XVII

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Saindo do salão, as pessoas naturalmente e instantaneamente olharam para Tayla que por ironia do destino, era a noiva do aniversariante.

Os convidados esperavam que ela aparecesse com Edmond ao seu lado, ou como dois jovens apaixonados, nem aparecessem por um bom tempo.

Mas aquele casamento não era real, o amor não era verdadeiro e Tayla estava furiosa com seu noivo. Edmond deixa a sala logo atrás, não antes de depositar outro beijo nos lábios de Lisa, prometendo voltar quando pudesse.

Ele sai em busca de Tayla. Lisa não queria que ele voltasse por mais que desejasse beijá-lo. A segunda filha dos Ronald queria causar estrago e marcar território, irritando Tayla, e assim conseguiu.

A mocinha York se dirige à uma mesa com uma vela. Um fogo a consome por dentro. Ela faria qualquer coisa para retirar esse sentimento ruim de seu coração. Ela sentia muito, mais do que queria sentir por ter visto aquele beijo. Lembrar dele era como levar um soco na barriga e ela mal entendia o porque de tudo isso.

Ela arranca o candelabro de cima da mesa e observa a suas chamas acessas. Aquilo poderia fazer um estrago em qualquer cortina ou qualquer peça de jantar posta para o baile.

Tayla queria colocar fogo em tudo.

Mas ela não podia, não conseguiria. Sua ação de incendiar o lugar prejudicaria as anfitriãs da festa: Isabelle e Olívia. Tayla não tinha nenhuma intenção de causar problema as duas.

Ela se vira ainda com o candelabro na mão e encara Edmond vindo em sua direção, ao mesmo tempo que olha para Lisa saindo do salão, ainda sorrindo. Os convidados logo entendem o que aconteceu: Miss York pegou um casal no flagra.

Seu sorriso fez o sangue de Miss York ferver. Ela levanta o candelabro em sua mão. Todos a olham medrosos e chocados. Com a vasta fama que tinha, os convidados da festa já sabiam o que ela faria. Ela se move sem tirar os olhos de Edmond e as pessoas a acompanham a cada passo, tremendo. Chegando perto dele, ela passa suas mãos pelo pescoço de Edmond ainda segurando o candelabro, e sua família a olha sem entender nada.

Com a mão esquerda (pois a direita segurava o objeto) ela o faz olhar para ela. Seus olhos verdes estavam tão claros e intensos sob a luz do lugar, que Edmond pensou estar cego por um minuto.

- Ponha suas mãos ao meu redor. - ela ordena. Edmond confuso, obedece. - Agora me beije.

O conde a encara surpresa. A sociedade inglesa raramente via demonstrações de afeto de jovens noivos e mesmo assim tudo seria um escândalo e matéria de jornal para o outro dia. O clima era pesado e até mesmo Lisa começava a se arrepender da raiva que provocou em Tayla.

Edmond se aproxima dos lábios da jovem, fechando os seus olhos, em um movimento rápido ela coloca o candelabro na frente de sua boca, impedindo o beijo, fazendo alguns convidados soltarem gritos abafados de pavor. Seria Tayla capaz de matar ele?

Sentindo o calor próximo de sua boca mas não o suficiente para machucá-lo, Edmond se afasta.

- Não vou te culpar. - Tayla diz olhando em seus olhos, com a voz baixa para que apenas os dois pudessem ouvir. - Beije quem quiser. Faça o que quiser, mas não magoe meu coração. Não me decepcione, Edmond. Do contrário, você vai queimar! - Tayla afirma convicta mas tão baixo que apenas Edmond ouviu.

Ela volta para a mesa deixando o objeto no lugar de onde tirou. Tayla corre para Sienna e Helena que a envolvem em um abraço caloroso e sincero.

- Perdoe Edmond, Tayla. Imagino o que ocorreu e temo por ele agir dessa forma. - Olívia pede desculpas para Tayla.

- Não há o que desculpar. Por um momento eu me esqueci que esse casamento era apenas um negócio. Agradeço a Edmond por me lembrar de não colocar sentimentos nisso. - Tayla confidencia a avó de Edmond.

Quando Um Conde Se ApaixonaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora