Batemos um na mão do outro lá em cima, lá em cima pra mim né, porque pra ele.
Pegamos o elevador. Eu tava sorrindo igual uma criança boba, e o João não parava de me adimirar. Então chegamos no andar da síndica. O João já a conhecia e ela é amiga dos pais dele, traduzindo, a festa com certeza rolaria.
Chegamos lá e batemos na porta da síndica, porque o João tinha intimidade pra isso, ela foi super simpática. Era Loira e bonita, se chamava Cíntia. Achei engraçado Cíntia/Síndica. Sei lá, parece né. "A síndica Cíntia."
- Oi João, tudo bem meu amor? - falou a Síndica Cíntia dando dois beijos no meu homem, quer dizer, no João.- Oi. Você não é filha do Fernando e da Patrícia?
- Sou sim, prazer Cléo.
- Prazer minha linda.- Nos cumprimentamos. - Mas então crianças, em que posso ajudar?
Odeio esse termo 'crianças' que os mais velhos usam.
- Então tia Cíntia.- Era assim que o João chamava a síndica Cíntia.- A gente queria alugar o clube pra fazer uma festa hoje à noite, às 22h. Quer dizer, 22h tá bom Cléozinha?
- Se a gente correr, tá ótimo!
- Mas assim de última hora querido? É festa de que?
- É pra comemorar a chegada da Cléo poxa, libera aí vai tia Cíntia.
- Tudo bem João Pedro, mas olha lá em, to confiando meu clube a você, mas só porque às segundas não abrimos o clube.
- Eu sei tia, obrigado, depois acertamos o pagamento.
- Não precisa pagar, contanto que você pague se houver alguma danificação ou prejuízo.
- Ok tia, obrigadão. - Falou o João. - Bora Cléozinha, vamos ao mercado, antes que feche.
Nos despidimos da Cíndia síntica, ops, da Síndica Cíntia trava línguas, e fomos direto pra garagem. Depois disso nos dirigimos até o mercado, ou melhor, o João dirigiu até o mercado.
Chegando lá, compramos bebida, muita bebida e pra comer compramos frios, só pra petiscar, (queijos, presuntos, pão pra fazer uns canapés), só pra ninguém passar mal também, até porque não daria pra encomendar nada no domingo e em cima da hora.
Quando saimos do mercado e botamos as compras na mala, o João ligou pra um amigo que era metido a DJ segundo ao João, e que até que ele mandava bem.
- " E aí cara, topa ganhar uma grana? Vou fazer uma festa hoje e tô precisando de alguém pra tocar e me arrumar uns bags de iluminação, pra ficar maneiro. E aí, tá afim? Aham, não, já. Fechou 400 pro parça? Jaé lek valeu."
- Som resolvido gata, às 21h o Ric vai montar os aparelhos.
- Ric? - Falei rindo.- Ric de Ricardo, o maluquinho do luau?
- É esse mesmo. - Riu.- O moleque manda bem. Você vai ver.
- Ok.
O João mandou uma lista de transmissão pra geral que tava no luau, geral maneiro do Condo, e alguns amigos a parte. Eu só mandei mensagem pra Ju e pra Analu. Que confirmaram presença e que dormiriam e se arrumariam na minha casa.
Já eram 17h quando chagamos no condo, o João foi arrumar um lugar pra por as bebidas e o salão do clube com a galera da banda, e eu fui fazer os canapés e enrolar os frios. Acabei já eram quase 19h e as meninas chegaram.
- Oi amigas, que saudades. - Falei ao abrir a porta, abraçando-as. - Entrem que é muito babado baphonico pra contar.
- Me conte tudo, não me esconda nada sua safada. Esses dias sua mãe me ligou. - Falou a Ju. - Só não te dei cobertura porque não sabia de nada e sua mãe ligaria para a minha.
Fui contando tudo pra Ju e pra Analu, falei do meu vizinho, e nossas peripécias. Elas perguntaram se eu peguei e eu respondi que não, mas quando perguntaram o porquê...
- Ah meninas, eu mal conheço ele, quer dizer, agora bastante, acho que tá sendo bem melhor assim, mas sinto que vai rolar em breve, me guardem.
Rimos e depois de tanta conversa, decidimos ir nos arrumar.
O João me mandou fotos do salão (que estava lindo), eu das comidas. Ele havia dito que das pessoas que ele mandou convite a maioria confirmou presença e que sempre tem alguém que leva alguém, concordei.
Bloquiei o celular e fui até o mais dificil, escolher uma roupa descente. Me arrumar e ficar linda.
Escolhi uma roupa bem bonita, tomei um banho bem relaxante de banheira, e deixei as meninas no banheiro do meu quarto. Quando saí parecia que tinha uma alma nova. Fui me vestir.
Minha saia e cropped eram um conjunto vermelho vivo, sem estampa. Saia colada e cropped de alcinha com um leve decote. Coloquei um colar de coruja, um par de brinco pequeno de ouro e umas pulserinhas. Fiz uma maquiagem com um olhar bem marcante, taquei um batom vermelho e cílios bem alongados. Soltei o cabelo dei uma ajeitada com a chapinha e depois passei um modelador babyliss, uma mão abaixo da raiz para baixo pra ondular. Quando acabei coloquei um salto e voilà.
Saí do quarto e a Ju já estava pronta, Analu tava na maquiagem. Ju estava parecendo uma bonequinha Barbie, porque é loira, de olhos azuis e fez uma make bem boneca, tava de vestidinho. Bem bonita.
- Nossa amiga! Que mulherão. - Falou a Ju mandando eu dar uma voltinha com o dedo. - Você tá muito linda.
- Obrigado amiga linda e você parecendo uma boneca.
Quando olhei a hora no celular já eram quinze pras dez e Analu saiu toda linda do quarto de preto, mas de sapatilha. A Ana era bem alta e não gostava de usar salto.
- Que meninas mais lindas. - Falei e conduzi elas até o espelho do meu quarto para tirarmos uma foto. O que seria uma foto, se tornaram várias, fotos no espelho, selfies, rolou isso tudo. Postei a mais bonita no Insta com a tag, #Partiu.
Saímos do flat já eram 22h, pegamos o elevador animadíssimas. Quando chegamos no clube já tinha uma galera boa lá, tinha gente que já estava até bebendo. Avistei a galera da banda, a Jess e a Gil, como já estava rolando música o Ric deveria está lá dentro do salão. Mas não vi o João, mesmo assim fui lá apresentar as meninas ao pessoal. Diana tava com o namorado. Os meninos solteiros, as meninas também. Vraaaaaaau.
- Nossa Cléo, que linda. - Falou o Math quase engasgando.
Sorri e agradeci.
Quando olhei pro lado, veio a cena mais linda da festa até agora.
JP:
Quando ia me aproximando da galera, veio a cena mais linda da festa até agora. A menina mais linda, que sorri pra mim.
Fui me aproximando da Cléozinha e dei um abraço nela com uma mão no seu pescoço e a outra na cintura. Dei um cheiro no pescoço dela e senti seu arrepio.
Cléozinha só sabia provocar, eu a provocava também, mas eu nesse instante nunca quis tanto ficar com uma garota, ficar com ela. Esse jeito de durona e de difícil, por mais que estivesse na cara que ela quisesse, cessaria hoje!
Cléo:
O João tava bem mais gato hoje. Não sei se resistiria.
- Vamos entrar pro salão pessoal. - O João falou pra todo mundo olhando pra mim.
Quando entramos tava tocando uma eletro sinistra, já tinha um pessoal dançando. As meninas e eu fomos pegar uma bebida. Lá no bar tinha de tudo, João e eu compramos: Tequilas, Vodkas, Malibu, frutas pra batidas e uns fardos de ice e red bull, mas eu não sabia que ele tinha arrumado um barman. Pedimos uma batida de kiwí.
E desce batidas e mais batidas, a gente foi dançar. Parou a eletro e o batidão começou a tocar, e fala sério, quem resiste a um batidão?
Dançamos muito, enquanto dançava olhava só pro João. Ele veio se aproximando fazendo uma dancinha estranha. E eu comecei a rir. Quando ele chegou eu parei de dançar e fiquei parada olhando pra ele. De repente o batidão parou e a galera toda:
- Aaaaaaaaah!
Começou um sertanejo.
"Aqui sentado nessa mesa
Só o copo de cerveja é minha companhia
E essa casa está tão cheia
E parece vazia sem você comigo"
Eu arregalei os olhos, e comecei a rir.
- Só pode ser brincadeira.
Quando olhei de volta pro João ele tava com uma mão na testa e outra na barriga, arrochando. Ri altíssimo.
Ele me puxou e começamos a dançar no refrão assim:
"De copo sempre cheio, coração vazio Tô me tornando um cara solitário e frio
Vai ser difícil eu me apaixonar de novo
E a culpa é sua [...]"
Quando eu olhei em volta todos os casais estavam dançando, até minhas amigas e os garotos da banda, quem não era casal, obviamente tava cantando essa bela música de dor de cotovelo.
Quando a música acabou eu e João ficamos frente a frente e dava pra sentir a respiração dele, e acho que ele também conseguia sentir a minha.
Começou a tocar 'I told you so' e o João pegou na minha cintura com uma mão, com a outra ele desceu sobre meu cabelo e pegou no meu pescoço e me beijou.