Garotos de Elite

By FSViturine

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Academia Beaufort é conhecida por ser a escola para garotos mais conceituada do país. Cenário que abriga os f... More

AVISO
TEMPORADA O1
EPISÓDIO O1: O IDIOTA FODIDO
EPISÓDIO O2: A PUTA DO ARMÁRIO
EPISÓDIO O3: O MUNDO É INJUSTO
EPISÓDIO O4: SEGREDO REVELADO
EPISÓDIO O5: TRÉGUA
EPISÓDIO O6: SEASON FINALE
FIM DE TEMPORADA
TEMPORADA O2
EPISÓDIO O1: SEGREDOS DE BEAUFORT
EPISÓDIO O2: FAMÍLIA PROBLEMÁTICA
EPISÓDIO O3: UM NOVO AMIGO
EPISÓDIO O4: AFRONTOSO
EPISÓDIO O5: A FLORESTA
EPISÓDIO O6: PERIGO!
EPISÓDIO O7: LADO SOMBRIO
EPISÓDIO O9: BROTHERAGEM?
EPISÓDIO 1O: SEASON FINALE
FIM DE TEMPORADA
TEMPORADA 03
EPISÓDIO O1: VULNERÁVEL
EPISÓDIO O2: REFLEXO
EPISÓDIO O3: RAIVA
EPISÓDIO O4: SÓ AMOR É SUFICIENTE?
EPISÓDIO O5: O NOVATO
EPISÓDIO O6: SUPERAÇÃO
EPISÓDIO O7: SOCIEDADE SECRETA
EPISÓDIO O8: JUNTOS NOVAMENTE
EPISÓDIO O9: O BILHETE
EPISÓDIO 1O: O GAROTO DA MÁSCARA
FIM DE TEMPORADA

EPISÓDIO O8: VISITA

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By FSViturine

E V A N

Três anos. Foi exatamente esse o tempo que levei para descobrir o que existe por trás do garoto estranho que estava sempre distraído e com fones de ouvido, na escola. Sean Henderson não é exatamente o tipo de garoto que você olha pela primeira vez e diz: Uau! Que menino lindo! Na verdade, ele é aquela pessoa que passa despercebido por você e que se esconde por baixo do uniforme da escola. Sean está sempre andando de cabeça baixa, talvez tenha sido por isso que realmente nunca parei para observá-lo ou perceber a beleza que estava escondida ali. É ridículo olhar para ele vestindo o uniforme da Beaufort e lembrar do seu corpo nu e todos os seus músculos, e pensar no tesouro que escondeu por todo esse tempo.

Mas o que aconteceu na clareira vai além da beleza exterior ou da paixão carnal. Talvez, o Evan de ontem não desse a mínima para algo além da aparência de Sean e do quão gostoso ele é. Mas a verdade é que conhecer Sean Henderson de um jeito tão profundo como aconteceu, me fez perceber que ele não é lindo apenas por fora. Sean esconde algo dentro de si que o faz ser especial e único, e que com certeza só fez com que me sentisse ainda mais apaixonado por ele. Como alguém com apenas dezessete anos de idade pode ser tão intenso como ele? Isso me assusta, me deixa com medo a ponto de achar que nossa relação ou o que quer que seja o que estamos dando vida, seja frágil demais para sobreviver ao mundo. O que sinto só cresce e faz com que cada parte de mim implore para que o destino esteja a nosso favor e não nos faça cair de um precipício.

Depois de me contar mais sobre sua vida e sobre seus piores pesadelos, pude entender realmente quem é o garoto por quem estou me apaixonando. Há muito tempo, já tinha desistido de um dia encontrar alguém que fosse corajoso o suficiente para não ter vergonha de mim e do que sou, como Daniel, por exemplo. Gostava dele, da sua beleza e de como éramos bons fazendo sexo, mas sabia que ele nunca sairia do armário ou seguraria minha mão nos corredores da escola e muito menos na rua. É triste, doloroso e até mesmo solitário ter essa sensação de que você não é bom o suficiente para encontrar alguém que seja tão seguro da sua sexualidade quanto eu.

Um dia, prometi a mim mesmo que só me apaixonaria de verdade quando encontrasse um garoto seguro o bastante da sua própria vida para segurar minha mão em público, mas aqui estou, com Sean Henderson e seu trauma de infância que o impede de sair do armário. Mas o que estou sentindo por ele é forte o suficiente para que eu seja paciente e entenda que não se pode arrancar ninguém do armário. Ele tem que ser a primeira pessoa a tomar essa decisão, ou estaria correndo o risco de isso tornar sua liberdade num verdadeiro caos.

É por esse motivo que Sean é o primeiro a deixar a clareira. Nós dois não poderíamos ser vistos juntos. A escola é cruel demais para garotos como a gente, por isso decidimos não arriscar. Espero dez minutos depois que ele desaparece entre as árvores da floresta e só então sigo o mesmo rumo, ouvindo o canto os pássaros e caminhando pela trilha que me leva a escola, sem conseguir parar de pensar na intensidade do que aconteceu entre nós, minutos antes. Também penso em Daniel e no que ele agora sabe, mas não me preocupo mais que o necessário. Tremblay é um covarde até nisso, e nunca teria coragem de contar para os outros sobre o que viu na clareira, pois sabe muito bem que seu segredo também pode vir à tona e acabar com toda a sua popularidade, que ele tanto preza.

E é só quando entro na sala de aula que descubro tudo o que aconteceu, sobre a briga entre Sean e Daniel, que me deixa completamente em pânico. A ideia de que Daniel realmente tenha contado para todos sobre o que aconteceu me deixa perplexo, mas logo descarto essa ideia quando percebo que não estou sendo o centro das atenções, como de costume. Na verdade, todos da sala me ignoram completamente e só falam sobre o soco que Sean deu e em como Daniel revidou. Mesmo que ache a maioria das histórias muito exageradas, consigo entender que tudo começou por uma provocação de Daniel e que pela primeira vez, alguém simplesmente não se deixou intimidar por ele. Até me sinto um pouco orgulhoso de Sean por causa disso, mas isso não é nada comparado a minha preocupação, principalmente quando o meu idiota fodido não volta para a sala de aula.

-

Durante as duas primeiras aulas da tarde, fico frustrado por não conseguir usar meu celular, já que o professor confisca todos eles assim que passa pela porta, os colocando dentro de uma droga de balde de pipoca que não faço a mínima ideia de onde ele possa ter arranjado. Só quando o sinal para troca de professores toca é que tenho a chance de enviar uma mensagem para Sean e ter certeza de que está tudo bem com ele. Passos o resto das aulas seguintes ansioso, batendo os pés insistentemente no chão e roendo a base das minhas unhas enquanto espero por uma resposta de Sean que só chega no final da tarde, quando entro em casa.

Está tudo bem, não se preocupe. Ele bate como uma criança. PS: Me desculpe te responder só agora. Estava tendo que lidar com a minha mãe e a histeria dela. Ela acha que vou perder minha bolsa.

Suspiro aliviado quando leio a mensagem e um sorriso logo toma conta dos meus lábios. Nem penso duas vezes antes de colocar meus dedos para trabalharem agilmente enquanto digito uma resposta.

Você é um bom lutador, mas espero que dê um tempo nessa coisa de querer ser o Jean Claude Van Damme. :*

Aperto enviar a espero alguns segundos enquanto encaro a tela, me sentindo um pouco bobo por achar que a qualquer momento ele me responderá de volta, mas minha atenção é chamada quando ouço o som de passos se aproximando da sala e ergo os olhos. Automaticamente escondo o celular atrás de mim, quando vejo Nana me encarando enquanto se aproxima. Seu olhar é desconfiado e me sinto como uma criança pega no flagra.

- Porque está escondendo o celular? – ela pergunta, colocando as mãos na cintura.

- Por nada, sua intrometida! – falo, apanhando minha mochila rapidamente e correndo para a escada.

- Evan! – Nana chama e paro nos degraus, me virando para ela em seguida.

- Não vou abrir o bico, Nana! – falo, logo voltando a subir a escada correndo, mas outra vez paro, no topo e volto a olhá-la. – A poderosa senhora Bennet já definiu o horário do jantar, hoje? – pergunto, com sarcasmo e uma expressão já conhecida toma conta do rosto de Nana.

- Seu pai teve que fazer uma viagem de última hora. Problemas com um dos restaurantes. Sua mãe decidiu acompanhá-lo. – Andreia fala e a encaro por um longo instante antes de dizer algo.

- Não é novidade, certo?

- Sinto muito, Evan. Seu pai parecia realmente chateado por ter que ir. – ela fala, mas sei que está dizendo isso apenas para fazer com que me sinta melhor.

- Claro que sim. Talvez seja por isso que não recebi nenhuma ligação ou mensagem dele. – digo, me forçando a sorrir e então me virando para sair em direção ao meu quarto. Mas quando entro, só tenho tempo de tirar os meus sapatos quando Nana dá três batidas na porta e em seguida coloca sua cabeça dentro do quarto.

- Será que posso entrar ou você vai jogar esse unicórnio em mim? – ela pergunta, apontando com os olhos na direção do meu abajur. Tento ficar sério, mas quando minha babá me olhar dessa forma, não há como não sorrir. Ela parece satisfeita e recebe isso com um sinal positivo, pois logo abre a porta e entra no meu quarto. – Sabe, também posso ser uma ótima companhia para jantar, sabia? – pergunta ela.

- Você está me sondando para pedirmos pizza, não é? – encara Nana seriamente e ela abre a boca de forma exagerada, como se estivesse muito ofendida.

- Quem você pensa que sou, garoto? – ela diz, tentando bagunçar meu cabelo, mas me esquivo enquanto dou risadas. – Aliás, você não parece tão chateado como a saída dos seus pais como eu esperava. – Nana diz e então me lança aquele seu olhar desconfiado. – Porque está com um bom humor? – ela pergunta.

- O quê, mulher?! Não posso mais sorrir? – pergunto, levantando da cama rapidamente. Nana me acompanha com o olhar, como se estivesse me estudando. Tento não me sentir incomodado.

- Por acaso você andou beijando o Sean de novo? – minha babá pergunta e com minhas costas voltadas para ela, fecho os olhos e os aperto com força. – Evan Bennet! – ela grita, histérica.

- Ai meu Deus, Nana! – grito de volta, me virando para ela e então, sem conseguir me conter, começo a rir histericamente.

- Bendito Sean Henderson! – ela diz, me fazendo rir ainda mais enquanto me observa correr até minha cama e me jogar de costas em cima dela, caindo com os braços abertos enquanto olho para o teto.

- Esse garoto vai ferrar com a minha vida, Nana. – falo, virando o rosto para encará-la. Andreia está ao lado da cama, de pé, com os braços cruzados e me olhando com suas sobrancelhas erguidas.

- Você não parece se importar nenhum pouco com isso. – ela diz e levo as mãos até meu rosto rapidamente, para esconder meu sorriso idiota.

- Como vou sobreviver esse final de semana sem ver aquele idiota fodido? - - pergunto, voltando a me sentar na cama e cruzando minhas pernas na posição de índio. Ainda estou usando meu uniforme, mas estou descalço, com meus pés exageradamente brancos a mostra.

- Porque não o convida para passar o final de semana aqui? – Nana de repente pergunta e apenas a encaro, perplexo demais para dizer algo. – Seus pais estão viajando e você sabe que posso muito bem ser discreta e fingir que nem existo! – ela fala, sem conseguir conter o seu sorriso malicioso.

- O que eu faria da minha vida sem você, mulher? – pergunto e então, com um sorriso vitorioso no rosto, Nana pega meu celular que está sobre o criado mudo e o joga na minha direção. Apanho o aparelho no ar com as mãos. – O que eu falo para ele? – pergunto, mordendo meu lábio.

- Oi Sean. Estou sozinho em casa (porque a minha babá disse que fingiria não existir) e gostaria de te convidar para passar o final de semana aqui comigo, para que a gente possa dar umas bitocas! – Nana interpreta, fazendo caras e bocas enquanto dou várias risadas.

- Quem é que ainda fala bitocas nesse século? Pelo amor de Deus, Nana! – digo e sem parecer que já é uma mulher madura, ela me mostra a língua.

- Então se vire e depois me conte o desfecho. Tenho uma ligação importante para fazer agora. – ela fala, já saindo no quarto.

- Você vai ligar para a pizzaria, não é? – grito quando ela desaparece pela porta.

- Quatro queijos? – ela grita de volta.

- E Pepperoni! – grito, sorrindo.

- Hipócrita! – Nanda diz, me fazendo rir enquanto finalmente fico sozinho no meu quarto, cercado pelo silêncio enquanto olho fixamente para o meu celular, na aba de "nova mensagem". Levo alguns minutos pensando até meus dedos começarem a digitar rapidamente.

Meus pais estão viajando e Nana acha que seria uma boa ideia convidá-lo para passar o final de semana aqui em casa. O que acha? Posso entender se não achar uma boa ideia.

Leio a mensagem várias vezes antes de apertar enviar. Quando a mensagem de confirmação de envio aparece, releio novamente o que enviei e fico nervoso ao me dar conta de como soou minha mensagem, por isso digito novamente e aperto enviar, dessa vez, sem pensar duas vezes.

Mas eu queria muito que você viesse!

- Puta merda, Evan! – praguejo para mim mesmo e deixo minhas costas cair pesadamente sobre o colchão enquanto fecho os olhos e tento expulsar a sensação de vergonha que paira sobre mim. Me sinto bobo, idiota, infantil e ... – Ai meu Deus! – não sei quantos minutos passaram exatamente depois que enviei as mensagens, mas quando o celular vibra e o som de "bip" ecoa pelo quarto, sento rapidamente e abro a mensagem que Sean acabou de enviar. Passos alguns segundos observando as palavras na tela do meu celular e quando elas finalmente parecem de fato entrar na minha mente, faço a primeira coisa que me vem a mente: grito. – Nanaaaaaaaaaaaa!

-

São quase sete horas da noite de sábado quando a campainha da porta de casa toca levando bruscamente do sofá, sem conseguir conter o meu nervosismo. Meu coração bate acelerado e enquanto caminho até a porta, passo as mãos insistentemente pelo meu suéter, procurando por imperfeições. Em seguida, levo as duas mãos até meu cabelo para senti-lo e ter certeza de que todos os fios estão no lugar. Uma hora antes, tomei o banho mais demorado de toda a minha vida. E estou prestes a abrir a porta quando me dou conta de algo e olho para baixo, percebendo que estou descalço. Olho para minhas pernas finas e me pergunto se não teria sido uma boa ideia ter vestido uma calça moletom ao em vez de um short jeans. Mas não tenho tempo de tomar uma decisão sobre o que fazer, quando a campainha toca mais uma vez. O som mal termina e ecoar pelo ar quando rapidamente abro a porta.

Sean Henderson está parado diante da entrada, me encarando com seus olhos um pouco arregalados. No início, nos não falamos nada, apenas nos encaramos. Ele está usando uma jaqueta jeans com uma camisa vermelha por baixo. Também está com uma calça jeans e tênis all stars vermelhos, combinando com sua camiseta. Sean está com a mochila nas costas e segura suas alças enquanto seus olhos me analisam.

- Oi. – ele finalmente fala, ainda parecendo um pouco assustado e nervoso. Seu corpo balança um pouco e percebo que ele está se apoiando na ponta dos dedos dos pés e repetindo esse movimento várias vezes.

- Oi. – digo, tentando sorrir de um jeito confiante, mas não sei se funciona.

- Desculpa não poder ter vindo mais cedo. – ele diz. Quando Sean aceitou meu convite, disse que só poderia vir até minha casa depois que sua mãe chegasse do trabalho, no final da tarde de sábado, pois ele não podia deixar Jazmine sozinha, mesmo eu falando que não teria problemas em recebê-la em casa também. Mas Sean ignorou isso. Sua mãe tirava folga aos domingos, então ele estava livre para passar o domingo comigo, o que claro, me deixou um pouco eufórico.

- Está tudo bem. Estou feliz que você está aqui. – falo, engolindo a seco em seguida. Sinto meu rosto corar e desvio os olhos no mesmo instante.

- Você não vai me convidar para entrar? – Sean pergunta e eu pulo, assustado.

- Ai, claro! Entre! – digo, e assim que saio do seu caminho, ele caminha para dentro da sala. Fecho a porta e logo depois encaro suas costas quando Sean passa os olhos por todos os lugares. Quando se vira para mim novamente, ele tem um sorriso de deboche que a muito tempo eu não via.

- Estou outra vez no seu reino, então? – Sean pergunta e desço meu olhar para meus pés, de repente me sentindo exposto demais com minhas pernas nuas e pálidas. Quando ergo os olhos, percebo que Sean também está encarando meus pés, mas logo volta a me olhar. Ele tem um sorriso torto nos seus lábios.

- Não esperava que um dia você voltaria. – confesso, levando minhas mãos rapidamente para minhas costas e começando a torcer meus dedos por causa do nervosismo. Sean ainda está agarrando as alças da sua mochila e seus olhos castanhos me fitam de um jeito intimo demais.

- Eu também não, Evan. – ele diz e prendo minhas respiração. Sean dá alguns passos na minha direção, mas acho que minha reação de surpresa o assusta e ele logo recua, nervoso, mas antes que ele se afaste ainda mais, obrigo meu corpo a agir e me aproximo dele, ficando tão próximo, que posso sentir o seu perfume. Meu rosto está na altura do seu peito e quando ergo meus olhos para ele, percebo que Sean está me encarando atentamente, com uma expressão calma no rosto. Então, sentindo toda aquela adrenalina, ergo meu corpo e fico na posta dos pés para que possa alcançar seu rosto. Nós não nos tocamos além dos nossos lábios e quando sinto a maciez do seu beijo, deixo um suspiro escapar. É um beijo calmo e sereno, mas que não dura mais que cinco segundos, pois Sean e eu nos viramos rapidamente quando ouço os passos de alguém se aproximando.

- Ah! Oi Sean! – Nena finge surpresa quando nos vê parados próximos a escada. Ela tem um sorriso simpático no rosto e está alternando os olhos entre nós.

- Oi Sra. Andreia. – Sean fala, timidamente, enquanto troca o peso do corpo entre as pernas. Passos rapidamente os dedos pelos meus lábios e encaro Nana ceticamente quando percebo que ela está me observando.

- Estou atrapalhando vocês, garotos? – ela pergunta e Sean se vira rapidamente para mim, me encarando com olhos arregalados.

- Não, Nana. – falo, de forma sínica e vejo quando minha babá ergue as sobrancelhas para mim. Ela quase não consegue disfarçar o seu sorriso.

- Sean, está com fome? Quer comer algo? – Nana pergunta, mas Sean ainda está me olhando, agora de um jeito envergonhado, e não percebe que minha babá está falando com ele.

- Nana quer saber se você está com fome. Ela pode preparar algo, se quiser. – eu falo e Sean se volta para ela rapidamente.

- Ah não, obrigado. Não estou com fome. – ele diz, com um sorriso forçado no rosto. Seu rosto está ficando cada vez mais vermelho, por isso decido salvá-lo de todo esse constrangimento.

- Nana, Sean e eu vamos subir para o meu quarto. Se quiser, já pode ir dormir. Sua novela vai começar. – eu digo, feliz por Sean não conseguir ouvir o quão sarcástica minha voz soa.

- Tá! Entendi. – minha babá diz, afoita. – Se quiserem comer algo ou se precisarem, é só me chamar. – ela mal termina de falar quando agarro o braço e Sean e começo a puxá-lo escada a cima. Ele sorri timidamente para Nana antes de se virar e seguir caminho. – Vá dormir! – praguejo para ela antes de me virar e começar a seguir Sean escada acima.

- Evan! – me viro para olhar para Nana quando ela me chama. – Sem comportem! – ela sussurra e a vontade que tenho é de mostrar o dedo do meio para minha babá, mas sei o quão ofensivo seria, pois isso apenas a fuzilo com o olhar quando me viro e sigo com Sean em direção ao meu quarto.

-

Depois de entrar no meu quarto, tranco a porta e quando me viro, percebo que Sean está na sacada, espiando o jardim dos fundos, lá em baixo. Essa não é a primeira vez que ele entra aqui e também é o único garoto que já esteve no meu quarto. Ainda me sinto um pouco envergonhado por deixá-lo ver toda minha intimidade dessa forma, mesmo que tenha ficado tentado a esconder a maioria dos meus unicórnios. Mas pensei que Sean precisa saber onde está se metendo, com todos os mínimos e mais estúpidos detalhes.

- Tinha esquecido como o seu quarto parece um apartamento. – ele fala, voltando para dentro do quarto. Suas mãos agora estão enfiadas nos bolsos da calça e a mochila ainda está em suas costas. Eu vou até minha cama e subo nela, sentando com minhas pernas cruzas enquanto o encaro.

- E eu tinha esquecido de como isso parece importante para você. – falo, erguendo minhas sobrancelhas, apenas para provocá-lo. Sean sorri.

- E eu esqueci de como você tem a língua afiada, Evan. – ele rebate, revirando os olhos. Deixo um sorriso tomar conta dos meus lábios, mas então percebo o quão desconfortável ele ainda parece.

- Sabe, não tem nada assustador no meu quarto, então você pode relaxar. – eu falo e ele baixa o olhar pros seus pés antes de voltar a me olhar.

- Na verdade, aquilo ali é bem assustador. – Sean diz, apontando na direção do meu unicórnio de porcelana, que está em cima de uma prateleira.

- Diga oi para o Isac, Sean. – falo e Sean olha para o unicórnio e depois para mim outra vez.

- É sério que você dá nomes para os seus unicórnios?! – ele pergunta, parecendo realmente surpreso, mas então Sean reconhece o sorriso no meu rosto. – Você está zoando comigo, não é? – Sean pergunta e sorrio.

- Só quero que você relaxe e fique à vontade. Não vou te morder. – falo, e mesmo que quisesse que isso soasse de forma engraçada, o olhar que Sean e eu trocamos é intenso demais para ser apenas uma brincadeira. Mas por fim, ele finalmente cede e então tira sua mochila das costas, colocando-a em cima da sua escrivaninha e em seguida, se aproxima da minha cama e senta nela, de lado, com as mãos unidas entre os joelhos, ainda parecendo pouco à vontade, por isso decido não forçar a barra e apenas deixar que Sean relaxe no seu tempo.

- Onde estão seus pais? – ele pergunta quando vira seu rosto para mim.

- Paris, eu acho. – falo, encolhendo os ombros quando Sean me olha como se não entendesse minha resposta.

- Você não se dá bem com seus pais. – não é uma pergunta, ele apenas tira essa conclusão e obviamente não está errado. Sean se distrai um pouco enquanto olha para suas próprias mãos e quando volta a me olhar, eu falo.

- Talvez eles não tenham nascido para ser pais. Acho que fui algum tipo de inconveniência que entrou na vida deles. – confesso, me sentindo estranho, pois é a primeira vez que falo como realmente me sinto em relação a minha família, fora Nana.

- Alguns pais são meio idiotas, às vezes. – Sean, com um sorriso que sim, faz com que me sinto confortado.

A primeira hora seguinte passa num piscar de olhos. Sean levou um tempo para finalmente se soltar e sentir a segurança que ele precisava dentro do meu quarto. A cada cinco minutos, ele olhava em direção a porta. Era como se achasse que a qualquer momento alguém entraria e nos flagraria, mesmo que não estivéssemos fazendo nada, além de conversar. Mas ele logo baixou a guarda e quando me dei conta, nós dois já estávamos deitados na minha cama, lado a lado. Nós estávamos perto o suficiente para que nossos ombros se tocassem. Juntos encaramos o teto do meu quarto e conversamos sobre todos os tipos de assuntos possíveis. Sean estava tão confortável, que havia tirado seu tênis e meia. Suas pernas estão cruzadas enquanto ele apoia a cabeça em uma das mãos, o que deixa o músculo do seu braço bastante evidente. Além disso, nós dois agora estamos tomados pela luz rosa, que Sean havia trocado minutos antes. Ele estava fascinado com o fato de poder mudar a cor da luz do quarto.

- O que você pretende fazer quando acabarmos o ensino médio? – pergunto, depois de girar meu corpo e deitar de lado, de frente para ele, chamando sua atenção. Sean fica na mesma posição que eu e agora estamos cara a cara, com nossos rostos muito próximos.

- Ficar aqui, fazer faculdade, arrumar um emprego e cuidar da minha família. – ele diz. Estudo seu rosto por um momento. Estamos tão próximos, que sinto sua leve respiração na minha pele. – E você? Vai viajar pelo mundo? – ele pergunta e sorrio.

- Nova York. Quero me mudar para lá e estudar gastronomia. – falo, engolindo a seco quando, com muita coragem, arrasto minha mão para perto da se Sean, que está pousada no colchão, entre nós. Nossos dedos se tocam, mas ele não esbanja nenhuma reação.

- Nova York combina com você. – Sean diz e solto um sorriso de provocação.

- O que você quer dizer com isso? – pergunto, o encarando e observando como a luz rosa do quarto deixa sua pele com um aspecto bronzeado.

- Nova York é uma cidade para pessoas livres e você é a pessoa mais livre que conheço. – Sean diz e de alguma forma, isso faz com que me sinta um pouco emocionado, por isso não digo nada em seguida, a única coisa que faço e mover minha mão um pouco mais, até que a coloco sobre a de Sean e automaticamente nossos dedos se entrelaçam. Uma corrente elétrica parece correr por todo o meu corpo quando isso acontece e a excitação é absurdamente automática.

Sean e eu estamos ajoelhados na minha cama, frente a frente, perto o suficiente para que eu sinta o calor do seu corpo e que nossos narizes se toquem. Nossa respiração é suave e por um longo instante, ficamos assim, em silêncio, apenas sentindo a presença um do outro. O quarto continua rosa e de certa forma, isso deixa o clima ainda mais especial. Mas chega um momento em que meu corpo simplesmente não consegue mais fica imóvel, então de forma lenta, levo minhas mãos até a barra da camisa de Sean, que já está sem sua jaqueta, e começo a subir. Ele não protesta. Em vez disso, ergue seus braços e me ajuda a se desfazer da sua peça e quando jogo o tecido de lado e encaro seu peito, um suspiro escapa por entre meus lábios. Olho fixamente para sua pele, que devido a iluminação, parece escura. Ele é perfeito e preciso lutar contra meu próprio corpo para não o tocar imediatamente. Mas em vez disso, volto a olhar para o rosto de Sean e encontro seus olhos fixos em mim, como se estivesse estudando minha reação. Ele está sério, como na maioria das vezes, e penso que isso só o torna ainda mais sexy.

Sean é o próximo a agir e faz o mesmo que eu. Ele trás suas mãos até a barra do meu suéter e estremeço quando sinto seus dedos tocarem minha pele, na cintura. Ergo os braços para que ele tire a peça e tento não me sentir envergonhado quando fico com minha pele completamente exposta, da cintura pra cima. Permaneço com o queixo erguido, encarando seu rosto enquanto Sean me analisa da mesma forma que fiz com ele, minutos antes. Percebo que seu peito nu altera um pouco e começa a subir e descer num ritmo um pouco mais rápido, como se sua respiração tivesse ficado um pouco mais pesada. Quando nossos olhos se encontram, essa é a minha única deixa para que eu crie coragem de fazer o que vem em seguida.

Movo meus joelhos para frente, afim de que meu corpo fique ainda mais próximo de Sean, até que nossas peles se toquem. O peito de Sean está em chamas. Ergo o rosto para cima apenas para que meus lábios possam tocar o seu queixo. A respiração de Sean falha. Deslizo meus lábios pela sua pele de um modo suave, indo do seu queixo até seu rosto. Ele se mantém imóvel, mas sua respiração continua irregular. Quando estico meu corpo um pouco mais para alcançar sua orelha, me desequilibro um pouco no colchão e Sean automaticamente segura minha cintura, mas não desisto e quando meus lábios tocam sua orelha, passo a ponta da minha língua pelo seu lóbulo e ele reage automaticamente, deixando um ruído parecido com gemido escapar. Em seguida, me sentindo cada vez mais excitado, mordo o mesmo lugar, puxando suavemente o seu lóbulo, sem muita força. Sean se contorce e sinto quando seu corpo fica arrepiado. Minhas mãos que estão nos seus braços sentem como sua pele fica áspera e seus pelos eriçados.

Depois disso, começo a descer, com meu nariz deslizando novamente pelo seu rosto. Nossos lábios se tocam durante o percurso, mas continuo descendo, beijando seu queijo e em seguida parando no seu pescoço, mas não demoro muito nesse ponto. Em vez disso, continuo descendo, me afastando um pouco para que possa beijar seu tórax. Com uma das mãos que estava na minha cintura, Sean segura minha nunca e basta um rápido olhar para seu rosto para ver que ele está com os olhos fechados e a cabeça inclinada para trás, parecendo totalmente inebriado com o momento. Isso me deixa satisfeito, por isso continuo, agora levando meus lábios até um dos seus mamilos e começando a passar minha língua suavemente por esse ponto. Novamente Sean se contorce e agora um gemido real escapa dele, mas eu não paro. Em vez disso, torno isso um pouco mais agressivo e começo a chupar seu mamilo com mais vontade, às vezes mordendo e puxando suavemente a sua pele.

Sinto os dedos de Sean entrelaçados no meu cabelo enquanto continuo nos seus mamilos, alterando entre eles a cada minuto. Há essa altura, sinto a excitação entre minhas pernas e isso faz meu sangue ferver. Então, sem qualquer pudor, dou o próximo passo e pegando Sean de surpresa, levo minha mão entre suas pernas e o aperto com firmeza, sentindo sua ereção. Ele suspira e baixa o rosto para me olhar quando volto a subir, agora beijando novamente seu queijo, até finalmente encontrar seus lábios. Quando nos beijamos, é como se tudo simplesmente sumisse, o medo, o nervosismo, a timidez... nós simplesmente nos entregamos e nos redemos a porra da nossa excitação.

Ver Sean Henderson novamente sem suas roupas, exatamente como veio ao mundo, é uma sensação que sou incapaz de explicar. Apenas sinto todo o meu corpo reagir a essa visão, principalmente quando o vejo deitado na minha cama, iluminado pela luz de led rosa. Ajoelhado entre suas pernas, vendo seu cabelo desgrenhado, a expressão misteriosa e séria no seu rosto, seu peito subindo e descendo com calma, seu pau maravilhoso em cima da sua coxa... a visão é simplesmente perfeita. Por isso não tento lutar contra meu instinto e logo me aproximo dele novamente. Também já estou sem minhas roupas, mas a timidez ficou no passado. Agora o que existe é apenas um Evan completamente entregue a sua excitação.

Quando começo a beijar sua barriga, passando a língua por cada músculo e vou descendo por sua virilha, até finalmente encontrar sua ereção, Sean Henderson geme e sinto suas pernas ficarem rígidas em baixo de mim e isso fica ainda mais visível quando seguro seu pau firmemente com minha mão e sem qualquer pudor, o coloco na minha boca e fecho meus olhos, me deixando sentir todas as sensações possíveis que isso me causa. Sean também reage e logo suas mãos estão na minha cabeça, com seus dedos agarrando meu cabelo enquanto o sinto cada vez mais duro dentro da minha boca, usando e trabalhando minha língua com vontade enquanto levo minhas mãos até seu abdômen e começo a arranhá-lo com minhas unhas.

O sexo oral dura cinco ou seis minutos, tempo o suficiente para que sinta meus lábios dormentes e as pernas de Sean tremerem. Rapidamente, com um certo desespero, subo imediatamente sobre o seu corpo, deixando nossos peitos colados enquanto alcanço seus lábios e o beijo novamente, dessa vez de uma forma mais agressiva e desesperada. Levo minhas mãos até seu cabelo e começo a puxar seus fios com um pouco de força. Sean reage a isso trazendo suas mãos até meu quadril e apertando minha bunda com força suficiente para que sinta minha pele arder, mas isso só me deixa ainda mais excitado. Nossas línguas travam uma batalha durante o beijo, sugando, lambendo e mordendo. Às vezes, enquanto recuperamos nosso fôlego, atacamos o pescoço um do outro. Tudo isso misturado a sensação de sentir nossos corpos roçando um no outro só vai me deixando ainda mais desesperado para senti-lo dentro de mim, por isso, não demora muito para que, de forma relutante, me afasto do Sean por alguns segundo enquanto e estico para alcançar a gaveta do criado muda e tirar o pacote prateado de dentro da gaveta.

Com uma perna de cada lado, as mãos espalmadas sobre seu peito sem pelos e a visão no seu rosto, mordo meu lábio com força quando sinto a sensação já conhecida e Sean entrando dentro de mim. Minhas unhas se cravam na sua pele e observo quando ele separa seus lábios numa expressão de prazer quando pouco a pouco, sento sobre sua ereção e em poucos segundos, o sinto por completo dentro de mim. O prazer é indescritível e todo o meu corpo reage a isso quando os pelos do meu corpo ficam eriçados. Sean e eu nos olhamos nos olhos, como se pudéssemos conversar em silêncio e quando o sinto pulsar dentro de mim, fecho os olhos, inclino minha cabeça para trás e apenas começo a mover meu quadril lentamente e me deixo embriagar pelo sensação maravilhosa de estar cavalgando em Sean Henderson.

- Oh Sean! – o gemido escapa dos meus lábios, mas sei que ele não notou o que falei, pois a adrenalina dos que estamos fazendo nos domina por completo. Eu apenas me concentro na sensação incrível que é senti-lo me fodendo de uma forma tão quente e gostosa como agora. Em baixo de mim, enquanto continuo me movendo, cada vez mais rápido, sinto seus pelos roçando na minha pele. Suas mãos alternam entre minhas coxas e minha cintura e em certo momento, quando tudo parece prestes a explodir, sou surpreendido pelo movimento rápido de Sean, que senta rapidamente na cama e me beija de um jeito feroz enquanto seus braços me envolvem e passos minhas pernas em torno da sua cintura. Seus lábios são urgentes e logo começo a ter dificuldades para respirar, principalmente quando Sean me aperta ainda mais forte com seus braços, como se quisesse entrar ainda mais fundo dentro de mim. Então, escapo do seu beijo desesperado e passos meus braços por baixo dos seus, logo cravando minhas unhas nas suas costas e apoiando meu rosto no seu ombro, onde começo a mordê-lo, numa tentativa inútil de conter o som vulgar que escapa da minha garganta.

O clímax chega quase que ao mesmo tempo para nós dois. Quando sinto Sean tremendo em baixo de mim e o barulho feroz que ele faz, meu corpo também explode e agarro imediatamente seu cabelo com as duas mãos, puxando com força, como se isso fosse de alguma forma aliviar a sensação de gozar e estar nas nuvens. E com a mesma rapidez que alcançamos nosso limite, logo a onda de esgotamento toma conta de nós. Sean e eu permanecemos abraçados por alguns minutos enquanto tentamos voltar a respirar de forma regular. Quando isso acontece, viro meu rosto para encará-lo. Sua expressão é de cansaço. Levo minhas mãos até seu cabelo outra vezes e tiro os fios que estão grudados na sua testa, tentando alinhá-los, até percebo que os olhos de Sean então fixos no meu rosto. O encaro por um instante antes de sorrir e beijar seus lábios suavemente. Ele retribui o beijo com a mesma sensibilidade e não sei quanto tempo nós ficamos assim. A última coisa da qual me lembro antes de nossos corpos caírem sobre o colchão e apagarmos, é de sentir o toque delicado dos dedos de Sean deslizando pelo lateral do meu corpo nu, quando nos olhávamos sem dizer qualquer palavra. Ele já estava acostumado com o silêncio na sua cabeça, e agora, isso também parece me trazer algum tipo de conforto. Os olhos de Sem Henderson revelam mais do que as palavras são capazes de dizer.  

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