Capitulo 32

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Meu coração acelerou em ritmo de escola de samba, com umas cinqüenta rainhas de bateria sambando em cima, respirei ofegante.

- O que você está fazendo aqui Bruno? - Falei tirando as mãos deles de mim e sem me virar.

- Eu que pergunto, como você não convida um velho amigo pra uma festa dessas. - Olhei pra trás e ele riu debochado, o Bruno era gato, seu sorriso mais lindo ainda, estava vestindo um moletom gap cinza, uma calça jeans escuro e um tênis que eu havia ajudado escolher, antes de conhecer o João, quando ainda éramos amigos.

- Você disse certo. - Digo ríspida. - Não lhe convidei, logo, você não deveria está aqui.

   O Bruno segurou minha mão e olhou dentro dos meus olhos, a mistura da bebida e dos sentimentos abalados fizeram com que meu corpo tivesse um esparmo, me arrepiando de ponta a ponta, apenas com o encostar de nossas mãos, mas eu tinha uma técnica, nessas ocasiões fecho os olhos e imagino as coisas ruins que o Bruno já me fez, mas dessa vez foi diferente, só consegui pensar no João, quando eu abri os olhos o nariz do Bruno estava colado com o meu, uma lágrima percorreu o meu rosto, não consegui destinguir se era de tristeza ou de alegria.

- Não. - Disse o empurrando, antes mesmo que nossos lábios pudessem se encostar. - Eu finalmente consegui, eu não te amo mais, eu não penso mais em você e eu quero que você suma da minha casa, na verdade Bruno, eu quero que você suma da minha vida. - Quando disse isso senti um peso sair das minhas costas, sorri e chorei ao mesmo tempo. Não entendo por que o João está demorando tanto, então decido ir atrás deles. - Se você não vai sair, saio eu.

  Antes que cruzasse a porta o Bruno segurou meu braço com força, tanta força que mal conseguia revidar, apenas fiquei me debatendo no batente da porta a fim de sair dali.

- Eu não entendo, toda vez que me aproximo de você, você se arrepia, chora, eu percebo suas reações Cléo, eu sinto que você quer me beijar. - Falou ele jogando seu corpo contra o meu me imprensando na parede, virei meu rosto, ele o segurou, arranhei o rosto dele com toda minha força, sempre possuí unhas grandes, ele colocou a mão no rosto, então eu tentei fugir, comecei a gritar, porém não tive sucesso, a música estava alta demais, o Bruno segurou em minha cintura, sentia vontade de beijar ele, mas agora só sinto nojo, chutei ele com tanta força que ele caiu, fui correndo em direção as escadas, ouvi a maceneta sendo girada, mas tava trancada, em seguida batidas na porta, deveria ser o João, senti o Bruno puxar meu pé fazendo que eu caísse de bruço, sentir uma dor instantânea, meu rosto estava sobre o chão, senti o corpo do Bruno sobre meu que ainda estava seminu, chorei tomada pelo medo.

- João. - Gritei o mais alto que pude. - JOÃO ME AJUDA. - Gritei ainda mais alto. - João. -Dessa vez minha voz saiu embargada em meio as lágrimas. O Bruno colocou a mão em minha boca, abafando meus gritos. Me virou de frente pra ele, ele estava totalmente transformado, com uma cara de tarado e com lágrimas nos olhos, estava ... - Louco, você está louco Bruno.

- Eu te amo Cléo e você vai ser minha.

- Isso não é amor, isso é loucura, obsessão.

  Ouvi um estrondo enorme em direção as escadas, inclinei meu rosto pra trás, ainda com as costas sobre o chão e avistei o João subindo, estava totalmente enfurecido.

- Tira as mãos dela, filho da puta. - O João suspendeu o Bruno o retirando de cima de mim em uma velocidade descomunal, começou a socar ele. - Mexa com alguém do seu tamanho. - Deu um soco no Bruno que o arrancou sangue dessa vez. Eu estava acoada no chão perto da cama, imóvel.

  O Bruno revidou, então eu vi o João cair na minha frente.

-Amor. - Gritei chorando. Tava me aproximando dele e senti uma pancada muito forte em meu rosto, fazendo tudo que estava em minha volta ficar turvo, minha visão foi ficando cada vez mais escurecida, não vi mais nada.

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