XIII

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Na mansão dos Hughes, Isabelle pega o jornal, despreocupada, tomando seu habitual gole de café. Ainda sem olhar para ele, ela arremata sua colher com a mão que não está ocupada e retira um pedaço de ouefs en cocotte, levando-o a boca. Com uma rápida olhada no jornal, a mãe de Edmond vê na primeira página algo que a surpreende, fazendo-a cospir o pedaço de ovo em seu prato.

- O que houve, Isabelle? - Olívia pergunta. - Está muito quente? Eu sabia que não estava na temperatura ambiente, vou reclamar com os cozinheiros, que falta de profissionalismo...

- Não! Não é isso. - Isabelle responde ainda chocada. - Apenas olhe o que minha futura nora fez ontem. Dessa vez ela passou dos limites. - disse largando a colher na mesa e se levantando em direção a Olívia, que estava do outro lado da mesa, para lhe mostrar o jornal.

- Eu estou sem meus óculos querida, faça-me o favor de ler. - Olívia responde. 

- Vou explicar o ocorrido. Sabe o marquês Oscar de Lollybroke? Aquele que o avô era seu amigo e perdeu a riqueza em um jogo de cartas? 

- Sim, eu o conheço, falei para seu avô não arriscar tudo nesses jogos de sorte, mas ele não me ouviu, seu sogro era muito amigo dele, vivíamos em inaugurações, a jogar conversa fora.

- Pois então, o foco agora, é Oscar.

- Diga. - Olívia disse.

- Serei breve.

- Por Deus, diga logo o que tem a dizer. - Olívia disse, bebendo seu suco de framboesa e provando seus croquetes de peixe frito.

- Tayla foi vista com ele ontem, sozinha. Uma situação muito comprometedora, não acha? - Isabelle pergunta. Ao ouvir o fato, Olívia começa a engasgar devido a farinha do peixe empanado.

- Ela sabe das implicações do casamento?  - Olívia pergunta, conseguindo se recuperar, por fim. - Eu entendo que seja injusto casá-la contra a sua vontade, mas o que ela fez não foi nada correto. Aposto que fez isso para se livrar do matrimônio. 

- É uma pena que ela seja uma pessoa tão difícil de se lidar, temo por meu querido filho. - Isabelle diz.

- Não fale de Edmond como se ele fosse algum santo. O garoto também tem muitas conquistas. 

- Os dois tem grandes defeitos. - Isabelle disse se sentando em sua cadeira. - O quê vamos fazer? Esse casamento não vai funcionar.

- Posso falar com um boticário para conseguir alguma poção do amor ou algo assim. - Olívia diz.

- Ó céus, voce perdeu o juízo também! Está falando sério?

- Mas é claro que não. Olhe, não podemos garantir que o relacionamento dos dois vai melhorar, mas se queremos manter essa casa, é necessário seguir as recomendações de minha filha Isla, visto que as posses são dela. Ainda sim, não acredito nesta história.

- Qual?

- De que Sebastian deixaria todos os bens com a irmã e nada para você e Edmond, Tudo isso está muito errado. Como Sebastian morreu, exatamente na casa dela?

As duas mulheres se entreolham, nunca houve uma relação mais saudável e respeitosa entre sogra e nora. Elas não sabiam, pois Edmond não tinha coragem de contar, mas o pai não morreu na casa de Isla. Essa mentira tinha sido inventada e contada por ela, para justificar o testamento dele, Edmond não sabia do testamento, pensou que a tia tinha inventado a história para ajudá-lo a se livrar da culpa. A verdade é que Sebastian morreu na emboscada dos ladrões, quando Edmond não conseguiu defendê-lo, se culpando durante longos anos. 

- Vamos contar à ele? - Isabelle pergunta.

- Melhor que ele ouça por nós. Onde ele está? - Olívia pergunta, olhando ao redor do salão onde estavam. - Não tomou o desjejum?

Quando Um Conde Se ApaixonaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora