estava cego de um e parcialmente cego de outro.

Tayla estremeceu, assustada e temendo pela vida do marido.

- Ele ficou desesperado quando soube da catarata. Fizemos vários exercícios e algumas pequenas operações para que ele pudesse abrir os olhos normalmente. Claro que tudo com muita descrição, ninguém poderia saber que o herdeiro mais importante do condado estava passando por procedimentos médicos. Mas nessa semana quando ele soube da bactéria, ficou totalmente perdido e sem rumo. Na época em que descobriu a catarata, sua mãe logo tratou de casá-lo com alguém. Ficou sabendo de uma jovem que chegaria com a família de Londres e pensou ser a oportunidade perfeita, para que seu filho não fosse rejeitado e nem vivesse sozinho para o resto de sua vida.

- E então? - Tayla já soluçava de tanto chorar.

- Depois disso ele tentou levar uma vida mais normal possível. Ele enxergava com um olho, então continuou a lutar. Ninguém desconfiou nem desconfia até hoje.

- Como me explica o baile e tudo o que passamos juntos? Afinal, ele sabia onde me procurar durante o incêndio.

- Olhe, creio que tudo o que diz respeito aos sentimentos dele eu não devia falar pelo conde. Ele mesmo pode fazê-lo. - o médico afirmou.

- Mas como são relacionados os sentimentos do conde com o fato de que ele conseguiu me salvar?

- Acredite, os sentimentos dele tem muito mais haver com suas ações do que imagina. Tudo o que posso dizer é que ele tem uma certa sensibilidade e percepção maiores à cores claras, principalmente tons verdes. - o médico sorriu, ao observar o verde esmeralda nos olhos arregalados de Tayla, aqueles olhos que Edmond já tinha descrito centenas de vezes para Philip. - Agora vá, que seu esposo explicará o resto.

Tayla assentiu e agradeceu pelos esclarecimentos. Ela saiu da sala e encontrou Edmond apavorado. Passou direto por ele e foi andando em direção a porta. O conde foi atrás, mas ela conseguiu ser mais rápida e adentrou um caminho pela floresta para sua casa, com um cavalo que conseguiu pegar na cidade.

Edmond a seguia e por mais que seus olhos se esforçassem, ele mal via o caminho à sua frente. Ele só era capaz de ver o verde das árvores. Encostou-se em um tronco e ouvi uma lasca de madeira quebrada, um cavalo correndo e uma moça caindo atrás da árvore.

- Tayla, é você? - Edmond grita, assustado.

- Me deixe em paz! - Tayla grita, andando e o deixando para trás novamente, mas ele a alcança e segura seu braço.

- Está brava comigo? Eu sabia que ficaria. Por Deus, eu imaginei esse momento tantas vezes em minha cabeça, mas vive-lo não é nada comparado a imaginação.

- Se estou? Escondeu de mim por tanto tempo isso, não acha que tenho esse direito? - Tayla disse, nervosa. 

- Eu não queria que você me rejeitasse, eu tive tanto medo de você me abandonar quando descobrisse. Eu fiquei aterrorizado. Eu sabia que teria que deixá-la ir quando soubesse, mas não tive coragem. - Tayla sente suas palavras como um soco no estomago. Ela o amava, amava tanto que não sabia como viver sem ele. Ela jamais o rejeitaria. Nenhuma condição de saúde poderia separá-los.

- Rejeitar? Edmond, eu não o abandonaria sob nenhuma circunstancia, mas depois de saber que fora quase obrigado a se casar comigo por medo de não encontrar outra pessoa, meu coração se partiu, em mil pedaços. Um casamento arranjado e forçado pode ser ruim, mas por motivos de desespero? Eu sinto muito que você tenha se visto obrigado a desposar uma garota como eu. - Tayla se pos a frente dele, tentando demonstrar força mas ela estava tão quebrada por dentro que não aguentou e caiu sentada no chão, na grama do parque. 

- Você não compreende não é? - Edmond se abaixou para alcança-la, e segurou seu queixo com a mão. Eu devo admitir, não queria me casar. Já tinha recuperado minha autoestima. Minha tia queria que eu me casasse com você, isto é verdade. Mas eu podia tentar reverter a situação.

- Não podia, sua tia tinha lhe obrigado a casar-se comigo pelo segredo que ela guardava sobre a morte de seu pai. - Tayla disse e Edmond arregalou os olhos.

- Como sabe disso? - Edmond questionou.

- Tem coisas muito piores de onde eu ouvi isto. - Tayla murmurou baixo.

- Bom, a questão é que, eu sai com belas moças e elas não tinham me descoberto, mesmo assim, escolhi uma vida com você. 

- Uma escolha nada sábia. - Tayla rebateu, sentindo sua autoconfiança indo embora.

- Você se engana totalmente nessa parte. - Edmond admitiu, segurando o rosto dela como se segurasse o mundo inteiro nas mãos. - Só você me fez enxergar Tayla. Não só no sentido denotativo mas no conotativo da palavra também. Eu vi uma vida plena e agradável em meio à cegueira, eu vi a felicidade nesse casamento, eu vi você, Tayla.

- Você é um tolo. - Tayla disse com raiva, se levantando. -Te dei inúmeras oportunidades de fugir. Minha pai e sua tia só desejavam apenas sugar toda a sua fortuna. - Tayla disse e Edmond não estava compreendendo absolutamente nada. - O incêndio na ala norte da mansão foi prova disso. Então, temos um outro motivo para desistir de mim. Como você se contenta em me olhar, com o corpo todo queimado dessa forma? - apontou para si mesma, já sentindo as lágrimas chegarem.

- Quando eu a vi no baile, era a criatura mais linda sob a qual já pousei os olhos. O cordão de pérola branca emitia uma luz que só não era mais forte que o verde de seus olhos. Eu estava reclamando de dores nos olhos há semanas até que vi você naquele baile. Você trouxe minha vida por completo de volta. Enxergo o que enxergo hoje por sua causa. Do contrário, eu já não enxergaria mais nada. Tudo o que sei é que não me entreguei a perda de visão por completo e não deixei que a situação me abalasse por que eu tinha um motivo para levantar da cama todos os dias e olhos verdes para observar do outro lado da cama. - ele tenta segurar a mão dela, mas ela o rejeita. - Você é mais bela que qualquer moça de toda Inglaterra, e arrisco dizer que de todo o mundo também. No dia do incêndio, eu não pensava em mais nada. Sequer lembrava que eu era cego de um olho. Eu só sabia que tinha que salvar você. Nem que custasse minha vida.

Tayla levanta seus olhos e encara Edmond.

- Vejo que tomei a decisão certa, pois a beleza que vejo agora, é a beleza que quero me encantar até meus últimos dias. Pouco me importa o que o incêndio fez com sua pele. Continua linda como da primeira vez que a vi.

- Acha que essas coisas se resolvem assim? - Tayla disse, com a voz baixa e falha.

- Você não me ama Tayla? Pois é isso que esta passando por minha mente agora. Por que você não pode insistir em nós? Quem liga para o que a sociedade inglesa pensa quando eu tenho você me esperando chegar em casa com um sorriso no rosto? Eu não preciso de mais nada. Tenho plena certeza agora de que, nunca precisei tanto de algo no mundo, como preciso de você. 

- Se eu o amo? -Tayla ironiza, enquanto anda de um lado para o outro, nervosa. - Devo admitir que tenho escondido e evitado bastante sentir o que sinto, mas infelizmente isso não é mais possível. Você me mostrou que as pessoas podem ser boas, viveu comigo o significado verdadeiro de família feliz e eu sempre serei grata à você por isso. Então sim, Edmond. - Tayla levantou a voz, firme, e encarou-o com olhos de ternura e carinho. - Eu te amo. Acredite que te amo. Assim como o sol nasce e se põe ao seu redor. Assim como na Inglaterra chove a maior parte do ano, mas você gosta de dias cinzentos e uma mulher rabugenta como eu. Assim como todas as verdades que eu posso constatar aqui para você neste momento. Eu o amo. Mais do que a mim mesma. 

Tayla paralisou com o que tinha acabado de admitir. Ela finalmente tinha falado o que queria.

- Mas eu não mereço você. Não mereço o que faz por mim. Não tenho razões para ficar por que não sou boa o suficiente para você. - Tayla diz cabisbaixa. 

- Tayla Hughes. Sua menina insuportavelmente ousada, incrivelmente apaixonada e irrevogavelmente minha esposa. Você realmente precisa de uma boa razão para ficar? - Edmond se aproxima dela e agarra sua cintura. -  A terá! Eu te amo Tayla York, com suas loucuras, suas grosserias e todo o fogo que move suas ações precipitadas. Posso não ter a visão perfeita mais meu olhar para você deveria entregar o que sinto. Você, sua mocinha irritante, é a esposa que eu pedi quando era um menino, é o cuidado que minha avó me desejava, é o anjo para minha vida que minha mãe pedia aos céus todo dia. Procurei fugir a minha vida toda de compromissos e agora não consigo mais soltar a sua mão. As pessoas são injustas com você, mas eu sei bem quem você é. Você é fogo, é chama, e eu não me importei de ficar queimado. Azar de quem não quis se relacionar com você por medo, sorte a minha que aceitei o desafio. Sou apaixonado por você desde que a vi no baile. E serei apaixonado por você pelo resto dos meus dias. - falou, colando seus corpos e olhando para ela muito fixamente.

Os dois se abraçaram fortemente. Ambos sentiram uma enorme sensação de alívio invadir o corpo. Eles estavam expostos, finalmente por completo. Não era nada como na lua de mel, quando Tayla se entregou a Edmond mas ainda tinha receio e medo do que poderiam se tornar como casal. Edmond e Tayla podiam ouvir a respiração e batimento de cada um, enquanto largavam as armaduras que os prendiam e se tornavam vulneráveis e suscetíveis ao amor um do outro. 

- Eu senti tanto a sua falta. - Tayla admitiu. - Não passou um dia sequer enquanto estive fora, que eu não tenha sentido a sua falta. - Ela falou, quando Edmond passou a encarar seu rosto e tirar uma mecha de seu cabelo do rosto, limpando suas lágrimas.

Edmond se ajoelha perante a ela, como se ela fosse uma grande prece. Em uma oração silenciosa ele agradece aos céus por ela enquanto segura sua mão.

- Tayla Hughes. - Edmond diz, ainda ajoelhado. - Você aceita ser minha esposa, para que eu possa amá-la verdadeiramente e agora da maneira correta, sabendo que sua afirmativa, me faria o homem mais feliz da terra? 

- Sim! - Tayla diz, enquanto Edmond se levanta para girá-la no ar. - Diria milhares e milhões de vezes sim, se eu pudesse! 

E com um beijo apaixonado, eles selaram um acordo que já tinham feito antes, mas que agora, valeria a eternidade se dependesse do amor que os unia.




ATUALIZEIIIII MAIS UMA VEZ PARA A ALEGRIA DE VOCES! Depois do capítulo do incêndio, esse foi um dos mais intensos de escrever. Os segredos estão vindo a tona e as coisas estão sendo reveladas. Depois de Edmond e Tayla fazerem as pazes, o que será que vai acontecer?  FAÇAM SUAS APOSTAS e comentem bastante neste capítulo!

Continue Reading

You'll Also Like

3.6K 338 101
Você já parou para pensar que suas palavras podem interferir na vida de outra? Não acredita nisso? Tem certeza? Pois eu vou te contar uma história de...
454K 24.9K 31
Maia é dona de uma beleza exuberante, se muda para o Vidigal com sua irmã Estela. elas duas nunca tiveram vida facil desde pequenas sempre lutando pa...
13.1M 600K 81
Valentina é uma adolescente estudante de medicina , vive com seu padrasto drogado após a morte da sua mãe , de um dia para o outro sua vida vai mudar...
136K 25.8K 119
Título em português : Como o menor rival do amor gay nos romances de Het Autor : Ying A Mu (嚶 阿木) Tradutor : Lanlan/Chel (chrysanthemum garden) Tradu...